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Estado de Minas EM DIA COM A PSICAN�LISE

Da jovem estuprada e � descriminaliza��o da maconha, uma sucess�o de erros

Nem sempre compreendemos nossos motivos por optar entre um ato e outro. Isso nos lan�a diretamente ao terreno da �tica, de pensar e decidir antes de agir


13/08/2023 04:00 - atualizado 14/08/2023 14:42
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Ilustração mostra um ser diante de labirinto
(foto: Pixabay/Reprodu��o)

Uma sequ�ncia de erros e uma situa��o tr�gica. Se toda a��o tem rea��o, fica claro que muitas das trag�dias assistidas, desde sempre, s�o o resultado de erros que foram se acumulando, crescendo e, sem bom senso ou um ponto de basta, levaram ao sofrimento e � perda.

Logo o que sempre evitamos, o sofrimento e a dor, n�s mesmos buscamos por nossas a��es, e nem sempre cientes disso. Algo em n�s nos conduz, �s vezes, ao pior. Conclus�o: n�o somos confi�veis. Desconfiemos de n�s.

O livre arb�trio, a liberdade de escolha, nos confere grande autonomia, mas igualmente nos faz respons�veis pelos nossos atos. Ou deveria. Agimos e nos posicionamos de acordo com nossas pr�prias escolhas, mas o fato de sermos dotados do inconsciente nos faz errantes.

Nem sempre compreendemos nossos motivos por optar entre um ato e outro. Isso nos lan�a diretamente ao terreno da �tica, de pensar e decidir antes de agir. Assim pensando, estamos cada vez mais implicados com a responsabilidade diante do que fazemos, como fazemos e por que fazemos.

O fato de ter este poder de escolha faz a pessoa presenciar sequ�ncias de erros cometidos por n�o se responsabilizar pelos atos e suas consequ�ncias para si pr�prio e para o outro. 

Refiro-me ao terr�vel acontecimento da pen�ltima semana, quando a mo�a bebeu demais, ficou inconsciente, os amigos a mandaram para casa em um carro de aplicativo, o irm�o dormindo n�o atendeu, o motorista a deixou no passeio, um homem a levou, estuprou e abandonou.

Parece filme. Mas � vida real. Podia ter sido levada ao posto de atendimento, e nada dissto teria ocorrido. Cada etapa do trajeto mostra um erro que podia ser evitado, mas culminou numa tr�gica noitada. Do prazer ao horror. Consequ�ncia de v�rias escolhas que n�s, humanos, podemos fazer e est� claro que nem sempre fazemos o melhor. O individualismo nos faz livres, por�m, n�o nos ensina que quanto mais poder de decis�o, maior � a nossa responsabilidade.

Tudo por prazer; tempo � dinheiro; ningu�m vai ver, posso. Sequ�ncia de irresponsabilidades e gozo excessivo da puls�o de morte. A intoxica��o do organismo faz desaparecer o sujeito, que abandona seu corpo, permitindo que fa�am o que quiserem com ele. O dinheiro como valor maior no capitalismo nos faz pensar que perder tempo com o outro � preju�zo. Finalmente, a ideia de que se pode gozar do corpo outro com ou sem seu consentimento.

Tudo humano, tudo demasiadamente humano. Divulgado na TV aberta e altamente comentado, com espanto.  De fato, o real mais parece surreal. S� a �tica pode nos salvar da nossa humanidade, nada mais.

Outra pergunta que n�o quer calar sobre a �ltima semana � a descriminaliza��o da maconha. Outro erro. Se ent�o ser� legal circular com at� 60g, falta pensar que sua comercializa��o dever� igualmente ser liberada, finalizando talvez com grande parte do narcotr�fico e da ilegalidade do com�rcio. Esta legaliza��o derrubar� o grande foco de criminalidade e marginalidade na sociedade, al�m de gerar impostos para o Estado, como qualquer produto.

Ou ser�o os usu�rios, n�o entro aqui na quest�o de julgar ou defender este sujeito, obrigados a permanecer na ilegalidade e marginalidade ao adquirir o produto das m�os de criminoso?

Assim, se for para descriminalizar o uso, deve-se regulamentar a distribui��o do produto (comprovadamente ansiol�tico e recomendado como medicamento quando extra�do do THC, o canabidiol), este ato deve levar em considera��o que o portador adquiriu. Deve-se, ent�o, estabelecer pontos de venda legalizados. Como no Uruguai, em Nova York e em outras cidades e pa�ses.

Quanto ao dano do uso para o usu�rio, o mesmo vale para o �lcool, ou qualquer outro excesso, at� mesmo a comida. Tudo em excesso � ruim. E a escolha �tica deve trazer o fiel da balan�a para o equil�brio.

Para finalizar, desejo aos pais um �timo dia. Prometo falar sobre a paternidade semana que vem!

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