
Sem falar nos mortos pela guerra e na gigantesca onda de refugiados (talvez a maior desde a Segunda Guerra), o que chama mais a aten��o em um primeiro momento � a desorganiza��o de certas cadeias de produ��o e consumo, com destaque para o petr�leo e v�rias commodities (especialmente as agr�colas, inclusive fertilizantes) intensamente comercializadas, o que levou a fortes amea�as de desabastecimento e disparada de pre�os.
Isso far� uma grande diferen�a a nosso favor, bastando lembrar do que aconteceu por aqui nas crises petrol�feras dos anos 70 e 80, quando o nosso leque de op��es para reagir rapidamente era m�nimo. Em tempos mais bicudos, j� estar�amos arrumando a mala para uma ida ao FMI. Hoje, somos exportadores l�quidos de petr�leo e temos um volume in�dito de divisas no caixa, relativamente a qualquer vari�vel macro com que se o compare.
Quanto a n�s, ainda que o notici�rio local j� tenha escasseado as men��es aos velhos problemas internos, minha modesta vis�o � de que n�o podemos relaxar no ataque ao “x” da nossa quest�o, que �, ainda, em grande medida, interno. A vis�o de que � interno at� que muitos aceitam. O problema est� � no diagn�stico defeituoso que se faz ao discutir isso.
Isso virou um mantra, reduzindo, em muito, se seguido ao p� da letra, a margem que os governos t�m para atuar. (Ali�s, foi implicitamente para impedir que os governos atuassem muito que a guerra ao aumento da raz�o d�vida-PIB se acirrou).
E foi preciso que macroeconomistas de peso nos EEUU se dessem conta de que os valores que se apresentam nas apura��es dessa raz�o estavam fortemente exagerados, devido ao tipo de c�lculo que se faz – basicamente incorreto, que superestima o valor que deveria ser obtido. (Ao dividirmos um estoque por um fluxo, acabamos inflando muito a dentada que o setor p�blico d� na economia; se tiv�ssemos a mesma dimens�o nas duas vari�veis da fra��o, ou seja, fluxo-sobre-fluxo ou estoque-sobre-estoque, c�lculo an�logo produziria um valor bem menor).
Se um pa�s, como o nosso, tem um grupo relativamente pequeno de “donos do or�amento p�blico” que abocanha uma enorme fatia dele, fixar um teto para o total do gasto obriga, primeiro, a reduzir – e rapidamente zerar – os gastos chamados discricion�rios, ou seja, os n�o obrigat�rios, ou “sem donos”, como ocorre com os investimentos em infraestrutura.
Como o item que mais tem crescido nos �ltimos anos � o relativo �s aposentadorias de servidores p�blicos, a sa�da � equacionar o passivo atuarial dos regimes de servidores, conforme venho defendendo amplamente na m�dia, juntando, grosso modo, reformas de regras com capitaliza��o de fundos previdenci�rios. S� por a� venceremos a velha crise...
