(none) || (none)

Continue lendo os seus conte�dos favoritos.

Assine o Estado de Minas.

price

Estado de Minas

de R$ 9,90 por apenas

R$ 1,90

nos 2 primeiros meses

Utilizamos tecnologia e seguran�a do Google para fazer a assinatura.

Assine agora o Estado de Minas por R$ 9,90/m�s. ASSINE AGORA >>

Publicidade

Estado de Minas COLUNA DO PAULO RABELLO

A pol�tica afetar� a economia?

"Uma repactua��o federativa � absolutamente essencial para a estabilidade pol�tica do pr�ximo governo, seja ele qual for"


22/10/2022 04:00 - atualizado 22/10/2022 07:44

Placas solares
A estabilidade pol�tica do pr�ximo governo trar� a chance de significativo avan�o na economia, aplic�vel a todos os Estados, com investimentos em �reas de grande demanda social, com o saneamento, res�duos s�lidos, ambiente, energias renov�veis (como a solar) e log�stica (foto: Gil Leonardi / Imprensa MG)


N�o estou entre os que antecipam o desastre na economia com um ou com outro desenlace do pleito presidencial. A diversidade de opini�es e at� o calor das diverg�ncias s�o fei��es essenciais da pr�tica de uma democracia. Felizmente, o Brasil acordar� em 1º. de novembro j� com uma ferrenha oposi��o formada contra o governo eleito, seja ele qual for. Saber administrar a pr�pria vit�ria – em favor de uma pauta positiva de avan�o para toda a sociedade – ser� o principal desafio do vencedor. E ponham desafio nisso!

Apesar dessa dificuldade inicial, o mercado de capitais vai comemorar o resultado. E por qu�? Nenhum candidato governa com os exageros verbais que pratica em campanha pol�tica. O an�ncio de uma nova equipe para a economia (sempre ter� novidades) embala esperan�as de desdobramentos positivos. Al�m disso, h� fatores fundamentais que diminuem bastante as chances do voluntarismo p�s-eleitoral.

Vamos lembrar alguns desses fatores: 1) o or�amento fiscal muito apertado para 2023; 2) o “atraso” em reajustes de combust�veis e outras tarifas; 3) a piora do cen�rio externo, convulsionado pela escalada do conflito na Ucr�nia; 4) a alta dos juros externos e amea�a de recess�o em escala mundial; 5) a desorganiza��o de v�rias cadeias de suprimento industrial. Somem-se a esses, como problemas cr�nicos - e graves - da nossa realidade brasileira, o excesso de endividamento das fam�lias, a inseguran�a alimentar de milh�es de pessoas, o caos silencioso na sa�de p�blica e os impasses na infraestrutura do Pa�s.

Ao encarar essa pauta-bomba de problemas, mesmo um presidente desmiolado ou deslumbrado ter� seu momento de circunspec��o e modera��o. Os desafios s�o grandes demais para bravatas de candidato rec�m-eleito.

H� outros elementos de estabiliza��o na atual conjuntura nacional que merecem ser lembrados. Um deles � a atua��o do Banco Central, se critic�vel por excessos de juros, nunca por omiss�o na gest�o da curva inflacion�ria. Embora acima do teto da meta pelo segundo ano consecutivo, o relevante � que a infla��o vem sendo controlada e continuar� sendo vigiada pelo Copom do Banco Central, seja qual for o vencedor do pleito.

Essa estabilidade institucional n�o � vantagem desprez�vel num pa�s com extenso curr�culo de desordem financeira no passado. Para ajudar na tarefa, o pr�ximo presidente vai ter que se concentrar em revisar o lado do or�amento fiscal e propor uma nova f�rmula para melhorar a execu��o dos investimentos dentro do teto geral de gastos.

Na campanha, as promessas feitas excederam as possibilidades da arrecada��o efetiva. Algumas dessas promessas ser�o sacrificadas. Isso exigir� que o presidente sente na mesa com os governadores dos Estados, todos de olho no objetivo comum de n�o arruinar suas biografias pol�ticas com uma gest�o p�lida e de poucos investimentos.

S�o 27 candidatos a prosseguir em suas carreiras pol�ticas, inclusive de olho numa futura chance presidencial. Tudo conspira a favor de uma esp�cie de novo pacto federativo que, de algum modo, mesmo obl�quo, j� come�ou a ser costurado quando se passou a decis�o de alinhar o ICMS dos combust�veis, energia e comunica��es para o n�vel-padr�o da maioria das demais incid�ncias.

� a chance que o pr�ximo presidente ter� de avan�ar numa proposta de reforma tribut�ria que simplifique e organize melhor a reparti��o das receitas entre os tr�s n�veis de poder (federal, estadual e municipal) al�m de rever os custos trabalhistas.

Uma repactua��o federativa � absolutamente essencial para a estabilidade pol�tica do pr�ximo governo, seja ele qual for. E tal estabilidade pol�tica trar� a chance de significativo avan�o na economia se o segundo bra�o dessa negocia��o de alto n�vel for acionado.

� a revis�o da planilha de c�lculo das d�vidas estaduais, hoje oneradas por cl�usulas leoninas impostas aos entes federados desde o per�odo FHC. Tal revis�o – que faz todo sentido – deve ser atrelada a um plano de acelera��o de investimentos (PAI) aplic�vel a todos os Estados, capaz de deflagrar uma onda positiva de investimentos em �reas de grande demanda social, com o saneamento, res�duos s�lidos, ambiente, energias renov�veis e log�stica.

Ter� o futuro governante discernimento para conduzir de modo pr�tico e conclusivo tais negocia��es que, inevitavelmente, envolver�o os interesses instalados na nova legislatura do Congresso Nacional?

Lembremos que, enquanto o mandat�rio reflete sobre como conduzir esse desafio no plano dom�stico, o cen�rio ir� piorando no plano externo. Portanto, esse cidad�o presidente n�o ter� tempo a perder, muito menos ficar inventando modas. Quem quer que seja o ungido pelas urnas, � o cen�rio dessas m�ltiplas demandas que ditar� a vida do presidente e de sua equipe. Nunca o inverso.

Portanto, em qualquer dire��o, bom voto.

*Para comentar, fa�a seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)