
Bolsonaro pautou sua carreira parlamentar como um obscuro deputado fisiologista do baix�ssimo clero. Sempre votou contra a iniciativa privada e em favor do Estado. Jamais foi um liberal ou sequer combativo ao gigantismo estatal.
Corporativista ao extremo, fez da defesa de sua categoria (militares) sua base de apoio eleitoral, que lhe garantiu cinco mandatos seguidos, bem como emplacar a prole na pol�tica. De gr�o em gr�o, o cl� Bolsonaro encheu o papo.
Na elei��o, o “mito” nos apresentou Paulo Guedes como a salva��o da p�tria. O Posto Ipiranga tinha respostas para tudo e seria o condutor do Brasil ao posto de na��o desenvolvida, afastando o Pa�s do risco socialista.
Bolsonaro obteve o apoio do grande empresariado nacional, que enxergava nele, finalmente, a chance de uma economia liberal e pujante. Ledo engano! Pau que nasce torto n�o conserta. Na primeira chance, o amigo do Queiroz debandou.
Assim como largou Sergio Moro pelo caminho, o presidente riscou Paulo Guedes da sua agenda �ntima. A ala desenvolvimentista, leia-se perdul�ria, dos ministros venceu a luta pela chave dos cofres. L� se vai nosso suado dinheiro.
Bolsonaro n�o deu cart�o vermelho para o ex-Posto Ipiranga. Deu para o Brasil. Retirou da equipe econ�mica a responsabilidade pelo desenho do tal Renda Brasil e a transferiu para o Congresso. Qual Congresso? Bem, este que temos a�.
Caber�o a figuras ilibadas, como Ricardo Barros, l�der de Bolsonaro na C�mara, alvo de opera��o policial, e � bancada evang�lica, que pretende perdoar 1 bilh�o de reais de d�vidas das igrejas com a Uni�o, a constru��o do programa assistencial.
Guedes e seu time previam contrapartidas, ou seja, fontes de financiamento para cada real gasto a mais (que o Bolsa Fam�lia) no novo programa. Contudo, o car�ter eleitoreiro e populista do tal Renda Brasil n�o permite. A ideia � gastar, e n�o como pagar.
O presidente tem dito que “n�o ir� tirar dinheiro do pobre para dar ao paup�rrimo”. Beleza. Resta saber, ent�o, de onde ir� tirar a grana de que precisa para esconder seu p�ssimo governo, enquanto emula as piores pr�ticas pol�ticas do lulopetismo.
Apertem os cintos e protejam os bolsos, meu caros. Ao que tudo indica, como sempre, quem pagar� essa conta seremos n�s. Aqui funciona assim: a gente trabalha e produz a riqueza que esses caras decidem como, quando e onde gastar.
Sem nos consultar, � claro.