(none) || (none)

Continue lendo os seus conte�dos favoritos.

Assine o Estado de Minas.

price

Estado de Minas

de R$ 9,90 por apenas

R$ 1,90

nos 2 primeiros meses

Utilizamos tecnologia e seguran�a do Google para fazer a assinatura.

Assine agora o Estado de Minas por R$ 9,90/m�s. ASSINE AGORA >>

Publicidade

Estado de Minas BARB�RIE

Caso Mo�se Kabagambe exp�e para o mundo a crueldade do racismo brasileiro

N�o podemos aceitar, indiferentes, o que acontece do nosso lado, na nossa frente. Devemos ter medo de ser coniventes


06/02/2022 04:00 - atualizado 06/02/2022 03:34

Na Barra da Tijuca, cidadão faz selfie diante da barraca onde Moïse Kabagambe foi cruelmente assassinado
Cidad�o faz selfie diante da barraca onde Mo�se Kabagambe foi cruelmente assassinado, no Rio de Janeiro (foto: Mauro Pimentel/AFP)

Uma das not�cias mais horr�veis da semana que passou foi a do rapaz congol�s espancado at� a morte no Rio, na Barra da Tijuca. Mo�se Kabagambe, de 24 anos, fugindo da guerra e da mis�ria no seu pa�s, emigrou para o nosso.

Veio morrer em nossas praias, v�tima de viol�ncia injustific�vel. Um ato de covardia de quatro pessoas contra ele. S� podemos entender que ali, pela agressividade do ataque e o �dio demonstrado, tratava-se do antigo e sempre negado racismo. E da pior esp�cie.

Um racismo estrutural inculcado e inconsciente, latente em nossa cultura que se diz tolerante, que vem do tempo das senzalas e, ainda hoje, habita o imagin�rio coletivo escravagista, patriarcal e preconceituoso.

N�o podemos mais ser permissivos ou ignorar que a discrimina��o negada, quando escapa da censura, sai ainda mais descontrolada do que quando admitida. E continua provocando cenas como as exibidas na cal�ada de uma das mais belas cidades do mundo. E que, infelizmente, exibe a face horrenda no quesito viol�ncia, bandidagem, impunidade. Esperamos, mais uma vez, que tal impunidade n�o triunfe.

O racismo negado leva a atitudes assim por parte de pessoas que recalcaram valores contraculturais que, no entanto, permanecem fora da consci�ncia, ignorados, mas podem ser ativados entrando em a��o quando estimulados por alguma situa��o que os incite.

O �dio contra pretos, gays, transexuais, travestis, enfim LGBTQ+s e mulheres, mostra sua cara continuamente. Homens, brancos, machistas, patriarcais e que sempre se acharam donos do mundo continuam desejando manter seu poder intocado.

Ainda h� quem se oriente por valores ultrapassados, em posi��es f�rreas, duras e dominadoras. Ainda h� quem exer�a a for�a para se sentir macho. O Brasil apresenta �ndices alt�ssimos de assassinatos praticados contra quem ousa ser diferente. Podemos citar v�rias outras v�timas dessa barb�rie.

� incr�vel como a ignor�ncia e o �dio andam � solta em nossas ruas, nos trazendo o desgosto e a indigna��o de ver tais cenas, quando tantas campanhas de protesto s�o feitas e divulgadas.

Esse ato mostra a selvageria, o �dio daquelas pessoas que se uniram para dar vaz�o a toda covardia e pervers�o contra um imigrante jovem e trabalhador, agredido por requerer seus direitos. Depois de morto foi amarrado! Crime cometido a c�u aberto. Pessoas que passavam por aquela barraca n�o se moveram para lhe dar socorro. Houve at� quem filmasse.

Mo�se veio em busca de paz e condi��es melhores de vida com sua fam�lia, mas encontrou o pior dos mundos. Apesar das belas paisagens, andam entre n�s escravagistas, machistas e assassinos.

O dia seguiu e o propriet�rio do quiosque trabalhou normalmente, com o rapaz morto e amarrado atr�s de sua barraca. N�o � monstruoso? Pudesse eu, era pris�o perp�tua.

E mais... De acordo com um parente, quando a fam�lia foi ao IML, encontrou o corpo sem �rg�os, sem autoriza��o da m�e, nem dele como doador. Onde est�o os �rg�os? Em menos de 72 horas, Mo�se foi dado como indigente. Infelizmente, a gente vive aqui, mas estamos na inseguran�a.

Precisamos nos mobilizar para combater essa viol�ncia. N�o podemos aceitar, indiferentes, o que acontece do nosso lado, na nossa frente. Devemos ter medo de ser coniventes. Devemos nos indignar e nos manifestar contra qualquer um que demonstre preconceito e acredite na supremacia de alguns frente a diferentes ra�as, religi�es ou g�neros.

Acredito que, por um mundo melhor, precisamos do feminino, que � fluido, faz curvas, gosta das palavras e do desejo. A sensibilidade salvar� o mundo, independentemente de g�nero, cor, ra�a e religi�o.





*Para comentar, fa�a seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)