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Estado de Minas PEDRO LOBATO

A economia mundial perde for�a e vai muito mal, com guerra prolongada

Embora os ventos do hemisf�rio norte sugerem mau tempo para a economia mundial, Brasil pode acabar se saindo bem"


10/05/2022 04:00


A economia mundial vai mal. Hoje, 76 dias ap�s o in�cio da invas�o da Ucr�nia pela R�ssia, j� se sabe que o mundo ter� de conviver por mais tempo com esse conflito e com suas consequ�ncias nos mercados de commodities energ�ticas e alimentares. A escassez e a disparada dos pre�os desses insumos e mercadorias em praticamente todo o mundo agravaram os desarranjos que a crise sanit�ria tinha provocado nas cadeias de suprimento. Tais desarranjos seriam superados ainda no primeiro semestre de 2022, conforme a maioria das proje��es mundo afora.

Mas esse processo de recupera��o tem sido lento e, como se n�o bastasse, severos lockdowns voltaram a ser praticados em grandes cidades da China. Em Xangai, por exemplo, maior porto exportador do mundo, centenas de navios est�o ancorados, implicando desabastecimento de milhares de produtos e insumos industriais aguardados em v�rios pa�ses.

Esse cen�rio ainda n�o autoriza a expectativa mais pessimista de que a economia mundial possa entrar em recess�o, mas indica s�rias perdas, inclusive em pa�ses desenvolvidos como os Estados Unidos e os da Uni�o Europeia, al�m da China. E tudo isso tem provocado uma onda inflacion�ria como n�o se via h� pelo menos 40 anos.

Para o Fundo Monet�rio Internacional (FMI), essa situa��o tende a se agravar nos pr�ximos meses, j� que os bancos centrais de v�rios pa�ses est�o sendo obrigados a tomar medidas de conten��o da infla��o. O aumento do custo do dinheiro, em decorr�ncia dessas medidas, tende a frear a retomada do crescimento, que mal tinha come�ado no per�odo p�s pandemia.

Em sua �ltima edi��o (publicada em 19 de abril) do World Economic Outlook, respeitado relat�rio com proje��es sobre o desempenho da economia de cada pa�s, o FMI reduziu pela segunda vez em 2022 sua expectativa de crescimento da economia mundial para este ano. Desta vez, o corte foi de quase um ponto percentual (0,8), baixando o �ndice de crescimento de 4,4% para 3,6%, muito distante dos 6,1% apurados em 2021.

A China, duramente afetada pelos novos lockdowns, tem previs�o de crescimento reduzida para 4,4% este ano, depois de um crescimento saud�vel de 8,1% no ano passado. J� nos Estados Unidos, a situa��o n�o � menos complexa. O pa�s vive uma infla��o recorde e a autoridade monet�ria pode ter demorado demais para reagir, deixando a pol�tica monet�ria frouxa at� a semana passada.

Agora, boa parte do mercado questiona a velocidade das medidas anunciadas. Afinal, enquanto a infla��o na maior economia do planeta j� bate nos 8,5% ao ano, a mais alta dos �ltimos 40 anos, o Federal Reserve (Fed, o banco central dos americanos) aprovou um aumento de apenas meio ponto percentual na taxa b�sica de juros, elevando-a para um intervalo entre 0,75% a 1%.


POL�MICA

Mais dois aumentos ser�o aplicados ainda este ano, de 0,5 ponto percentual cada um, mas, ainda assim, fica evidente a lentid�o com que a taxa b�sica dos chamados fed funds reage aos �ndices inflacion�rios. Nem mesmo o an�ncio de que o Fed vai iniciar em junho o processo de invers�o da pol�tica de inje��o de liquidez na economia americana, que vinha sendo praticado ao longo da pandemia da COVID-19, acalmou o mercado.

Essa invers�o come�a pela suspens�o das compras mensais de t�tulos da d�vida p�blica (Treasuries e hipotecas), que resultou na amplia��o do balan�o do Fed em US$ 5 trilh�es, e continua com a venda de ativos a partir do m�s que vem.

O mercado teme que esse ritmo de ajuste das taxas de juros seja lento demais para conter a disparada dos pre�os, lembrando que a meta de infla��o para este ano nos Estados Unidos, que � de 2% ao ano, est� cada dia mais distante.

Na m�dia das opini�es, os agentes do mercado financeiro americano esperam que a taxa b�sica de juros feche 2022 em 3% ao ano e chegue a 3,5% em meados de 2023. � bom lembrar que isso poderia provocar uma corrida pelo d�lar, capaz de causar estragos nas economias emergentes, como a do Brasil. N�o �, portanto, sem raz�o que os analistas mais atentos est�o de olho no que far� o Fed nos pr�ximos meses.


E O BRASIL?

Em meio a todo esse cen�rio de desacelera��o econ�mica mundial, como fica o Brasil? De volta ao relat�rio do FMI sobre as perspectivas de crescimento em 2022, vamos encontrar uma novidade que, curiosamente, muitos economistas brasileiros, n�o viram ou ignoraram: o Brasil � uma das gratas exce��es.

Faz sentido. O FMI considera que os grandes produtores e exportadores de alimentos, assim como os fornecedores de petr�leo e g�s, podem sofrer menos com a conjuntura mundial. Mais do que isso, podem at� se beneficiar com a alta dos pre�os das commodities que exportam.

Assim, apesar da infla��o, que tamb�m obriga nosso Banco Central a aumentar os juros, o FMI elevou de 0,3% para 0,8% sua previs�o de crescimento da economia brasileira em 2022. E essa revis�o come�a a ser feita tamb�m por analistas nacionais, a partir da retomada do setor de servi�os e da expans�o do cr�dito. Ou seja, embora os ventos que sopram do hemisf�rio norte sugerem mau tempo para a economia mundial, o Brasil pode acabar se saindo bem.



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