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Estado de Minas Coluna

A conta do combate ao v�rus nos espera e n�o ser� f�cil pag�-la

O brasileiro honesto, que depende de seu trabalho ou neg�cio, tem muito com que se preocupar


13/10/2020 04:00 - atualizado 13/10/2020 07:50

(foto: Divulgação)
(foto: Divulga��o)

 

H� nas ruas um claro aumento do movimento de pessoas e carros. Por raz�es eleitoreiras ou n�o, o com�rcio est� quase todo aberto e isso tem, aos poucos, devolvido �s pessoas os prazeres do velho e bom normal. Para sermos ainda mais felizes, s� falta nos livrarmos do desconforto do discut�vel uso das m�scaras para voltar a respirar ar fresco, muito mais saud�vel e, por enquanto, de gra�a e sem impostos. De qualquer modo, � sempre bom constatar que n�o h� mal que nunca se acabe.

 

Mas, por maior que seja o al�vio em rela��o � crise sanit�ria, a situa��o econ�mica do pa�s n�o permite comemora��o. Pelo contr�rio, o brasileiro honesto e que depende de seu trabalho ou de seu neg�cio tem muito com que se preocupar. A conta do combate ao v�rus nos espera e n�o ser� f�cil pag�-la.

 

Afinal, a heran�a da pandemia dever� ir muito al�m de m�scaras atiradas ao lixo e de cadeias repletas de governadores e prefeitos que desviaram o dinheiro p�blico destinado ao atendimento aos afetados pelo v�rus. Muitas outras frentes ter�o de ser enfrentadas. Pelo menos duas delas s�o diretamente ligadas � economia e elas marcar�o profundamente 2021 e, talvez, os dois ou tr�s anos seguintes.

 

Primeira frente: milh�es de pessoas perderam seus empregos durante o prolongado isolamento social e levar�o muitos meses para se recolocar no mercado de trabalho. Elas se juntaram �s milhares de fam�lias que j� n�o contavam com nada desde a recess�o de 2015/2016. Trata-se de uma parcela expressiva da popula��o que n�o tem como enfrentar sozinha o p�s-pandemia sem a ajuda, ainda que tempor�ria, do poder p�blico.

 

� para essa frente que se tem voltado a aten��o do governo e de boa parte dos pol�ticos, desde os que querem ajudar at� os que torcem para que tudo d� errado. N�o s� deles, como de resto da maioria dos agentes do chamado mercado financeiro, ou seja, dos que j� emprestaram dinheiro ao governo e que, de agora em diante, relutam em continuar emprestando, temendo n�o t�-lo de volta.

 

� a chamada avers�o ao risco, que se justifica pela segunda frente de desafios que afrontam o governo e amea�am a economia brasileira. Nenhum pa�s estava preparado para a pandemia, mas alguns estavam menos preparados do que outros. � nesse pelot�o que nos encontramos. De fato, o Brasil tinha acabado de sair de uma grave recess�o econ�mica e ainda estava longe de superar heran�as malditas: desemprego, baixa confian�a do investidor na economia, perda de arrecada��o e elevado d�ficit fiscal.

 

Era esse o retrato da fragilidade que apenas come�ava a ser atacada por uma agenda de reformas e por um severo controle do gasto p�blico. Bem-sucedido em 2019 e nos primeiros meses de 2020, o esfor�o fiscal come�ara a dar resultados importantes, como a in�dita queda da taxa b�sica de juros e a conten��o da infla��o.


Excepcionalidade

 

Tudo isso voou pelos ares a partir de abril de 2020, quando o governo foi for�ado a abandonar sua pol�tica econ�mica para atender �s urg�ncias sanit�rias e, principalmente, financeiras da pandemia. O teto de gastos, celebrada altera��o constitucional que tinha limitado a expans�o dos or�amentos de cada ano � infla��o do ano anterior, teve de ser contornado. Para isso, foi adotado um or�amento de guerra, paralelo ao Or�amento Geral da Uni�o.

 

Foram comprometidos cerca de R$ 800 bilh�es com v�rios programas de apoio a estados e munic�pios, � manuten��o de empregos e de transfer�ncia direta de renda a cerca de 60 milh�es de pessoas desempregadas. Para quem j� tinha um d�ficit prim�rio acima de R$ 100 bilh�es e n�o contava com arrecada��o crescente, o resultado foi uma explos�o da d�vida p�blica, que de 70% do Produto Interno Bruto (PIB) pulou para perto dos 100%.

 

Voltando � primeira frente, vale destacar que apenas o programa de transfer�ncia de renda, mais conhecido como aux�lio emergencial de tr�s parcelas mensais de R$ 600, estendidas at� o fim do ano, depois de reduzidas � metade, ter� custo acima de R$ 200 bilh�es. Imposs�vel de ser mantido no mesmo n�vel e socialmente invi�vel de ser totalmente abandonado, esse aux�lio � hoje o centro de uma pol�mica que, na verdade, vai muito al�m do valor a ser distribu�do.

 

 

Risco/Brasil

 

O governo tem at� a virada do ano para decidir de onde vir� o dinheiro para o programa. Palpites, a maioria infelizes, n�o t�m faltado. O que importa � saber se a solu��o vai significar um furo no teto de gastos, prorrogando por mais um ano a excepcionalidade adotada em 2020, ou se ser�o feitas outras economias para cobrir o programa.

 

Politicamente desgastante, o corte de gastos � sempre muito dif�cil, mas � por ele que passa o melhor caminho. Desrespeitar o teto de gasto para al�m da pandemia ser� demonstrar falta de compromisso com a viabilidade da d�vida p�blica. Ser� dinamitar o que resta da credibilidade do pa�s e provocar mais desvaloriza��o da moeda, a volta da infla��o e da alta dos juros com o agravamento do risco Brasil. � experi�ncia que j� tivemos e que n�o vale a pena repetir.

 

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