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Estado de Minas EM DIA COM A PSICAN�LISE

� hora do voto. Pol�tica � feita para pensar o coletivo

Educar pessoas para priorizar o melhor para todos n�o � f�cil. Votar � fazer aposta naquilo que � mais importante para a vida em comunidade


25/09/2022 04:00 - atualizado 24/09/2022 01:33

Ilustração mostra dois braços e menina caminhando sobre um deles

Uma luta di�ria que travamos contra n�s mesmos � a de nos obrigar a ser corretos, agir eticamente, at� mesmo quando ningu�m nos v�. Nos comportar presentes e conscientes de que vivemos numa coletividade e para tal o que � melhor para um pode ser o pior para todos.

Pensemos a pol�tica. Ela � feita para pensar o coletivo e educar pessoas no sentido de priorizar o melhor para todos. � hora do voto e votar � fazer uma aposta naquilo que � mais importante para a vida em comunidade.

Acredito que uma das coisas mais dif�ceis e trabalhosas na vida � a educa��o. Os pais, no cotidiano, t�m como objetivo a humaniza��o necess�ria de sua cria. Explico: vivemos na cultura e n�o na natureza. N�o nascemos com instintos como os animais e, portanto, nascemos sem saber como sobreviver e, prematuros, ca�mos nas m�os do outro.

Esta depend�ncia absoluta � penosa para quem cuida de um outro ser por tempo integral, sob risco de que ele n�o sobreviva. Pesa o trabalho, noites maldormidas, responsabilidade extrema. Mas a esp�cie continua apesar disso, e o afeto envolvido nesta chegada ao mundo e em ver os filhos crescendo compensa o sacrif�cio.

Mas n�o vamos negar que educar � tarefa de her�i. Ser educado tamb�m! Uma tarefa que exige trabalho constante, presen�a e uma boa dose de paci�ncia. Educar n�o � simplesmente dizer ‘isso pode’, ‘isso n�o pode’. Essa � a parte f�cil. A dif�cil � repetir o mesmo tantas vezes quantas necess�rio for e perceber que n�o cola f�cil.

E por qu�? Se somos racionais e nos d�o as regras da conviv�ncia, por que n�o aprendemos logo e facilmente? Porque nenhum manual vai esgotar esta complexa transmiss�o de sensibilidade, racionalidade e principalmente afeto suficiente para aceitar este sacrif�cio.

Ser educado � ser enquadrado, podado, castrado naquilo que � natural. Por exemplo, uma crian�a pequena contrariada. Ela berra, sapateia, faz birra em p�blico, deixando os pais constrangidos.

Uma crian�a n�o compartilha o que � seu, bate na outra que pegou seu brinquedo preferido porque tem ci�me e � possessiva. Bate na m�e que tomou a colher com a qual espalhava comida para todo lado, privando-a de seu prazer. Fica com �dio quando � hora de deixar a brincadeira para tomar banho ou ir ao banheiro quando poderia simplesmente fazer suas necessidades ali mesmo. Quando separada da m�e, desespera. Quando tem um irm�o, rivaliza.

Todos esses comportamentos apontam para o ego�smo do come�o da vida, que n�o acaba, � moderada pela educa��o, em parte mascarada. Para a crian�a pequena, tudo que � eu, � bom, o que n�o � eu, � ruim. Crian�as por volta de seis meses estranham pessoas que n�o conhecem. Tudo � eu, tudo � meu.

Ent�o, n�o basta aprender as regras. � preciso que o processo seja paciente e amoroso. A crian�a aceita abandonar o natural para adquirir regras por amor. Ela aceita as priva��es porque precisa ser amada por uma quest�o de sobreviv�ncia.

Ainda assim, ser� preciso um percurso longo de repeti��es para que aceite abrir m�o da agressividade, controlar a raiva, se higienizar, aprender a cuidar de suas coisas, se organizar. Ganhar a capacidade e consci�ncia de se comportar na vida social abrindo m�o de comportamentos antissociais.

E este processo demorado exige muito dos pais at� a vida adulta do filho. Na adolesc�ncia, precisam ser firmes, lidar com a argumenta��o constante e o desafio pr�prio da idade! Mesmo assim, muitos adultos permanecem infantilizados como se n�o tivessem aprendido a li��o ou porque n�o a receberam de forma aceit�vel, com amor e respeito.

Enfim, a educa��o � a maior tarefa e o grande desafio de nossas vidas e n�o falo apenas de estudo, col�gio e professores, mas, principalmente, a educa��o que como dizem “vem do ber�o”. � o trabalho dos pais, responsabilidade gigante e coragem para frustrar constantemente um pedacinho de si mesmo no filho e, muitas vezes, se sentir no papel de “o chato do peda�o”. N�o � f�cil. � dif�cil.

Mas tudo vale a pena se a alma n�o � pequena, disse o poeta. E tornar um ser humano em uma pessoa em condi��es de viver e amar, mesmo sendo resultado de muita peleja, � uma grande realiza��o e traz a alegria da miss�o cumprida!

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