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Estado de Minas EM DIA COM A PSICAN�LISE

Livre arb�trio pressup�e, antes de tudo, educa��o e �tica

Nosso grande eu narcisista, somado ao livre arb�trio, atinge o outro. Precisamos nos educar, nos pautar na �tica, respeitar leis que s�o para todos


29/01/2023 04:00 - atualizado 28/01/2023 02:28

ilustração mostra o rosto de um indígena

� triste ver as fotos dos ianom�mis mag�rrimos, desidratados e morrendo, conforme informa a imprensa. Disseram ainda que a Pol�cia Federal abriu investiga��o para apurar poss�veis crimes de omiss�o e genoc�dio relacionados � crise que vive a popula��o ianom�mi em Roraima.

O mesmo desalento nos atinge ao vermos as lindas �guas do Tapaj�s, verdes como o mar, ficarem turvas em Alter do Ch�o – importante balne�rio do Par� atingido pelo garimpo ilegal, no ano passado.

Tamb�m o nosso Rio das Velhas morreu diante de nossos olhos, sem interven��o em seu socorro. Depois das chuvas, ele baixa deixando lixo pl�stico espalhado nas margens e cercanias, na rodovia que o margeia. Nada sobrevive nele.

Sem falar da guerra l� do outro lado do mundo, a quest�o dos refugiados e tantas pelejas mais, desde sempre causadas pelos homens. Sempre os homens... estragando a pr�pria vida, a natureza. E o outro.

Hoje mesmo, a rep�rter narrava no r�dio outra trag�dia cotidiana: homem namorava h� oito meses, come�ou a ser grosseiro e bruto com a mulher. Por isso ela terminou o namoro. Ele n�o aceitou, bateu nela e a roubou. A mo�a escapou com vida, podemos considerar que teve melhor sorte em compara��o a tantas outras.

Penso que o livre arb�trio que permite ao homem liberdade, autonomia, autogoverno e independ�ncia � uma coisa muito boa, por�m tem de saber us�-lo. Cotidianamente, d� margem a grandes desvios. Os que tiveram mais oportunidade na fam�lia de receber orienta��o, valores e afeto t�m maiores chances de suportar a realidade.

At� aqueles carentes desses cuidados e de educa��o afetiva podem esperar a reden��o do sofrimento e desamparo no outro, e a frustra��o e separa��o se tornam motivo de �dio deste outro, cuja posse permitia tudo. Nenhum relacionamento pode oferecer o que esperamos. Nem � eterno, porque somos �nicos e n�o formamos o par onde dois se tornam um. E, no amor, se anseia o Um. Fus�o imposs�vel – neste caso, perder o outro � se perder.

O livre arb�trio, separado de uma �tica e de um desejo do sujeito que lhe d� sentido para viver, permite crer que podemos tudo o que queremos. Mas n�o. Enquanto sujeitos, devemos saber nos posicionar diante de separa��es e perdas, mesmo se as detestamos.

Sem isso, encontraremos os maiores problemas. Seguir�amos a imperiosa vontade, o que d� na gana, n�o suportamos frustra��es. E assim vemos o pequeno perverso polimorfo infantil (perverso porque o prazer n�o conhece ainda regras, moral e limites), conforme nos apontou Freud sobre a condi��o humana.

O perverso infante n�o aceita o que lhe traz perdas. A crian�a birrenta e incontrol�vel assume terr�veis formas. � a infelicidade de muitos para o gozo de poucos.

O mundo animal, os bichos guiados pelo instinto, nascem sabendo o que fazer. Agem de acordo com a natureza, sem livre arb�trio para optar pelo pior, como n�s. N�o s�o cru�is quando contrariados ou por vaidade, como n�s.

Dotados de linguagem, entendimento e sabedoria, fizemos coisas maravilhosas e tamb�m permitimos que este mesmo mundo seja um inferno para muitos. Temos em n�s o bem e o mal.

No desamparo e vulnerabilidade em que vivemos, precisamos uns dos outros. N�o controlamos a realidade, o tempo, as for�as da natureza e nem a n�s mesmos. O inconsciente � um desconhecido em n�s.

Por isso, precisamos nos educar, nos pautar na �tica, respeitar leis que s�o para todos. Nosso grande eu narcisista, somado ao livre arb�trio, atinge o outro. N�o somos bons, temos tend�ncia � perversidade, a preferir nosso gozo, a recusar frustra��es, perdas e justas divis�es. Nestes casos, n�o nos importamos com o outro, seja do mesmo mundo, do mesmo bairro, da mesma rua.

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