
L�zaro Barbosa matou pai e filho em 2007, onde come�ou uma carreira de crimes em s�rie enquanto, vez ou outra, dava uma passeada na cadeia.
Fugiu da pris�o 15 dias depois, voltou a ser preso por mais duas vezes e colocado em liberdade condicional em 2014, apesar de um laudo ter lhe atestado psicopatia severa.
- L�zaro Barbosa morre em tiroteio com a Pol�cia
- L�zaro Barbosa morre em tiroteio com a Pol�cia
A matem�tica � simples. Se tivesse ficado preso da primeira vez e cumprido uma pena m�nima de 19 anos, at� 2026, ainda estaria atr�s das grades e todas as outras mortes teriam sido evitadas.
Donde que, a partir da terceira, todas as mortes podem ser debitadas na conta do Judici�rio que n�o prende e do Legislativo que lhe d� as leis para isso, principalmente. Com uma parcela de culpa para o Executivo e os que defendem o afrouxamento das leis. A saber.
Cheguei a escrever no meu Instagram, com muita contesta��o, que a culpa era do Judici�rio, mas fui contestado por amigos bem formados em Direito.
De que, a n�o ser de L�zaro, a terceira morte e os muitos crimes que cometeu a partir da�, at� durante a fuga e sua morte nesta segunda-feira, deveriam ser tributados ao Legislativo.
� o poder que deveria endurecer, mas tem passado as �ltimas d�cadas afrouxando as leis em nome de uma justi�a social que permeia quase toda a constru��o de intelig�ncia no pa�s. Tamb�m h� tempos.
Mantenho minha tese inicial de que o Judici�rio � o principal respons�vel, porque sabemos que ju�zes diferentes prendem ou soltam com base na mesma legisla��o. Haja vista quem deveria dar o exemplo, o STF, que prende ou solta dependendo da cabe�a do ministro e da lua do dia.
Uma pitada de responsabilidade para o Executivo, que mant�m o sistema prisional e n�o deveria t�-lo deixado fugir da primeira vez. Nem d� �ltima, em 2016, quando estava preso na Papuda, em Bras�lia.
Havia lei suficiente para mant�-lo preso, mas algum juiz mandou solt�-lo em 2014, em liberdade condicional, apesar do tal laudo que atestou nele uma personalidade perigosa. N�o fosse o laudo, havia sobra de provas de reincid�ncia que n�o recomendava liberdade.
Ent�o, pela ordem, Judici�rio, Legislativo e Executivo, com algumas atenuantes, dividem o pr�mio. E que ele sirva de reflex�o para quem — pol�ticos, jornalistas, cientistas sociais e especialistas da �rea — tenha ajudado a contribuir na defesa da flexibiliza��o das leis, nas �ltimas d�cadas.
Eles, que gostam de culpar o sistema pela exist�ncia de marginais, poderiam come�ar a culpar o sistema por n�o mant�-los presos e a exigir que endure�am as penas, na mesma propor��o das restri��es de liberdade.
E — por que n�o? — alguma puni��o para ju�zes.