
Mais uma triste semana para esse triste peda�o de ch�o. Ao completarmos dois meses de isolamento social, o n�mero de casos de COVID-19 n�o para de crescer, como n�o para de crescer o n�mero de mortos. Caminhamos a passos largos rumo ao desonroso p�dio mundial de fatalidade por SARS-CoV-2.
Os estudos mais s�rios e respeitados, como o da prestigiada empresa global de consultoria BCG (Boston Consulting Group), apontam para o per�odo compreendido entre a terceira semana de maio e a quarta semana de junho como o pior momento da pandemia no Pa�s. Eis que adentramos na nossa hora mais escura sem ao menos um palito de f�sforo aceso em nossas m�os.
A popula��o continua � deriva e os governos em voo cego. N�o testamos, n�o rastreamos, n�o monitoramos. Sequer produzimos n�meros minimamente confi�veis, seja de contaminados ou de v�timas fatais. Para piorar, nada de respiradores, nada de leitos de UTI, nada de EPIs (m�scaras, aventais, luvas, etc).
A nosso favor, apenas o tempo, a ci�ncia e a esperan�a. A cada hora sabe-se mais sobre a doen�a e a melhor forma de tratar esse maldito novo coronav�rus. Medicamentos ou coquet�is deles v�m sendo testados e administrados com algum sucesso. E a chance de uma vacina at� o final deste ano aumenta a cada dia.
Mas o �pice da nossa mis�ria temporal - ou seria atemporal? - ecoou forte nas palavras infames de duas das personalidades pol�ticas mais influentes do momento. De um lado, um corrupto e lavador de dinheiro, condenado em duas inst�ncias a mais de vinte anos de pris�o. Do outro, o atual presidente da Rep�blica. Eu disse “presidente”?

Lula, para defender a cren�a em um Estado m�ximo (do tipo que fica mais f�cil e lucrativo assaltar, como fez ao lado do seu PT), bradou: “ainda bem que a natureza criou esse monstro chamado coronav�rus”. J� sua alma g�mea de sinal trocado, o animador de audit�rio mambembe, Jair Bolsonaro, debochou: “quem � de direita toma cloroquina; quem � de esquerda toma tuba�na”.
O conjunto da obra nos mostra o tamanho da nossa trag�dia e o qu�o doente encontra-se o Pa�s; e n�o me refiro � doen�a viral, n�o, mas � doen�a moral. O primeiro tipo, cedo ou tarde, ir� passar. O segundo, conforme v�m nos provando as �ltimas d�cadas, tende a permanecer.
Para o primeiro, haver� uma vacina. Para o segundo, deveria haver o voto. Por alguma raz�o, no Brasil � mais f�cil curar uma infec��o severa que eleger um presidente minimamente apto a governar com honestidade, capacidade e respeito pelo cidad�o.