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Estado de Minas COLUNA

Sem euforia nem mau agouro a economia brasileira d� sinais de rea��o

Hoje, � animadora a rea��o da economia, mas nem de longe podemos abrir m�o da austeridade. O primeiro trimestre foi de super�vit. Que os pr�ximos tamb�m o sejam


08/06/2021 04:00 - atualizado 08/06/2021 07:31

No mercado financeiro, os economistas e investidores elevaram a previsão de crescimento da economia para este ano(foto: Luiz Prado/Divulgação - 26/8/18)
No mercado financeiro, os economistas e investidores elevaram a previs�o de crescimento da economia para este ano (foto: Luiz Prado/Divulga��o - 26/8/18)

Animados com o crescimento da economia de 1,2% no primeiro trimestre, medido pela evolu��o do Produto Interno Bruto (PIB), os mais otimistas – n�o s�o poucos – manifestaram euforia. Para eles, o Brasil vai fechar 2021 com crescimento entre 5% e 6%, podendo alcan�ar um ritmo chin�s de 7% ou mais em 2022. Assustados e quase ofendidos por essa mesma taxa do PIB, conhecidas aves do mau agouro nacional – tamb�m s�o muitas – apressaram-se em argumentar que “n�o h� nada a comemorar”.

Quem tem raz�o? Ambos ou nenhum dos dois. A verdade � que n�o d� para negar a taxa de crescimento apurada pelo IBGE, assim como n�o d� para ver nela a certeza de que a resili�ncia da economia brasileira permitir� a manuten��o desse ritmo at� o fim do ano. Tomara que sim, dir�o os de boa-f�, tomara que n�o, dir�o os que, por algum motivo, torcem para que tudo d� errado.

Nesse ambiente, o mais adequado parece ser o velho ditado latino: “Virtus in medio”. Parece ter sido dele que se lembraram os mais experientes agentes do mercado financeiro, que, consultados pelo Banco Central (BC) para a montagem do boletim semanal Focus, elevaram de 3,96% para 4,36% a proje��o de crescimento do PIB para este ano e de 2,25% para 2,31% para a do ano que vem. Ou seja, reconheceram o crescimento, mas n�o subestimaram o fato de que a base de compara��o foi muito afetada pela pandemia.

O mercado financeiro trabalha com antecipa��es que v�o de seis a 12 meses ou mais, j� que seus agentes precisam medir o risco dos empr�stimos que concedem. Erros para mais ou para menos nessas proje��es podem significar preju�zos. Como a economia n�o � ci�ncia exata, essa gente se especializou em avaliar tend�ncias. Mas, ao contr�rio dos acad�micos, esses agentes do mercado n�o s�o livres-pensadores, mas, sim, respons�veis pelos neg�cios que dirigem ou que orientam. Sim, conv�m ouvi-los.

Precip�cio

Um bom motivo para isso � que o crescimento do PIB n�o vem sozinho. Em meio aos n�meros favor�veis que a economia brasileira vem apresentando nas �ltimas semanas, vale destacar o sinal de que o pa�s conseguiu sair da rota que o levaria de volta ao precip�cio fiscal ao qual tinha sido lan�ado no bi�nio 2014/2015. Naquela �poca, a irresponsabilidade no trato das contas p�blicas gerou desconfian�a quanto � capacidade de o pa�s honrar seus compromissos.

N�o era para menos. As contas p�blicas desarranjadas causaram d�ficits crescentes (em 2014, foram R$ 17 bilh�es; em 2015, pularam para R$ 114 bilh�es; e, em 2016, R$ 154 bilh�es), medidas descabidas tiravam a pol�tica monet�ria de seu rumo, o endividamento preocupava e as not�cias de corrup��o e desvios de dinheiro p�blico chocavam as pessoas de bem. A recess�o por dois anos seguidos (2015 e 2016) e o desemprego de milh�es de pessoas vieram como consequ�ncias �bvias dessa barbeiragem.

As coisas s� pararam de piorar a partir de 2017, quando um novo comando da pol�tica econ�mica e do Banco Central, com indiscut�vel perfil t�cnico, adotou medidas de acordo com o senso comum da responsabilidade fiscal, al�m de iniciar uma agenda de reformas estruturais.

A sinaliza��o ao mercado de que o compromisso com o equil�brio fiscal era real motivou a institui��o do chamado teto de gastos, dispositivo constitucional que limita o aumento dos gastos correntes de cada ano � infla��o do ano anterior. A aprova��o dessa medida sensata foi uma batalha dur�ssima no Legislativo e, ainda hoje, persistem os que tentam derrub�-la, em favor da gastan�a ilimitada.

A roda da economia voltou ent�o a girar para a frente e, ainda que lentamente, o resgate da confian�a que move os investimentos e gera empregos havia come�ado. Essa lentid�o era e ainda � resultado de incertezas vindas do quadro pol�tico, agravadas por crises pontuais, como a greve dos caminhoneiros e a suspei��o de envolvimento do ent�o chefe do governo com um grupo empresarial do setor agroindustrial.

Pandemia

A convic��o de que a retomada do equil�brio fiscal – postura antag�nica ao populismo pol�tico e � corrup��o dos agentes p�bicos – � condi��o indispens�vel a qualquer pa�s que pretende ter a confian�a do capitalismo financeiro internacional foi, felizmente, mantida pelo governo que tomou posse em 2019.

Isso quer dizer que a pol�tica de austeridade fiscal e o desejo de cumprir uma agenda de reformas do Estado foram mantidos. Somada � queda da infla��o, a continuidade da pol�tica monet�ria reduziu as taxas de juros para n�veis mais pr�ximos do mundo civilizado e, com isso, estava aberta a corrida pela atra��o de investimentos.

A virada para 2020 foi euf�rica, mas durou pouco. Em mar�o daquele ano, j� est�vamos convivendo com a pandemia provocada pela COVID-19. Foi um ano de gastos extraordin�rios e de paralisa��es da economia, que trouxeram de volta a queda do PIB (4,1%).

O mar de incertezas que inundou todo o pa�s s� agora come�a a baixar. Hoje, � animadora a rea��o da economia, mas nem de longe podemos abrir m�o da austeridade. O primeiro trimestre foi de super�vit. Que os pr�ximos tamb�m o sejam.

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