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Estado de Minas OPINI�O SEM MEDO

Fiasco: fumac� militar de Bolsonaro lembra caras-pintadas de Collor

Pensado como forma de demonstra��o de for�a e poder, desfile de blindados escancara fragilidade do governo


10/08/2021 15:07 - atualizado 10/08/2021 15:27

O que se viu nesta terça-feira (10/8) em Brasília é o reflexo do que se tornou o Brasil: Bolsonaro está fraco, incapaz e isolado(foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)
O que se viu nesta ter�a-feira (10/8) em Bras�lia � o reflexo do que se tornou o Brasil: Bolsonaro est� fraco, incapaz e isolado (foto: Marcelo Camargo/Ag�ncia Brasil)
Em agosto de 1992, Fernando Collor de Mello, hoje amigo de f�, irm�o camarada de Jair Bolsonaro, o verdugo do Planalto, em meio ao crescente isolamento enfrentado ap�s as den�ncias de corrup��o feitas pelo irm�o Pedro, conclamou a popula��o do pa�s a sair �s ruas, vestida de verde e amarelo, em defesa do Brasil, da fam�lia e dos valores morais, e contra a velha pol�tica, o sistema e os inimigos da P�tria.

Qualquer semelhan�a com o que assistimos hoje n�o � mera coincid�ncia, mas pura repeti��o de comportamento de uma classe pol�tica imut�vel e da pior qualidade, em que nomes e partidos se alternam - quando se alternam!! –, mas as condutas, jamais. Triste a na��o onde as d�cadas nada ensinam, onde nada se aprende e nada se esquece. O Brasil � uma esp�cie de ‘looping’ atemporal do atraso; e s� isso.

� �poca, Collor quebrou a cara. Milh�es de pessoas - a maioria jovens estudantes - tomaram as ruas, n�o trajando verde e amarelo, mas preto. Com as caras pintadas, mo�os e mo�as acenderam a fogueira da democracia que queimou o ‘Bolsonaro da ocasi�o’. Em pouco tempo, o processo de impeachment que resultaria na cassa��o do mandato e perda de direitos pol�ticos fez Collor renunciar. Naquele tempo, ainda n�o existiam os Calheiros e Lewandowskis da vida, se � que me entendem.

2021

E n�o � que Jair ‘eu sou o centr�o’ Bolsonaro resolveu resgatar o passado e tentou medir, em p�blico, o tamanho do ‘bilau’ pol�tico? E n�o � que, como Fernando Collor, quebrou a cara? E n�o � que o tamaninho da coisa � ainda menor do que todos n�s pens�vamos? E n�o � que a montanha pariu um ratinho manso como o Topo Gigio?

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O que se viu nesta ter�a-feira (10/8) em Bras�lia � o reflexo do que se tornou o Brasil. Um presidente (presidente?) fraco, incapaz e isolado; uma carroceata de meia d�zia de tanques, caindo aos peda�os, fazendo barulho e fuma�a como Kombi ano 68; um grupo de 50 ou 60 palha�os, vestidos com a camisa da CBF, pedindo golpe militar.

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Nenhum outro chefe de Poder nem outra autoridade compareceram ao piquenique do pai do senador das rachadinhas e da mans�o de seis milh�es de reais. Nem os pr�prios militares de renome e respeito, ali�s. Bolsonaro ficou l� - cara de palerma! - olhando aquela presepada toda, ao lado de tr�s milicos subalternos, pensando: que cagada (diferente daquela, da CPI).

VERGONHA

A vergonha a que se submeteu o devoto da cloroquina s� n�o foi maior porque n�o a tem. E a vergonha a que ele submeteu as For�as Armadas entrar� para a hist�ria como mais um triste cap�tulo na vida de militares golpistas - ainda existem - que n�o esquecem o passado. Que sirva de li��o aos pr�prios idiotas e a todos os outros que vivem no s�culo XXI, mas com a cabe�a atolada no s�culo XX, ou menos.

Em 1992, Collor pediu: ‘n�o me deixem s�’. Deixaram. Ele caiu. Em 2021, o amig�o do Queiroz quis brincar de Hitler e Mussolini, e se lascou. Vai cair? N�o sei. Com o centr�o no comando do Congresso e do governo, � dif�cil. Mas que a possibilidade de um novo mandato, seja pelas urnas ou pelo golpe de Estado, � cada vez menor, isso n�o resta a menor d�vida. Bolsonaro � um an�o pol�tico; um nanico bob�o.

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