
Em primeiro lugar, n�o creio nessa bobagem de bolsonarismo. N�o se formam correntes pol�ticas em menos tempo que se envelhecem pingas de m� qualidade. Bolsonaro venceu a elei��o por uma s�rie de circunst�ncias, e a menor delas foi si mesmo. Ele e seus pimpolhos tinham - e voltaram a ter - o tamanho que sempre tiveram. O resto veio com o lavajatismo e o anti lulopetismo.
Dito isso, n�o embarco na ideia de que o “bolsonarismo” saiu perdendo nestas elei��es municipais. No m�ximo, quem saiu - ou n�o - eu diria fragilizado, foi o pr�prio Jair Bolsonaro. Ainda assim, com algumas ressalvas. Elei��o municipal nunca foi par�metro para elei��o presidencial e vice-versa. Ainda que a influ�ncia de prefeitos populares conte bastante em elei��es estaduais e federais.
Fernando Henrique, por exemplo, no auge da popularidade do Plano Real, levou uma co�a e tanto em S�o Paulo. O mesmo ocorreu com Lula, que n�o emplacou seu candidato, tamb�m na capital paulista, quando era um semideus. O eleitor municipal opera em outro n�vel de decis�o. Est� muito mais preocupado com seu dia a dia que com embates ideol�gicos e/ou de valores.
Bolsonaro apoiou declaradamente - e descaradamente, eu diria, atrav�s de um “programa eleitoral paralelo” - quase uma dezena de candidatos Brasil afora. Destes, apenas dois (Marcelo Crivella, no Rio de Janeiro, e Capit�o Wagner, em Fortaleza) seguiram para o segundo turno. No resto do Pa�s, como em S�o Paulo e em Belo Horizonte, levou uma surra de vara verde.
Por aqui, Kalil levou no primeiro turno, vejam voc�s, enquanto Bruno Engler (PRTB) conseguiu menos de 10% dos votos v�lidos. Para piorar a situa��o, o marido da “Micheque” (brincadeirinha!! Calma!!), assistiu a uma ascens�o importante do PSOL, como em Porto Alegre, com Manuela D’�vila, e em Bel�m, com Edmilson Rodrigues. Ambos est�o no segundo turno.
Como “desgra�a pouca � bobagem”, o papis do Fl�vio Rachadinha assistiu ao outro bolsokid, o Carlucho, apanhar feio de um psolista no Rio: Tarc�sio Mota, o vereador mais votado da capital fluminense. Voc�s sabem: Bolsonaristas querem ver o capeta, e at� um petista, mas jamais um psolista. Para completar, Carlucho teve quase 40 mil votos a menos que em 2016. Algo como 35%.
Em grande n�mero e espalhadas por todos os munic�pios, mulheres (muitas delas, negras) e at� transsexuais foram eleitas. Em Belo Horizonte, por exemplo, a vereadora mais votada foi a professora transsexual Duda Salabert (PDT). Visto assim, ao que parece, o Brasil civilizado mandou um forte recado aos bolsonaristas - nada de bolsonarismo, hein! - selvagens: chega de �dio e exclus�o.
Se n�o perderam, � certo que Bolsonaro e sua seita n�o venceram. Mas podemos afirmar, com absoluta certeza, que o amig�o do Queiroz n�o repetiu a performance de 2018, quando ajudou a eleger uma penca de trogloditas por todos os estados, na esteira da onda de extrema direita que varreu o Brasil naquela oportunidade. Bolsonaro est�, sim, menor. Como menores est�o seus seguidores.
Agora, se isso � uma tend�ncia que se repetir� em 2022, s� Deus e os eleitores sabem. Talvez Joe Biden e Donald Trump, tamb�m. Que assim seja.