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Estado de Minas EM DIA COM A PSICAN�LISE

Cuidado com a armadilha dos discursos vazios

Vivemos a overdose de fake news e boatarias. O que nos interessa esse bl�-bl�-bl� especulativo sobre tudo? � puro gozo?


27/11/2022 04:00 - atualizado 25/11/2022 23:23

Ilustração mostra rostos de duas pessoas discutindo, com canhões sobre as respectivas línguas
(foto: ILustra��o de Pac�fico)

Neste momento, todo cuidado � pouco. E n�o s� com a COVID-19, que volta a dar not�cias, numa desagrad�vel variante. Mesmo leve e sem hospitaliza��o, s�o muitas as not�cias de pessoas que a contra�ram, mas j� sem tantos danos, o que � um pouco menos ruim.

Cuidado tamb�m � bom companheiro nesta hora de boatarias e fake news. N�o podemos mais escutar not�cia sem duvidar da sua veracidade. Quando a m�dia formal noticia, espera-se que tenham feito antes a confer�ncia e isso torna mais confi�vel o fato noticiado. Mas n�o quer dizer que haja alguma manipula��o pol�tica.

Qualquer conversa, por mais que se denuncie o “disse me disse”, convida as pessoas a darem cr�dito ao que escutam e, sejam verdades ou mentiras, tem efeitos sobre aquelas pessoas.

Ainda h� as campanhas de difama��o e as cr�ticas, de forma que qualquer um que apare�a na m�dia � escrutinado. Por exemplo, o pre�o da blusa da Janja, a pergunta sobre qual � o lugar dela, como se houvesse lugar marcado, tipo cada macaco no seu galho, configurando maliciosidade e desvaloriza��o. Gilmar Mendes e Lula comendo camar�o e champanhe. Desaforo, deveriam comer arroz com feij�o! S�o do PT.

No livro “A ilha do pavor”, Jo�o Ubaldo Ribeiro (in memoriam) colocou na boca do ind�o Galdino o seguinte argumento: “Os brancos acham que �ndio s� gosta de graveto e terra. N�o! Os �ndios gostam de ‘aramofada’, de ‘�ucar’.”

O ser humano, por mais sem recurso que seja, aprecia o que � bom tanto quanto os que t�m posses. Esse tipo de argumento aponta para o discurso de �dio de classe. Por exemplo: “o aeroporto virou rodovi�ria”; “o que � fino e caro n�o deve ir para o bico de qualquer um”; “Bolsonaro est� deprimido, com certeza pode estar baqueado. O candidato perdedor n�o tem de gostar”...

De fato, n�o gosta. Mas ficar fazendo an�lises supondo depress�o, adoecimento ou que ele est� tramando alguma coisa, s� saberemos quando for de fato demonstrado. O que nos interessa este bl�-bl�-bl� especulativo sobre tudo? � puro gozo?

Portanto, convido os oponentes a elevar � dignidade esta dicotomia, que em nossa sociedade beira a viol�ncia, quando falta o respeito pelo diferente. Seria necess�rio agora p�s no ch�o da realidade e menos imaginariza��o de tudo o que se v� e ouve, impedindo, assim, criar e acreditar que sombras na parede s�o quimeras.

Lima Barreto, no livro “O triste fim de Policarpo Quaresma”, o qual recomendo, relata que o imaginativo e obsessivo patriota major Policarpo, sob efeito de emo��es, experimenta a doce embriaguez dos sentidos, que nos tiram o envolt�rio material e ficamos s� alma, envolvidos em branda atmosfera de sonhos e quimeras.

Emo��es exaltadas em excesso fazem isto: nos envolvem numa atmosfera delirante, que s� pode conduzir ao desequil�brio e � falta de cr�tica racional, necess�ria para a vida comum.

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