
Se tem uma coisa incomum, para n�o dizer inexistente, no comportamento pol�tico e social de Jair Bolsonaro, o verdugo do Planalto, � sua capacidade de admitir os erros e se desculpar. � como cabe�a de bacalhau: se existe, ningu�m v�.
Jamais, em tempo algum, admitiu que auxiliou, ainda que indiretamente, o coronav�rus a levar embora mais de 700 mil brasileiros, muitos destes nossos entes queridos, bem como nunca se desculpou pelas falas e atitudes b�rbaras e infames durante dois anos.
Igualmente, nunca se arrependeu ou se desculpou por comparar os negros a animais de corte, por afirmar que prefere um filho morto em acidente de carro a um filho gay, ou que lamenta o n�o-exterm�nio dos �ndios brasileiros pelo Ex�rcito, como ocorreu nos EUA..
Mas n�o s�: jamais se desculpou pelas agress�es de cunho machista e sexista contra as mulheres brasileiras, notadamente as jornalistas Vera Magalh�es e Patr�cia Campos Mello, ou mesmo contra sua pr�pria filha, por ter dito que ela � fruto de uma “fraquejada”.
Ultimamente, ofendeu os nordestinos, chamando-os todos de analfabetos por terem votado no PT; os famintos, dizendo que n�o acredita que exista fome no Pa�s e, agora, todos os moradores das comunidades cariocas, afirmando que s�o bandidos e traficantes.
Repito: este sujeito jamais se arrependeu de suas falas abjetas, asquerosas e jamais se desculpou por qualquer uma delas. Ao contr�rio. N�o perde uma �nica oportunidade para reafirmar o que pensa e atacar outros alvos com sua gosma ideol�gica.
A �ltima - e a mais grave de todas! - agress�o foi feita contra adolescentes venezuelanas refugiadas no Brasil, comparadas a prostitutas infantis pelo amig�o do Queiroz, e, ainda pior, a confiss�o sexista de que “pintou um clima” entre ele (Bolsonaro) e elas.
N�o h� d�vida alguma quanto � clareza das palavras do Messias. Se ele acreditava realmente naquilo que disse, ou n�o, e o uso baixo pela campanha eleitoral petista do fato, s�o outros quinhentos. Que um se explique melhor e que outro repense a estrat�gia.
Al�m disso, a fala foi sua, e ningu�m inventou nada. Se n�o quis dizer o que disse, e se n�o pensa o que disse ter pensado, que se explique, como � o caso, neste v�deo que acaba, finalmente e com muito atraso, de divulgar. Pediu desculpas? Bem…
Sim, parece um pedido protocolar - mas n�o sincero - de desculpas. Pior. Faz como a maioria dos n�o-arrependidos e diz “se por ventura algu�m se sentiu ofendido…”. Ora, se n�o houvesse motivo para se sentir ofendido, por que as desculpas afinal?
A resposta � uma s�: elei��es! O estrago j� � imenso e pode piorar. Ainda assim, como se trata de algo in�dito, surpreende. Quem sabe, agora, n�o aproveita o �mpeto e se desculpa tamb�m pelo “e da�?; n�o sou coveiro; negro de sete arrobas que n�o serve nem para reproduzir” e outras barbaridades mais? Bora l�, mito! A elei��o t� chegando. Depois c� volta ao normal.