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Estado de Minas EM DIA COM A PSICAN�LISE

Estruturas afetivas e a educa��o enquanto princ�pio da realidade

O real jamais ir� se curvar �s nossas vontades. Ao contr�rio, devemos nos curvar diante dele. Da vida como ela �


13/11/2022 04:00 - atualizado 12/11/2022 03:42

ilustração mostra garoto segurando bola de futebol, olhando ameaçadoramente para o lado

Na �ltima semana falei sobre os fen�menos de massa segundo descreveu Freud ao explicar as forma��es de grupos do tipo ex�rcito, igrejas e, com frequ�ncia menor, por�m n�o menos importante, algumas seitas delirantes. A partir da identifica��o, que � a mais antiga liga��o afetiva com outra pessoa, adquirimos dela um tra�o, seja negativo ou positivo, que se torna parte de n�s.

Da� em diante aquele tra�o nos pertence, faz parte do nosso eu e todos aqueles que t�m o mesmo ideal e o mesmo tra�o comum ser� tratado como irm�o, como semelhante em rela��o ao l�der, a uma ideia, um ideal.

� o que ocorre tamb�m nos casos de hipnose. O hipnotizador consegue adentrar no eu do hipnotizado e, assim, assume o dom�nio de seu pensamento e a��es, fazendo daquele um servo fiel. Outro exemplo: quando nos apaixonamos. Somos servidores volunt�rios do amado e em tudo queremos agrad�-lo, satisfaz�-lo para que fique bem contente conosco, e n�o corramos o risco de perd�-lo.

Assim tamb�m, quando crian�as, n�s desejamos agradar nossa m�e, pois ela � nossa fonte de sobreviv�ncia. Caso nos abandone e n�o haja substituto, estamos fritos, isto �, mortos, j� que nascemos muito prematuros e levamos anos para alcan�ar a independ�ncia.

De fato, nossa depend�ncia f�sica e emocional com o outro � estrutural. Vem do nascimento e de muitos anos depois de nascidos. E quando beb�s ainda sentimos que o que � eu � bom, e o que n�o � eu � ruim. Por exemplo, um beb� de aproximadamente seis meses estranha tudo que n�o lhe � familiar. A crian�a se sente amea�ada pelo que lhe � estranho.

� a educa��o que nos apresentar� ao mundo, pela linguagem, e tudo que nele � de boa forma. Dever� nos ensinar a sacrificar uma cota da naturalidade para pertencer � cultura, por exemplo, abrir m�o de parte da agressividade. A boa educa��o nos far� ver que os diferentes n�o s�o exatamente amea�adores, s�o apenas diferentes.

Nossa natureza � dura, caprichosa, n�o quer ser contrariada. Entretanto, aceitar a educa��o implica justamente abrir m�o dessas caracter�sticas infantis. Abrir m�o de parte do princ�pio do prazer pelo princ�pio da realidade.

� mole? N�o. Mas extremamente importante se quisermos conviver em sociedade, pois, para isso, precisamos entender que nossa liberdade vai at� onde n�o invade o limite do outro. Devemos aprender a seguir leis, normas sociais, calar para dar vez ao outro de se expressar e aceitar quando se perde um jogo, sem sair acusando o vencedor de trapacear, o que seria a rea��o primitiva.

Tentamos nos agregar aos nossos iguais e h�, muitas vezes, repulsa das diferen�as. Se crescemos assim, sem esclarecimentos necess�rios para viver no mundo entre outros, seremos mis�ginos e ignorantes. E assim teremos um mundo segregacionista que rejeita tudo que n�o � como eu, assim como fazem as crian�as.

Ocorre ser este um dos maiores motivos de a vida ser dif�cil. A educa��o que ensina limites � fundamental. Ela nos exige aceita��o daquilo que � como �. O que n�o pode ser mudado. O real, por exemplo, jamais ir� se curvar �s nossas vontades. Ao contr�rio, devemos nos curvar diante dele. Da vida como ela �.

Diante das leis e regras, temos de nos submeter, aceitemos ou n�o. As castra��es, temos de aceitar. Aceitar, d�i menos. Sem isso, ser�o muitos os trope�os, na melhor das hip�teses. 

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