
Arrigo Sacchi, com 75 anos, ainda � uma das mais importantes personalidades do mundo do futebol. Ex-treinador e atual coordenador t�cnico das divis�es de base da Sele��o Italiana de Futebol, foi vice-campe�o mundial em 1994 e conquistou uma penca de t�tulos italianos e europeus, al�m de dois campeonatos mundiais de clubes (1989 e 1990), pela Associazione Calcio Milan, ou AC Milan, de Mil�o.
Sacchi eternizou, al�m dos feitos como treinador, uma frase conhecida e repetida em todo o mundo onde se joga bola com os p�s: “O futebol � a coisa mais importante dentre as coisas menos importantes". N�o reconhecer a import�ncia do esporte bret�o � n�o reconhecer a import�ncia que possuem as artes, a literatura, a m�sica e quaisquer outras manifesta��es culturais de alcance global.
Sim, esporte � cultura! E � sa�de, � lazer, �… economia. O futebol � o esporte mais popular do mundo, com mais de 3 bilh�es de f�s, e � sua volta orbitam, anualmente, cifras na casa de um trilh�o de euros, apenas ligadas diretamente aos jogos, clubes, federa��es, confedera��es e FIFA, entidade m�xima sediada em Zurique, na Su��a. Mais: o chamado “efeito multiplicador”, o dinheiro que “circula” por sua causa, � igualmente gigante.
VACINAS
Grande parte do mundo vive uma car�ncia de vacinas contra este maldito novo coronav�rus. Bilh�es de pessoas aguardam ansiosas o dia de levar a espetada redentora no bra�o. No Brasil, especialmente, como tamb�m nos demais pa�ses ainda mais pobres e populosos, a escassez de imunizantes produz incont�veis e insuport�veis milhares de mortes di�rias.
Por aqui, a incompet�ncia e o negacionismo do governo federal agravaram um quadro que j� era grave o bastante. Para piorar, a frequ�ncia de not�cias dando conta de fraudes (golpistas vendendo vacinas falsas), agentes de sa�de criminosos (que fingem aplicar a dose) e fura-filas (pol�ticos, governantes e familiares) se tornou a cada dia maior e mais abjeta.
E dentro de todo este contexto pra l� de complexo, uma nova pol�mica sacode a sociedade brasileira: a Confedera��o Sul Americana de Futebol (Conmebol), com sede em Luque, no Paraguai, recebeu 50 mil doses de vacina para COVID-19 doadas pelo laborat�rio chin�s Sinovac Biotech, e ir� destin�-las aos clubes e �rbitros que atuam nas competi��es que organiza.
GALO
Conforme noticiou o Superesportes, do Portal UAI, o presidente do Atl�tico, S�rgio Coelho, confirmou que o Clube ir� aceitar as vacinas oferecidas pela entidade, um assunto que vinha sendo avaliado com muito cuidado diante das leg�timas quest�es �ticas e morais, al�m das in�meras e pesadas cr�ticas a respeito. N�o seria este um caso concreto de fura-filas?
Em que pese o sofrimento e a ansiedade de milh�es de brasileiros, �vidos por salvarem as pr�prias peles, e todas as pessoas com mais idade e menos sa�de que as dos jogadores de futebol, n�o considero o caso como afronta � moral e � �tica, e tampouco um exemplo de fura-filas. Explico o porqu� do meu pensamento, em linha com o do presidente do Galo:
Primeiro porque s�o vacinas recebidas e aplicadas fora do Brasil. Segundo porque privilegia um setor importante, como j� privilegiou outros como os setores de sa�de, seguran�a, educa��o e transportes. E terceiro porque - queira-se ou n�o - teremos menos brasileiros repartindo as migalhas que o presidente Bolsonaro, o verdugo do Planalto, criminosamente nos relegou.