
Enquanto dezenas de milh�es de pessoas passar�o o natal, literalmente, a p�o e �gua, em moradias indignas � vida humana, cercadas por lixo e fezes a c�u aberto, o criminoso, condenado em 23 a��es penais que somam mais de 420 anos de cadeia, comer� bem, beber� melhor ainda e dormir� em ber�o espl�ndido, tal qual Ban�nia, este gigantesco e triste peda�o de ch�o, esquecido por Deus e bonito por natureza.
Segundo Gilmar Mendes, em voto decisivo, “nenhum cidad�o brasileiro, por mais graves que sejam as acusa��es que pesam em seu desfavor, pode permanecer indefinidamente submetido a medidas processuais penais extremas, como a pris�o cautelar”. Trocando em mi�dos, segundo o atento garantista da lei, j� que o judici�rio n�o consegue, em seis anos, condenar um corrupto como Cabral, que o solte ent�o.
Atualmente, no Brasil, segundo dados do DEPEN (Departamento Penitenci�rio Nacional), cerca de 700 mil pessoas encontram-se detidas, sendo que, aproximadamente, 210 mil - ou 30% do total - s�o de presos provis�rios, exatamente como S�rgio Cabral. Para a infelicidade dessa multid�o, o STF de Mendes e companhia, bem como os advogados estrelados, n�o a enxerga, e por isso passar� o natal no xilindr�.
Cabral era o �ltimo enclausurado, remanescente da Opera��o Lava Jato, extinta por Augusto Aras, Procurador-Geral da Rep�blica nomeado pelo ex-chefe do ex-juiz federal e ex-ministro Sergio Moro, ex-desafeto e atual apoiador de Jair Bolsonaro, o verdugo do Planalto, desalojado da Bras�lia de Gilmar Mendes pelo ex-tudo (ex-condenado, ex-corrupto e ex-lavador de dinheiro) Lula da Silva, ex-meliante de S�o Bernardo e presidente eleito.
Ficou meio confuso, n�, caro leitor, cara leitora? Ex para l�, ex para c�, muitos nomes e tudo mais. Assim � o Pa�s, assim funciona a capital, assim caminha o judici�rio. Mas n�o desanime. A cada dois anos tem elei��es, e voc� poder� manter tudo isso intoc�vel, do jeito que vem fazendo h� d�cadas, elegendo quem rouba, que nomeia quem investiga, que conjura com quem prende, para, ao final, todos comerem peru no Leblon �s nossas custas. Sa�de!