
A opera��o policial que resultou na pris�o de um rapaz, sem o devido mandado de pris�o expedido pela Justi�a, ocorrida s�bado (01/5), sob o pretexto de “flagrante delito”, mas baseada em mera den�ncia, nos remete aos tristes dias de ditadura militar vividos no Pa�s.
Tanto pior quando o arb�trio � cometido sob o olhar atento, ou melhor c�mplice e conivente, de um parlamentar de um partido que se proclama liberal. Explico:
Durante a manifesta��o de bolsonaristas ocorrida neste 1º de maio, na Avenida Afonso Pena em Belo Horizonte, ovos foram atirados de um apartamento e quase atingiram os militantes que reivindicavam, dentre outras coisas, golpe militar e fim das medidas sanit�rias contra a Covid-19.
Acionada, a Pol�cia Militar se dirigiu ao im�vel - que o pessoal do Novo chama de “propriedade privada” -, o invadiu e levou preso Filipe da Fonseca Cezario, de 32 anos, suspeito de ser o autor do crime.
Na passeata antidemocr�tica e criminosa (tamb�m sob aspecto sanit�rio), estava o deputado estadual Bart�, do Partido Novo. O liberal, que aparentemente apoia o golpe militar e a dissemina��o do coronav�rus, subiu com policiais ao apartamento e assistiu, impass�vel, � deten��o de um cidad�o amparada simplesmente por um v�deo (n�o apresentado no ato da pris�o e nem divulgado at� o momento).
Para piorar, o suspeito foi algemado - algo permitido apenas em situa��es muito espec�ficas como resist�ncia e amea�a � seguran�a da pol�cia - e conduzido de forma absolutamente rude, com Bart� auxiliando o arb�trio policial em curso.
O deputado tentou se explicar e deu uma desculpa qualquer para sua presen�a, e n�o convenceu ningu�m, � claro. Bart� e boa parte do Novo, ao que parece, est�o sofrendo uma esp�cie de crise de identidade. Afinal, liberal que “passa pano” para golpista autocrata; que apoia um governo fiscalmente irrespons�vel e que convive harmonicamente com o tal do centr�o, n�o me parece assim t�o liberal.