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Estado de Minas EM DIA COM A PSICAN�LISE

Precisamos, urgentemente, derrubar h�bitos medievais

A sociedade ainda n�o aprendeu que qualquer forma de amor vale a pena. Temos obscenos bols�es de segrega��o da popula��o LGBTQIA+


20/11/2022 04:00 - atualizado 19/11/2022 00:23

No Rio de Janeiro, manifestante usando máscara ergue cartaz cujos dizeres defendem respeito à vida de negros e da população LGBT
Manifestante exige respeito a cidad�os LGBTQIA+ e aos negros, durante protesto no Rio de Janeiro (foto: Mauro Pimentel/AFP)


“A cultura antiga se sepultara negramente, como um clar�o estrangulado numa cordilheira sombria de dogmas, chumbando na ignor�ncia o esp�rito humano. Nada respirava sadiamente e livremente. E prosseguia a obra surda da demoli��o das belezas antigas, da filosofia antiga, da arte antiga, e o mundo era o atraso, a esterilidade, o fanatismo, a mis�ria, sem pensamento e vazio, numa hierarquia dura de valores sob o controle dos bar�es feudais e da autoridade eclesi�stica, macerado de sofrimentos, a�oitado por um vendaval de misticismo que lhe obnubilara o sentido claro e feliz da vida, enlouquecido pelas perspectivas l�vidas da morte.”

Estas palavras de Djair Menezes publicadas na Revista Cear� s�o a prova de que � preciso estarmos sempre atentos. N�o basta ficarmos satisfeitos porque o mundo continua girando em torno de seu eixo. � preciso faz�-lo andar. Renovar e derrubar h�bitos obsoletos.

N�o que seja f�cil. Com o avan�o da ci�ncia e da tecnologia e a queda do obscurantismo pr�prio daquela �poca, muito saber se produziu. Costumes mudaram, mulheres se libertaram, fam�lias se desfazem e refazem assimilando m�ltiplas possibilidades de conviv�ncia. Atrav�s dos tempos, mudamos, e o mundo tem outros paradigmas.

Daqui a alguns anos, seremos outros. Assimilar o novo, nos livrar do tradicionalismo que nos engessa (muitos ainda pensam como os medievais) faz, de fato, a vida ser mais leve, com espa�o para a diversidade e a liberdade para realizar desejos.

Imaginem a gente vivendo naquele tempo de premoni��es e religiosidade poderosa, que podia nos levar a mortes horr�veis – na fogueira, por exemplo, se f�ssemos um pouquinho ex�ticos. Ou apedrejados e empalados por nossas diferen�as!

Aprisionaram o marqu�s de Sade, tomaram-lhe tinta e papel, mas ele escreveu com sangue e fezes, ditou hist�rias. Cortaram-lhe a l�ngua. Hoje lemos seus contos e obras, e eles nos parecem mon�tonos.

Atualmente, a liberdade � ampla. Nunca supusemos que um dia dar�amos nome a cada forma de gozo. Exemplo disso s�o os LGBTs, que v�o multiplicando as letras, cada uma delas representando uma forma poss�vel de gozo. Tanto que se tornou LGBTQIA+. O sinal “mais” sugere continua��o, infinitizando a singular multiplicidade das parcerias.

Ainda hoje, a sociedade – conservadora que se cr� moderna – n�o absorveu que qualquer forma de amor vale a pena. Seja qual for a forma de gozo, precisamos conviver, aprender e trabalhar no esfor�o de retirar as pessoas da lista negra. Da vida marginal e miser�vel.

Ainda temos obscenos bols�es de segrega��o. Transexuais e travestis at� hoje marginalizados, indesej�veis, muitos deles por falta de oportunidades de trabalho. Para sobreviver, apelam para a prostitui��o. Isso n�o � justo. Felizmente, encontram agora, na pol�tica, apoio consider�vel do eleitorado, o que demonstra que h� quem possa amar o diferente.

� preciso aceitar que o g�nero nem sempre concorda com o corpo biol�gico. Ningu�m manda no cora��o. Se pud�ssemos escolher formatar desejo e corpo, talvez prefer�ssemos assim. A quest�o �: o corpo n�o determina o que desejamos. Por�m, a invers�o n�o incapacita as pessoas de serem inteligentes, produtivas e capazes. Dignas de contribuir para a sociedade na qual tenham direito ao respeito. Mesmo – e principalmente – para os que n�o s�o capazes de compreend�-los.

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