O Procurador-geral da Rep�blica, Augusto Aras, nomeado por Jair Bolsonaro, o verdugo do Planalto, enviou of�cios aos 27 governadores do Pa�s pedindo esclarecimentos sobre a diferen�a entre o n�mero de vacinas distribu�das pelo Minist�rio da Sa�de e as doses efetivamente aplicadas por cada um dos estados.
Aras, como sabido, foi escolhido a dedo pelo amig�o do Queiroz, quebrando uma tradi��o de prefer�ncia por indicados em lista tr�plice. Feroz cr�tico da Lava-Jato, prometeu e encerrou a opera��o que explodiu o maior esquema de corrup��o da hist�ria mundial recente, e agradou boa parte do STF; seu objeto de desejo.
Curiosamente, o vigilante PGR n�o tocou em um fio de cabelo do devoto da cloroquina. Nunca questionou as falas homicidas e atitudes irrespons�veis do man�aco do tratamento precoce, nem nunca se preocupou em tratar de assuntos relacionados ao combate do coronav�rus na esfera de atua��o do governo federal.
Coincidentemente, � claro, j� que seria maldade pensar o oposto, a Subprocuradora-geral, Lind�ra Ara�jo, tamb�m disparou of�cios aos estados. Tamb�m coincidentemente, tais of�cios versam justamente sobre as mesm�ssimas acusa��es, sem provas, que o pai do senador das rachadinhas e da mans�o de 6 milh�es de reais faz.
Se Aras mira uma cadeira no STF, Lindora mira a cadeira de Aras. Tudo muito natural e leg�timo, n�o fosse o duplo padr�o de atua��o dos doutores, qual seja, dilig�ncia com os governadores - no mesmo tom que usa o presidente da Rep�blica - e “vista grossa” em rela��o ao governo federal, ou melhor, desgoverno federal.
Enquanto amigos e familiares de 400 mil brasileiros mortos por COVID-19 choram os entes queridos; enquanto contamos mais de 3 mil v�timas fatais a cada 24 horas; enquanto n�o temos vacinas e “kit intuba��o”, os dois maiores representantes do povo brasileiro, na esfera judicial, fazem pol�tica de olho nas pr�prias carreiras e “passam pano” para aquele que, em breve, ir� decidir o futuro de suas vidas profissionais.