
Ai, ai… l� voi eu me meter em (mais!) confus�o. Mas fazer o que, n�? � da minha natureza. At� porque, na boa, irritar os brucutus da internet � muito divertido. E n�o. N�o me importo com direita, esquerda ou centro. Com bolsominions ou petralhas. Pra mim, n�o l� (ou n�o entende o que l�), n�o pensa e j� sai zurrando como burro com c�lica, basta para ser um brucutu. Um comedor de feno que cospe ofensas. Leitores de manchetes, ent�o, s�o um prato cheio (de excrementos) para divers�o. Mas vamos ao que interessa.
Em primeiro lugar, n�o existe divis�o na esp�cie humana. Somos uma �nica ra�a, e quem diz isso � a ci�ncia e um tro�o chamado DNA. Cor de pele e outras caracter�sticas n�o definem ra�a. Repito: s� existe uma ra�a, a humana, e pronto! Ra�a serve para cachorros, cavalos e outras esp�cies animais. Essas, sim, possuem c�digos gen�ticos diferentes. Por isso, o termo racismo, a meu ver, � errado e inapropriado. Assim como a defini��o “negro”. A cor � preta. N�o existe cor negra. E o termo “negro” vem do pejorativo “nigger”, em ingl�s.
Dito isso, passo a comentar o lament�vel e indecente crime de morte ocorrido em um supermercado, ontem, em Porto Alegre, quando dois animais assassinaram, a socos e pontap�s, um homem de 40 anos, durante uma briga. Hoje, todos os jornais e portais de internet, em busca da odiosa lacra��o que s� divide e nada agrega de valor, j� declararam a trag�dia como sendo um epis�dio de racismo. Por qu�? Porque a v�tima era um preto e os agressores, brancos. Ah, a briga come�ou com uma idiota troca de ofensas.
Para ajudar a p�r lenha na fogueira, o vice-presidente, General Mour�o, declarou que n�o existe racismo no Brasil. E tendo a concordar com ele. Uma coisa � o brutal preconceito contra pretos, que existe, sim, e muito. Uma coisa � a brutal desigualdade social, oriunda l� da escravid�o, que segrega, at� hoje, os pretos em classes pobres. Uma coisa � a asquerosa avers�o - ok, para simplificar, de cunho racial - que alguns t�m por pessoas pretas. Outra, bem diferente, � misturar tudo e dizer que h� “racismo” no Brasil. Sinceramente, n�o creio.
Jamais vi, ou tive not�cia, de pretos sendo espancados nas ruas porque… pretos! Com gays, por exemplo, j� ocorreram dezenas de casos. Tamb�m nunca vi nem tive not�cia de grupos ostentando s�mbolos racistas contra os pretos, a exemplo do odiento Ku Klux Klan ou aqueles supremacistas brancos ordin�rios dos EUA e Europa. Com judeus, isso ocorre a todo instante. Por aqui, n�o se pro�be, na lei ou na marra, que pretos frequentem algum lugar. Insisto: o que h� - e muito! - no Brasil, e � t�o nojento quanto racismo, chama-se preconceito.
Voltando � briga, ou melhor, ao assassinato, consta que a v�tima insultou, com palavras e gestos obcenos, os seguran�as do supermercado. Se o homem fosse branco n�o haveria briga? Se fosse pardo os selvagens parariam de bater nele? Se fosse asi�tico iriam todos conversar e resolver no di�logo? Ora, o brasileiro m�dio, meus caros, infelizmente, ao contr�rio do que reza a lenda, de amistoso n�o tem nada. � violento, intolerante e pouco afeto � civilidade. Corram os olhos pelos coment�rios de internet; s� ofensas gratuitas.
Os brasileiros se matam � raz�o de 60 mil, anualmente. Espancam-se nas portas e arquibancadas dos est�dios de futebol. Saem no bra�o em brigas est�pidas de tr�nsito. B�bados, em bares, quebram tudo e quebram-se todos. N�o h� nada de racismo nessa viol�ncia toda. H�, sim, um povo inclinado � brutalidade e falta de urbanidade. Por isso, quando epis�dios como este, do supermercado, ocorrem, n�o se deve procurar a manchete f�cil nem a tese separatista. Isso s� promove aquilo que n�o existe, e que muitos desejam.
Pol�ticos, principalmente os de esquerda, aproveitam qualquer m�sera oportunidade destas para se promoverem e promoverem a cis�o. Vivem disso! Quantos deputados e vereadores n�o ganham a vida, h� anos, explorando bandeiras assim? Vejam, o cada vez mais pr�-candidato � presid�ncia da Rep�blica, em 2022, Luciano Huck: j� correu para as redes sociais para combater o racismo. Do lado oposto, trogloditas de direita correm para contrapor a tese, mas n�o com argumentos, como fa�o agora, apenas com agress�es est�pidas.
� mais que urgente o recrudescimento severo de leis que combatam o preconceito. Qualquer que seja! Contra pretos, pobres, homossexuais, orientais, judeus, mu�ulmanos… Mas o Brasil n�o pode cair na esparrela do falso debate, da lacra��o f�cil, sob pena de, a�, sim, um dia, acordarmos o monstro da cis�o “racial”. Lembremos que 60% da popula��o brasileira se declara n�o-branca. Pretos, declarados, s�o menos que 10%. Um pa�s t�o miscigenado assim n�o merece ser dividido por aproveitadores do caos.
Meus mais profundos e sinceros sentimentos � fam�lia do homem que morreu; meus mais profundos e sinceros desejos de puni��o r�pida, severa e exemplar aos assassinos; e meus mais profundos e sinceros votos de bom senso � sociedade brasileira, principalmente aos tais formadores de opini�o. Por favor, n�o compliquem ainda mais o que j� � - e est� - extremamente complicado. Nossa fase n�o � nada boa. N�o deem milho aos pombos e �s bestas-feras � solta. Sobretudo em tempos de Jair Bolsonaro.