� dif�cil compreender a falta de empatia de grande parte dos pol�ticos. S�o pol�ticos para servir ao povo, administrar e cuidar para que tudo funcione da melhor forma dentro do poss�vel para a sociedade que os elegeu. Pergunto-me por que isso n�o acontece.
H� ocasi�es em que a realidade e os fatos parecem desconectados da racionalidade e do momento. Algo do tipo dar tiro no pr�prio p�. Por exemplo, o que aconteceu �s v�speras do primeiro turno das elei��es, quando o governo federal bloqueou verbas (R$ 328 milh�es) das universidades federais, gerando p�ssima repercuss�o para si pr�prio.
� dif�cil entender. Mais sinistro ainda � insistir no erro. O segundo corte, o atual, amplamente divulgado nos �ltimos dias, causa indigna��o. Aqui n�o incluo outras perdas acumuladas na gest�o.
A Andifes – Associa��o Nacional dos Dirigentes das Institui��es de Ensino Superior – disparou o alerta para o bloqueio de R$ 244 milh�es. Or�amento este que inclui pagamento de empregados, residentes m�dicos, terceirizados, contas b�sicas, contratos e servi�os, bolsistas, que ficar�o a ver navios.
Essa medida irrespons�vel brinca com a vida alheia, instalando inseguran�a e medo. Gera o caos nas contas das universidades, que j� v�m sofrendo diversos cortes e retalia��es, sendo a educa��o tratada como a �ltima prioridade. Esta medida precisa ser revista e impedida imediatamente.
N�o podemos aceitar tantas pessoas desamparadas no final do ano. Nem em tempo algum, pois todos t�m compromissos. Cada vez que se suspende o pagamento de um trabalhador, estudante ou servidor, esse ato os coloca em situa��o de vulnerabilidade.
Tamb�m ocorreram cortes para pesquisas cient�ficas e tecnol�gicas, farm�cia popular, sa�de. Esse s� n�o foi pior por causa da COVID-19, quando o SUS se mostrou absolutamente indispens�vel e disse claramente a que veio.
Ent�o, nos cabe questionar: o que significa tudo isso neste momento?
Compromissos e pactos sociais deveriam ser confi�veis, mas, infelizmente e lamentavelmente, n�o podemos confiar neles. Percebe-se que o caos se instala quando todas as institui��es garantidoras de estabilidade social, da educa��o e da sa�de precisam suspender servi�os, romper compromissos devido a cortes s�bitos e pactos quebrados pela administra��o da qual dependem.
� inaceit�vel e revoltante que tais institui��es sejam tratadas como se n�o tivessem valor algum. Mas num pa�s em que grande parte da popula��o est� em situa��o de pobreza ou mis�ria, em que crian�as pedem ao Papai Noel cestas b�sicas para comer, se continuarmos nessa toada, teremos fila por uma vaga para moradia nas cal�adas.
Que o pr�ximo ano nos traga algum consolo. Que os pr�ximos anos sejam de mais trabalho e oportunidades, porque n�o queremos viver de caridade. O povo precisa de dignidade e s� o trabalho traz para o homem valor agregado ao sal�rio.
Por mais que sejam necess�rios programas de aux�lio, estes devem ser de curto prazo, pois o que faz crescer um pa�s e um povo s�o as oportunidades e perspectivas.