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Estado de Minas COLUNA

PIB se recupera, mas setores que s�o empregadores t�m f�lego curto

Devido �s caracter�sticas do setor de servi�os, a recupera��o mais forte do emprego vai depender n�o s� do crescimento, mas do fim definitivo dos lockdowns


22/06/2021 04:00 - atualizado 22/06/2021 07:24

População só verá geração importante de empregos com recuperação do setor de serviços(foto: Alexandre Guzanshe/EM/D.A Press - 24/3/21)
Popula��o s� ver� gera��o importante de empregos com recupera��o do setor de servi�os (foto: Alexandre Guzanshe/EM/D.A Press - 24/3/21)
Descontados os que, apesar de brasileiros, ainda torcem para o “quanto pior, melhor”, a maioria aplaudiu e viu com os olhos da esperan�a o crescimento de 1,2% da economia no primeiro trimestre deste ano, medido pela evolu��o do Produto Interno Bruto (PIB). Mas mesmo os menos agourentos ficaram intrigados: “Por que o n�vel de emprego n�o sobe na mesma propor��o do PIB?”
 
A resposta � simples; a solu��o, nem tanto. Uma lente sobre os dados do PIB nos revela detalhes que s�o parte da explica��o. A expans�o da atividade econ�mica raramente ocorre de maneira uniforme nos tr�s grandes setores que comp�em a oferta: agropecu�ria, ind�stria e servi�os (incluindo o com�rcio).
 
De fato, a produ��o do campo, especialmente a de gr�os e carnes para a exporta��o, cresceu 5,7% em maio e a ind�stria participou com 0,7% de desempenho positivo (ainda pouco, mas promissor). J� o setor de servi�os, incluindo o com�rcio, cresceu apenas 0,4%.
 
Ocorre que os servi�os respondem por 63% do PIB brasileiro e nada menos do que 68% de todos os empregos criados no pa�s. Ou seja, o crescimento da economia verificado ao longo dos tr�s primeiros meses deste ano passou ao largo dos segmentos que mais empregam no pa�s.
 
Tamb�m a� h� raz�es que merecem a aten��o da parte da sociedade interessada no crescimento econ�mico do pa�s. Por sua natureza, a maioria das atividades compreendidas pelo setor de servi�os depende diretamente da normalidade da vida social, principalmente da que flui no ambiente urbano. Ou melhor, flu�a antes das medidas restritivas – adequadas ou n�o – impostas por autoridades nem sempre preparadas para enfrentar uma pandemia.
 
O com�rcio, por exemplo, conseguiu se virar com os recursos da tecnologia e a transfer�ncia do risco sanit�rio para os heroicos motoboys. Mas isso aliviou apenas parcialmente as perdas e mesmo as grandes redes comerciais foram obrigadas a dispensar m�o de obra para continuar vivas. Enquanto isso, milhares de pequenos e m�dios lojistas choraram a troca de suas placas comerciais – muitas delas tradicionais em suas cidades – por outras com os tenebrosos dizeres “passa-se o ponto” ou “aluga-se”. Imposs�vel n�o nos lembrarmos do primeiro semestre de 2015.
 
Os outros servi�os foram igualmente afetados pela interrup��o da vida social. Hot�is e restaurantes n�o ter�o boas lembran�as do lockdown. Tampouco conseguiram se manter alguns milhares de prestadores de servi�os de beleza, est�tica, gin�stica, confec��o de roupas sob medida e reparos em geral, enfim, toda uma mir�ade de atividades que costumam garantir o ganha-p�o de quem n�o vive dos cofres p�blicos.
 

Empregos

� ineg�vel que os prestadores de servi�os e seus empregados foram duramente afetados pelas paralisa��es da economia. N�o foram s� eles. Pequenas tamb�m s�o milhares de ind�strias, nas quais s�o frequentes os apertos de capital de giro, pesam muito os custos fixos com energia, alugu�is e m�o de obra e o cr�dito banc�rio � caro e estreito.
 
O maior especialista do pa�s neste segmento empresarial, o Servi�o Brasileiro de Apoio �s Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) trabalhava antes da pandemia com um universo estimado em mais de 15 milh�es de pequenos neg�cios em todo o territ�rio nacional. A maior concentra��o, 41%, est� no com�rcio, mas � tamb�m expressiva a participa��o dos servi�os e das pequenas ind�strias, incluindo as de constru��o civil e reformas.
 
A maioria dessas empresas identificadas pelo Sebrae – n�o por acaso, as maiores geradoras de emprego no pa�s – al�m de muito afetada pela pandemia, pelas defici�ncias de capital e pela depend�ncia da volta � normalidade da vida social, n�o ter� a retomada p�s-pandemia t�o r�pida como seria desej�vel.
 
Portanto, devido �s caracter�sticas do setor de servi�os, a recupera��o mais forte do emprego no Brasil vai depender n�o s� do PIB, mas tamb�m do fim definitivo dos lockdowns. Nem vale a pena perder tempo discutindo, agora, se essas paralisa��es tiveram efic�cia cientificamente comprovada contra a COVID-19. Isso a humanidade saber� mais tarde.

Vacina��o

Por enquanto, temos muito a fazer. A provid�ncia mais imediata, a vacina��o, j� est� encaminhada e deve ganhar tra��o na medida em que os pa�ses fabricantes dos imunizantes liberarem as remessas j� pagas pelos clientes. A segunda tamb�m est� em curso, com a amplia��o do prazo de pagamento do aux�lio emergencial aos mais pobres, enquanto se define um programa melhor estruturado nesse campo.
 
Nada contra essa distribui��o direta de renda � popula��o carente, desde que n�o se cometa o velho erro de n�o prever portas de sa�da. Por falar em erro, espera-se que o governo fuja da tenta��o populista de administra��es anteriores, que estimularam o consumo via redu��o de impostos sobre bens dur�veis e f�cil acesso ao cr�dito.
 
Essas e outras irresponsabilidades ajudaram a gerar d�ficits fiscais, que ainda estamos pagando, e a colocar milhares de fam�lias no rol dos negativados na pra�a. Chega de politicagem. A sa�da tem que ser mais inteligente.

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