Direto de Buenos Aires: Esquerda unida jamais ser� vencida

N�o fossem a l�ngua, a cor (azul ao inv�s do vermelho) e a lingui�a (no lugar da mortadela), eu juraria que estive num com�cio de Lula e do PT

Uma estranha coincid�ncia me trouxe a Buenos Aires no dia da posse do presidente eleito Alberto Fern�ndez e da ‘vice’ Cristina Kirchner. Escrevo este texto ainda na capital da Argentina. Entre trabalho e lazer, n�o me furto a observar a cena pol�tica de onde estou.

Nas ruas, vejo palanques e shows por todos os lados. Tudo gratuito, claro. Cerveja, empanada e chorip�n (p�o com lingui�a) distribu�dos fartamente. Discursos populistas e messi�nicos prometem uma Argentina que jamais existir�. Enquanto a tigrada se diverte, o mundo real continua na labuta: quem trabalha - e vive do pr�prio trabalho - n�o tem tempo para isso.

Buenos Aires nos avisa: a esquerda dificilmente morre. Pior. A esquerda n�o aprende nada; n�o esquece nada. Algu�m, a� no Brasil, n�o se cansa de demonizar o Judici�rio e se dizer v�tima de uma persecu��o penal injusta e mentirosa. Por aqui, ouvi o mesmo. A gatuna Cristina prometeu ca�ar (inconstitucionalmente) quem lhe ca�ou (constitucionalmente). E cassar tamb�m.

Ela e seu bando, como Lula e o dele, foram flagrados em esquemas de corrup��o gigantescos. Nessa ter�a (10), ao tomar posse como vice-presidente, prometeu reestruturar integralmente o judici�rio federal a fim de encerrar as acusa��es mentirosas e pris�es arbitr�rias (palavras dela, � claro). Que diabos significa ‘reestruturar’? Bem, s� ela e o fantoche-presidente poder�o dizer.

Kirchner s� est� solta gra�as aos privil�gios que det�m como ex-presidente. Como no Brasil, na Argentina existe uma esp�cie de foro privilegiado. A Am�rica Latina � pr�diga em criar leis que protegem governantes ladr�es. � pr�diga tamb�m em transformar pa�ses com potenciais incr�veis de prosperidade em ilhas de absoluta pobreza e desesperan�a.

Pesquisa recente do Datafolha mostrou que 25% dos eleitores brasileiros confiam em Lula desde sempre. N�o � pouca gente. Quanto mais pobre e menos escolarizada a popula��o, mais enganada e manipulada ser�. � justamente neste estrato social que o PT resiste.

Na Argentina, idem. Motoristas de Uber, por exemplo, da categoria ‘Conforto’ (semelhante � Black, no Brasil - carros melhores e mais novos) n�o confiam em Cristina. J� os taxistas, confiam. Nos hot�is, o staff da recep��o e restaurante n�o confia. Camareiras e porteiros, sim. Sempre que renda e escolaridade interferem, os resultados mudam.

Obviamente � assim no mundo todo, mas na Am�rica Latina tal condi��o � dram�tica. As esquerdas sempre souberam disso e calibram o discurso de forma a transformar seus crimes em ‘mentiras inventadas por uma elite que explora os pobres’.

Destroem a economia dos pa�ses que governam para depois culpar as administra��es seguintes. � incr�vel como o modus operandi � id�ntico e imut�vel. No m�ximo, um pouco adaptado �s condi��es locais. Pobres latino-americanos.

Nuestros hermanos necesitar�n mucha suerte, y nosotros tambi�n. Eita que gastei todo meu portunhol, hehe!