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Estado de Minas Gastos saud�veis

� poss�vel resolver rombos da Previd�ncia e liberar pa�s para investir

A solu��o ter� de envolver o equacionamento dos passivos financeiros e atuariais dos RPPS, regime de Previd�ncia dos servidores p�blicos, para abrir espa�o or�ament�rio capaz de acomodar maiores gastos em outros segmentos


22/09/2020 04:00 - atualizado 22/09/2020 07:32

Junto à busca de equilíbrio das contas previdenciárias, país demanda novo programa de investimentos públicos, inclusive nas estradas, que não transite pelo orçamento público e, assim, não vai interferir no teto de gastos do governo (foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press 8/8/19)
Junto � busca de equil�brio das contas previdenci�rias, pa�s demanda novo programa de investimentos p�blicos, inclusive nas estradas, que n�o transite pelo or�amento p�blico e, assim, n�o vai interferir no teto de gastos do governo (foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press 8/8/19)

N�o podendo ser alterada antes de 2026, quando completar� 10 anos de sua aprova��o, a PEC do Teto criou uma forma � primeira vista simples e atrativa de conter o crescimento dos gastos e da d�vida p�blica, ao impor que o gasto federal total n�o crescesse mais que a infla��o. O problema � que 94% do gasto da Uni�o � considerado obrigat�rio e, portanto, com crescimento real acima de zero protegido por leis (at� pela Constitui��o), de forma que os investimentos em infraestrutura, praticamente os �nicos itens discricion�rios de peso, h� muito em queda, tenderiam a zerar bem antes disso. � poss�vel um estado como S�o Paulo, o de maior dimens�o num pa�s que tem um forte vi�s ante privado, e que tamb�m aderiu ao teto, viver com investimento zero, quando este alcan�ava em 2010 a bagatela de R$ 30 bilh�es, a pre�os de 2019?

Al�m do teto, a zeragem dos investimentos decorre tamb�m de outro grave problema que vem ocorrendo desde o in�cio da �ltima d�cada, e que muitos n�o notaram, que � a explos�o dos d�ficits dos regimes pr�prios de Previd�ncia, em todas as esferas e especialmente nos estados, cuja grande maioria, al�m do mais, aderiu ao teto. S� para dar uma ideia, o d�ficit previdenci�rio do maior estado da federa��o, S�o Paulo, que era de R$ 6,8 bilh�es em 2008, a pre�os de 2019, pulou para R$ 22,1 bilh�es em 2019 e ir� para n�o menos que R$ 33,4 bilh�es em 2026, crescendo em m�dia 6% acima da infla��o. � mole?

Ou seja, para obedecer ao teto, os governos acabariam tendo de parar de pagar os aposentados e pensionistas. Conseguem imaginar isso? Como muita ideia simples, o teto �, assim, algo que j� nasceu morto. E o pior � que seus maiores defensores, junto com os mercados financeiros, todos os dias na m�dia, nem sequer esbo�am uma solu��o que permita conviver com ele.

Outro problema que azucrina os “teteiros” (ou defensores do teto, onde obviamente n�o me incluo) foi o louv�vel estabelecimento de uma renda emergencial ante a pandemia, que despertou o velho desejo de ampliar o alcance dos benef�cios assistenciais existentes para grupos que antes n�o se enxergavam direito, para muitos aceit�vel apenas no contexto da crise sanit�ria. Nesse caso, a proposta que se faz para n�o pressionar o teto � remanejar – at� eliminando – programas, mas mantendo o gasto assistencial total intacto com outro conte�do, supostamente mais eficiente. Dif�cil progredir nessa linha, pois a c�pula do governo j� disse que n�o propor� o remanejamento, mesmo em favor dos mais pobres, � custa de qualquer segmento inclu�do nos programas atuais.

Assim, a solu��o ter� de envolver duas partes b�sicas e simult�neas. A primeira pode-se chamar de equacionamento dos passivos financeiros e atuariais dos RPPS, para abrir espa�o or�ament�rio capaz de acomodar maiores gastos em outros segmentos, investimento ou n�o. A segunda � um novo programa de investimentos p�blicos que n�o transite pelo or�amento p�blico e, portanto, n�o interfira com o teto.

Para ilustrar o tamanho do problema, divulgo mais n�meros que acabo de levantar tamb�m para o maior estado da federa��o, S�o Paulo, que registrou um d�ficit previdenci�rio de R$ 22,1 bilh�es e investiu apenas R$ 10,3 bilh�es em 2019, em contraste com o que ocorrera apenas nove anos antes. A pre�os desse mesmo ano, havia registrado, em 2010, um d�ficit previdenci�rio bem menor (R$ 13,7 bilh�es) e gastos de investimento tr�s vezes maiores, ou seja, R$ 29 bilh�es.

A pergunta que se deve fazer para todos os entes da Federa��o � a seguinte: em quantos anos os investimentos ser�o zerados, com base nas proje��es oficiais existentes dos d�ficits previdenci�rios anuais?. No caso de S�o Paulo, a resposta � em apenas 5 anos, se nada for feito. Nos demais, os investimentos j� teriam zerado ou se situar�o entre zero e um n�mero pr�ximo de 5. D� para conviver com investimento zero?

A receita b�sica � o ente p�blico aportar ativos para um fundo de previd�ncia RPPS, caso a caso, e monetiz�-los. Escrevi e disponibilizo um projeto de lei (pe�a a [email protected]) que cont�m dispositivos que redirecionam o Programa de Recupera��o Fiscal dos estados em favor do ajuste previdenci�rio; ampliam e facilitam a monetiza��o de ativos; viabilizam o pagamento de precat�rios subnacionais para ampliar espa�o financeiro; aumentam a rentabilidade das aplica��es dos fundos previdenci�rios existentes.

E como n�o adianta s� ampliar o espa�o financeiro, finalmente outros dispositivos criam um programa de investimento financiado com base na compensa��o de tributos pelos executores das obras, a exemplo de v�rios programas j� adotados no Brasil e em outros pa�ses, onde o direito de compensa��o � pass�vel de venda a terceiros, com a vantagem adicional de se eliminar a velha chaga das obras inacabadas, conforme vem alardeando o TCU, coberto de raz�es. (No Peru, o mecanismo se chamou Obras por impuestos, em 2008. Aqui, a Prefeitura de S�o Paulo, com um modelo parecido para investimentos na Zona Leste da capital e, em 2018, o governo de Minas fizeram algo nas mesmas linhas.)

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