
Hoje tomo emprestado seu bord�o para dizer que, seguramente, nunca antes na hist�ria deste Pa�s, tivemos algo t�o bizarro, t�o desprez�vel, t�o aviltante no poder em Bras�lia como Jair Messias Bolsonaro. Misture-se o pior dos piores, de J�nio a Dilma, passando por Sarney e Collor, com pitadas de Figueiredo e Lula, e o Frankenstein resultante n�o passaria de uma novi�a carmelita perto do monstro que ocupa o Pal�cio do Planalto.
Bolsonaro � inigual�vel em muitos quesitos: Ningu�m comanda t�o bem um povo rumo � morte por Covid-19 como ele. Ningu�m � capaz de tamanha insensibilidade com a dor de tantas fam�lias como ele. Ningu�m nutre tanto desprezo pela Democracia e o Estado de Direito como ele. Ningu�m odeia tanto a liberdade de express�o, opini�o e pensamento divergentes como ele. Ningu�m, no limite, guerreia com tantos, ao mesmo tempo, como ele.
Do cruel “e da�?” ao “cala a boca” desta semana, Bolsonaro deixou de ser o palha�o negacionista da “gripezinha”, do “resfriadinho” e atirou-se de cabe�a rumo ao t�tulo de Monstruosidade P�blica N�mero 1 do Brasil. Me pergunto, todos os dias, o que ter� sofrido este senhor, ao longo da sua triste exist�ncia, para tornar-se algu�m t�o amargurado assim? A que tipo de maus tratos foi submetido, provavelmente na tenra inf�ncia?
Eu n�o me arrependo do meu voto (no segundo turno) nele, em 2018. A alternativa era pior. Mas me envergonho profundamente por jamais ter desconfiado de quem na verdade era, ou melhor �, Jair Bolsonaro. Despreparado, tosco, incapaz de somar dois com dois e multiplicar por quatro, eu sabia. Era n�tido. Mas nunca o imaginei o psicopata eg�latra narcisista cruel que se mostra t�o desavergonhadamente nestes dias.
O pior � que todos os sinais estavam l�. �s claras! Mas a repulsa � cleptocracia lulopetista e ao modelo falido que representa a esquerda mofada brasileira era tamanha, que a homofobia, o preconceito e a sanha autocr�tica se confundiam com, como direi?, espontaneidade ou, talvez, n�o ades�o ao insuport�vel politicamente correto. Ao menos era o que me parecia e ingenuamente eu acreditava.
Se eu soubesse o que sei hoje teria mudado meu voto? Certamente.
Isso significa que teria votado no poste Fernando Haddad, "pau mandado" de um presidi�rio? Sem chance.
Mas ao inv�s de ter fechado os olhos e tampado o nariz (era o que eu dizia � �poca) ao apertar o 17, simplesmente n�o teria sa�do de casa. Ao menos eu n�o me sentiria t�o respons�vel por essa aberra��o aboletada na minha cidade natal como eu me sinto hoje em dia.
Me desculpe, Bras�lia. Me desculpe, Brasil.