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Estado de Minas COLUNA DO PEDRO LOBATO

Enfim, as chuvas chegaram para afastar perspectiva ruim para economia

T�cnicos do ONS estimam que outubro ter� resultados bem melhores que os meses anteriores


12/10/2021 04:00 - atualizado 12/10/2021 11:42

Reservatórios das usinas hidrelétricas
In�cio das precipita��es em outubro j� representa recupera��o nos reservat�rios das usinas hidrel�tricas do Sul e Sudeste/Centro-Oeste (foto: Luiz Ribeiro/E.M /D.A Press - 19/3/14)

Andam sem sorte os que costumam torcer contra o Brasil e sua gente honesta. Eles apostavam que a crise h�drica brasileira, “a pior dos �ltimos 91 anos”, provocaria uma in�dita perda na produ��o do agroneg�cio – com evidente desastre na balan�a comercial do pa�s – e, n�o menos dram�tico, um apag�o el�trico generalizado no Sudeste e no Sul, al�m da disparada do pre�o da conta de luz das ind�strias e resid�ncias.

De fato, o per�odo �mido do fim de 2020 e come�o de 2021 foi um dos mais curtos e mais fracos de que se tem not�cia na maior parte do territ�rio brasileiro. Normalmente, o per�odo chuvoso, principalmente nas regi�es mais populosas e industrializadas do pa�s, vai de outubro a abril, com pequenas varia��es (caso das barulhentas tempestades de finais de setembro).

Ocorre que as tais “pequenas varia��es” erraram a m�o no �ltimo per�odo chuvoso que, em vez de outubro, s� come�ou em dezembro e, em vez de abril, terminou em mar�o. O resultado foi a baixa recupera��o do n�vel dos reservat�rios das usinas hidrel�tricas que, tecnicamente, n�o podem ligar suas turbinas com as �guas abaixo de 10% da capacidade de represamento.

Essa falha na reposi��o das �guas que movem as turbinas e garantem ao Brasil uma das matrizes el�tricas mais limpas do mundo coincidiu com o avan�o da campanha nacional de vacina��o contra a COVID-19 e a consequente retomada (ainda que gradual) da atividade econ�mica e da vida social. Vem da� o aumento do consumo, at� ent�o contido por causa da pandemia.

As previs�es eram ent�o conflitantes. As autoridades respons�veis pela gest�o da gera��o e distribui��o da eletricidade insistiam que era pequeno o risco de racionamento este ano, menor ainda o de apag�o. Para isso, contaram com as usinas t�rmicas – de gera��o mais cara e mais poluente. Contudo, n�o tinham como descartar o eventual agravamento da situa��o no pr�ximo ano, caso as chuvas n�o viessem a tempo. Do outro lado, os profetas do caos trombeteavam o mau agouro de que o pior estava por vir, tudo por culpa do governo, que n�o fizera chover no tempo certo.

Recupera��o


A sabedoria popular ensina que profetas sem sorte n�o v�o longe. As chuvas vieram dentro do calend�rio e, na �ltima sexta-feira, o Operador Nacional do Sistema El�trico (ONS), maior autoridade do setor, informou, em seu boletim semanal, que os reservat�rios das usinas hidrel�tricas deram sinais de recupera��o nos �ltimos dias. Os t�cnicos do �rg�o estimam que outubro ter� resultados bem melhores que os meses anteriores, devendo os reservat�rios chegar ao fim do m�s com 49,5% de capacidade, no Sul; 45,8% no Norte; 35,5% no Nordeste; e 15,2% no subsistema Sudeste/Centro-Oeste.

Para esta semana, o ONS tem previs�o otimista para as regi�es Sudeste/Centro-Oeste e Sul, para as quais estima ocorr�ncia de chuvas mais intensas. Al�m disso, o �rg�o prev� que, nessas tr�s regi�es, o consumo de energia ter� uma pequena queda (0,1%), em rela��o a outubro do ano passado. Isso se deve � expectativa de desempenho do setor industrial e da redu��o do uso do ar condicionado em raz�o da ocorr�ncia de temperaturas mais amenas na �rea.

Sim, as chuvas desta primeira quinzena de outubro trouxeram novo �nimo para os empreendedores do campo e da cidade, deixando sem gra�a os agourentos de plant�o. Mas h� pelo menos duas advert�ncias a serem feitas. Ningu�m consegue antecipar os humores de S�o Pedro a ponto de dizer que continuar� chovendo nos pr�ximos meses. Tampouco se pode garantir qual a intensidade de chuvas teremos nesse per�odo.

Desde j�, fica uma li��o. N�o � ruim sermos dependentes de nossos rios para gerarmos a eletricidade de que precisamos. Afinal, rios temos de sobra e muitos deles nos oferecem oportunidades de represamento para a gera��o de eletricidade. N�o se conhece outro meio mais limpo, seguro, barato, renov�vel e indutor de desenvolvimento regional e nacional.

Potencial

Ou reaprendemos de vez a n�o desperdi�ar o que a natureza nos deu de presente – agora com tecnologia mais avan�ada, a qual dominamos – ou continuaremos � merc� das varia��es clim�ticas impostas por essa mesma natureza, senhora das �guas, dos ventos e do sol. Estocar �gua � estocar energia e impedir que ela falte quando o regime de chuvas falhar. � evitar crises que o Brasil n�o precisa ter, desde que trabalhe com ju�zo e intelig�ncia.

Basta ver o que est� ocorrendo na China, segunda maior economia do mundo. Com longa tradi��o no uso do carv�o para gerar energia e calor, aquele pa�s teve de interromper um corajoso programa de redu��o dos gases de efeito estufa. As autoridades locais tiveram de reverter os cortes programados na produ��o de carv�o, para evitar o agravamento de uma crise energ�tica que come�ava a afetar a produ��o industrial chinesa.

Mas, l�, a solu��o est� a caminho. Pa�s que j� tinha a maior hidrel�trica do mundo, a China sabe o que representa estocar �gua para gerar energia e, por isso, acaba de inaugurar a segunda maior, ambas com imensos reservat�rios. E o Brasil, com seu potencial h�drico inexplorado, vai continuar dependendo de S�o Pedro?


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