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Estado de Minas M�DIA E PODER

Bolsonaro comete s� um erro na Covaxin, mas o mais grave deles

Presidente pode n�o ser culpado pela pendenga da Covaxin, mas por mandar punir quem zelava pela administra��o p�blica e proteger quem queria fraud�-la


25/06/2021 20:12 - atualizado 25/06/2021 20:26

Bolsonaro optou por mandar atacar o servidor isento e fabricar novos inimigos para jogar aos leões(foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)
Bolsonaro optou por mandar atacar o servidor isento e fabricar novos inimigos para jogar aos le�es (foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Ag�ncia Brasil)
O grande erro de Jair Bolsonaro nessa pendenga da compra da Covaxin, por pre�o, prazo e press�o heterodoxos, foi extra contrato: mandar punir o mensageiro e n�o os respons�veis pela mensagem.

Mandar investigar quem cumpria seu dever de zelar pela lisura na administra��o p�blica e quem denunciava fraudes contra ela. N�o quem queria fraud�-la.

Ou, pelo contr�rio, proteger quem deveria punir e n�o punir quem deveria proteger, respectivamente o chefe da �rea de log�stica do Minist�rio da Sa�de, Lu�s Ricardo Miranda, e seu irm�o deputado, Lu�s Miranda. 

Pelo que se sabe at� agora, at� a reuni�o em clima de de jardim de inf�ncia da CPI que ouviu os dois, hoje, os 
ind�cios mais graves passam longe do presidente.

Membros do governo apressaram a assinatura do contrato e pressionaram pela importa��o e a libera��o de pagamento antes da entrega e mesmo da aprova��o da Anvisa.

Servidores p�blicos se reuniram com empres�rios enrolados em processos que j� causaram preju�zos ao poder p�blico, fora das depend�ncias do Minist�rio da Sa�de, para pressionar de dentro para fora a estrutura de controle do �rg�o.

As notas fiscais (invoice) do pagamento, j� por si indevido, eram de uma terceira empresa, de um para�so fiscal, que n�o constava do contrato.

Pode-se tentar culp�-lo, como se vem fazendo, de prevarica��o, que diz respeito a servidor p�blico que n�o toma provid�ncia a respeito de fraude ou crime de que tenha conhecimento.

N�o se tem prova de que tenha agido, mas tamb�m de que n�o tenha. H� vers�es de que iria passar a den�ncia para a Pol�cia Federal ou de que passou para o ministro da Sa�de, Eduardo Pazuello no dia em que recebeu Lu�s Miranda, Marcelo Queiroga, tr�s dias depois.

Como o Minist�rio P�blico, competente para acionar a PF, j� estava ouvindo o servidor a respeito, a primeira provid�ncia estaria prejudicada. Tendo tomado somente a segunda, teria cumprido a obriga��o no �mbito da corre��o administrativa. 

Toda a pol�mica posterior, de que n�o teria respondido �s cobran�as do deputado, vai na conta da ret�rica parlamentar de um deputado magoado, por v�rios motivos.

Em favor do governo, por sorte e provid�ncia de outros servidores s�rios, da Anvisa, nada mais andou a respeito do contrato dentro do Minist�rio da Sa�de depois da reuni�o do deputado no Planalto. E, de fato, n�o se pagou um centavo.

H� responsabilidades e improbidade administrativa a provar, ainda que n�o tenha se concretizado o pagamento, mas h� margem de sobra para o presidente dizer que as coisas estavam longe de seu conhecimento e responsabilidade.

Poderia ter dito isso, mas optou por mandar atacar o servidor isento e fabricar novos inimigos para jogar aos le�es de sua tropa de choque nas redes sociais, como sempre.

N�o o empres�rio que j� tinha dado cano no governo e os servidores suspeitos de o protegerem. Mais especificamente, tr�s militares em postos de dire��o ou coordena��o: Roberto Ferreira Dias, Alex Lial Marinho e Marcelo Bento Pires. 

N�o se trata apenas do primeiro e �nico e nem de um erro banal. Mas do mais grave. Reafirma seu absoluto despreparo para tomar conta do patrim�nio p�blico que lhe foi entregue nas elei��es.

Algo que a maioria da popula��o j� sabe, mas n�o custa lembrar.

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