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Estado de Minas RICARDO KERTZMAN

Elei��es: Bolsonaro n�o venceu ou perdeu; s� ficou menor

Encerrado o primeiro turno das elei��es municipais, as urnas deram seu recado


16/11/2020 01:53 - atualizado 16/11/2020 07:40

Bolsonaro venceu a eleição por uma série de circunstâncias, e a menor delas foi si mesmo
Bolsonaro venceu a elei��o por uma s�rie de circunst�ncias, e a menor delas foi si mesmo (foto: AFP / EVARISTO SA)
“N�o acho que quem ganhar ou quem perder, nem quem ganhar nem perder, vai ganhar ou perder. Vai todo mundo perder”. Ah, que saudade da nossa mulher sapiens, grande estoquista de vento. Na boa, cada vez que escuto o “mito” falar, penso que, afinal, n�o est�vamos t�o mal assim. Tipo: �ramos felizes e n�o sab�amos, hehe. Mas bora ao que importa! 

Em primeiro lugar, n�o creio nessa bobagem de bolsonarismo. N�o se formam correntes pol�ticas em menos tempo que se envelhecem pingas de m� qualidade. Bolsonaro venceu a elei��o por uma s�rie de circunst�ncias, e a menor delas foi si mesmo. Ele e seus pimpolhos tinham - e voltaram a ter - o tamanho que sempre tiveram. O resto veio com o lavajatismo e o anti lulopetismo.

Dito isso, n�o embarco na ideia de que o “bolsonarismo” saiu perdendo nestas elei��es municipais. No m�ximo, quem saiu - ou n�o - eu diria fragilizado, foi o pr�prio Jair Bolsonaro. Ainda assim, com algumas ressalvas. Elei��o municipal nunca foi par�metro para elei��o presidencial e vice-versa. Ainda que a influ�ncia de prefeitos populares conte bastante em elei��es estaduais e federais.

Fernando Henrique, por exemplo, no auge da popularidade do Plano Real, levou uma co�a e tanto em S�o Paulo. O mesmo ocorreu com Lula, que n�o emplacou seu candidato, tamb�m na capital paulista, quando era um semideus. O eleitor municipal opera em outro n�vel de decis�o. Est� muito mais preocupado com seu dia a dia que com embates ideol�gicos e/ou de valores.

Bolsonaro apoiou declaradamente - e descaradamente, eu diria, atrav�s de um “programa eleitoral paralelo” - quase uma dezena de candidatos Brasil afora. Destes, apenas dois (Marcelo Crivella, no Rio de Janeiro, e Capit�o Wagner, em Fortaleza) seguiram para o segundo turno. No resto do Pa�s, como em S�o Paulo e em Belo Horizonte, levou uma surra de vara verde. 

Por aqui, Kalil levou no primeiro turno, vejam voc�s, enquanto Bruno Engler (PRTB) conseguiu menos de 10% dos votos v�lidos. Para piorar a situa��o, o marido da “Micheque” (brincadeirinha!! Calma!!), assistiu a uma ascens�o importante do PSOL, como em Porto Alegre, com Manuela D’�vila, e em Bel�m, com Edmilson Rodrigues. Ambos est�o no segundo turno.

Como “desgra�a pouca � bobagem”, o papis do Fl�vio Rachadinha assistiu ao outro bolsokid, o Carlucho, apanhar feio de um psolista no Rio: Tarc�sio Mota, o vereador mais votado da capital fluminense. Voc�s sabem: Bolsonaristas querem ver o capeta, e at� um petista, mas jamais um psolista. Para completar, Carlucho teve quase 40 mil votos a menos que em 2016. Algo como 35%.

Em grande n�mero e espalhadas por todos os munic�pios, mulheres (muitas delas, negras) e at� transsexuais foram eleitas. Em Belo Horizonte, por exemplo, a vereadora mais votada foi a professora transsexual Duda Salabert (PDT). Visto assim, ao que parece, o Brasil civilizado mandou um forte recado aos bolsonaristas - nada de bolsonarismo, hein! - selvagens: chega de �dio e exclus�o.

Se n�o perderam, � certo que Bolsonaro e sua seita n�o venceram. Mas podemos afirmar, com absoluta certeza, que o amig�o do Queiroz n�o repetiu a performance de 2018, quando ajudou a eleger uma penca de trogloditas por todos os estados, na esteira da onda de extrema direita que varreu o Brasil naquela oportunidade. Bolsonaro est�, sim, menor. Como menores est�o seus seguidores. 

Agora, se isso � uma tend�ncia que se repetir� em 2022, s� Deus e os eleitores sabem. Talvez Joe Biden e Donald Trump, tamb�m. Que assim seja.

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