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Estado de Minas OPINI�O SEM MEDO

Aumento de sal�rios: peru pros poderosos, osso de frango pros ot�rios

O Brasil-col�nia n�o acabou quinhentos e tantos anos depois; apenas mudou de m�os


21/12/2022 15:33 - atualizado 21/12/2022 15:55

Rodrigo Pacheco e Arthur Lira
Eles se ajeitam, n�s pagamos (foto: JEFFERSON RUDY/AG�NCIA SENADO)
A casta do funcionalismo p�blico brasleiro, nas tr�s esferas (municipal, estadual e federal) e nos tr�s poderes (executivo, legislativo e judici�rio), n�o satisfeita em pertencer ao estrato mais rico da sociedade (est� entre o 1% mais abastado do Pa�s), contar com benef�cios, mordomias e privil�gios inimagin�veis ao cidad�o comum, gozar de estabilidade funcional, aposentadoria especial e ac�mulo de vencimentos quase ilimitados, decidiu se conceder um reajuste para l� de generoso ao apagar das luzes de 2022, em meio �s negocia��es - e negociatas! - de PEC, teto de gastos, or�amento secreto, nomea��es para o novo governo entre outras “cositas m�s”. 

Durante o programa Conversa de Reda��o, da R�dio Itatiaia, onde participo diariamente como comentarista, eu e meus colegas debatemos a respeito. Pessoalmente, minha indigna��o se d� menos com os valores envolvidos e mais com a estrutura de organiza��o do Estado. Por mim, o funcionalismo p�blico estaria submetido a regras claras e permanentes, independentemente do poder executivo e da legislatura de ocasi�o, as mais pr�ximas o poss�vel das regras da iniciativa privada, que � quem banca a farra toda. N�o consigo aceitar que 99% dos brasileiros, a maioria em condi��o de pobreza, quando n�o raro de absoluta mis�ria, sejam obrigados a custear o que Bras�lia decide em favor de si mesma.

Neste natal, a infla��o recorde de alimentos nos �ltimos anos ir� empobrecer sobremaneira a ceia de natal da grande maioria dos brasileiros. J� a turma que se concedeu sal�rios de 40 mil reais (e al�m!) n�o ter� muito do que reclamar. Enquanto os pagadores de impostos comer�o ossos de frango e trabalhar�o horas e horas sem direito a feriado, a turma de abonados ir� saborear iguarias finas e sorver bebidas importadas, contando com o gozo de dias n�o trabalhados e devidamente remunerados. O Brasil-col�nia n�o acabou quinhentos e tantos anos depois; apenas mudou de m�os. E a escravid�o, hoje, n�o distingue cor de pele al�m de n�o operar mais pela extrema viol�ncia f�sica, � verdade. Mas continuamos - os pobres mortais - servindo aos reis e seus apaniguados.

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