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Estado de Minas

Seja mensageira da esperan�a de dias melhores

Sim! Voc� pode escolher ser mais alegre, encarar a vida pelo lado positivo, descobrir o seu verdadeiro prop�sito!


09/08/2020 04:00 - atualizado 06/08/2020 12:40


"Tudo passa." A mensagem veio escrita na m�scara, presente de uma amiga jornalista, dona de brech�. Os dizeres s�o bordados a m�o. � um trabalho artesanal simples, mas capaz de arrancar um sorriso de muitas pessoas que, em seis meses de pandemia, aprenderam a rir com os olhos. Eu tamb�m me divirto. Gosto da ideia de me tornar porta-voz da esperan�a.

Ando apegada � minha m�scara. Evito gast�-la em momentos banais, como receber encomendas on-line, verificar correspond�ncias ou colocar o lixo para fora. Economizo mesmo.

Cheguei a ficar triste quando manchou de vermelho, no dia em que me esqueci da inutilidade de usar batom debaixo dos panos.
Antes da quarentena, eu era daquelas mulheres s� pisavam na rua levando um batonzinho dentro da bolsa.

O problema est� temporariamente resolvido. Primeiro, deixei de sair de casa. Segundo, passei a aplicar o cosm�tico em caso de ressecamento dos l�bios ou aos s�bados, durante a grava��o das lives do canal do YouTube Ch� Com Leveza. Terceiro, isolei as bolsas no meu guarda-roupa, depois que duas delas mofaram por falta de funcionalidade.

Minha vaidade ficou reduzida a um peda�o de tecido de 20 por 20 cent�metros. Tenho a minha m�scara 'de sair', lugar anteriormente reservado �s roupas de festa. Essas �ltimas, por sua vez, cederam sua posi��o privilegiada aos pijamas e camisolas, mais adequados � atual situa��o de confinamento social. O conforto falou mais alto que o glamour.

Como eu ia dizendo, reservo minha m�scara nova para ocasi�es importantes. Contei duas ou tr�s idas ao supermercado, uma � farm�cia e outra ao sacol�o. Em fins de semana espa�ados, ela me acompanha nos passeios de carro, com a fam�lia. Juntas, vemos a vista passar pela janela. As montanhas de Minas nunca estiveram t�o lindas.

Custei a aderir � moda das m�scaras, com estampas l�dicas, cores variadas e modelos anat�micos, ajust�veis �s orelhas e ao jeito de cada um. Minha primeira m�scara foi a mais �bvia poss�vel, branca, usada pela maioria dos profissionais da �rea da sa�de.

No fundo, acreditava que a quarentena acabaria r�pido, que o adere�o seria descart�vel e que, em poucos meses, tudo voltaria a ser como antes. Esnobei o novo normal. 

A pandemia revirou todos os valores. At� fevereiro passado, o conceito de que 'tudo passa' era levado na brincadeira. Bastava algu�m citar a express�o para que o interlocutor complementasse "menos o motorista e o trocador'. Dava o mesmo efeito da piadinha do tio do pav�. De t�o batida, perdeu a gra�a.

Um jeito de salvar o conte�do foi trocar pela vers�o ampliada: "E quando nada mais tiver gra�a/ � s� sorrir que passa". Soa simp�tica, mas n�o chega aos p�s do coment�rio de uma pessoa querida. Ao me ver com a m�scara estilosa, ela disparou: "O que est� escrito a� mesmo? Tudo posso?"

Achei genial. Na hora, nem me ocorreu que a mulher talvez estivesse precisando de �culos. Minha primeira rea��o foi concordar com ela, entusiasmada: "Sim, voc� pode tudo! N�s podemos tudo!"

Intimamente, tive vontade de sair correndo pelo quarteir�o, de bra�os abertos, feito hero�na mascarada, gritando: "Sim! Voc� pode escolher ser mais alegre, encarar a vida pelo lado positivo, descobrir o seu verdadeiro prop�sito! E, principalmente, confiar que tudo isso vai passar. Sim, tudo passa!
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