(none) || (none)

Continue lendo os seus conte�dos favoritos.

Assine o Estado de Minas.

price

Estado de Minas

de R$ 9,90 por apenas

R$ 1,90

nos 2 primeiros meses

Utilizamos tecnologia e seguran�a do Google para fazer a assinatura.

Assine agora o Estado de Minas por R$ 9,90/m�s. ASSINE AGORA >>

Publicidade

Estado de Minas mais LEVE

Meus livros, minhas f�rias e nada mais

A impress�o que d� � que as pessoas s� se permitem ser felizes e enxergar a beleza enquanto durar o intervalo


29/11/2020 04:00 - atualizado 27/11/2020 12:36


No in�cio da pandemia, aproveitei a quarentena para colocar ordem na casa. O per�odo de confinamento social serviu para destralhar arm�rios, reciclar a papelada e doar brinquedos e roupas em excesso. Faltou coragem, por�m, para separar meus discos, meus livros e meus �lbuns de fotos.

Agora, com a segunda onda da pandemia, acabaram-se as desculpas. � tempo de desapegar das mem�rias afetivas. Encarar o conte�do dos ba�s de discos, livros do cora��o e das muitas milhares de fotos de casamento, anivers�rio dos filhos e recorda��es de f�rias. Ah, as f�rias (suspiro)...

Seja por saudade de viajar ou masoquismo, iniciei os trabalhos da segunda fase da quarentena pelos registros de viagens. Foi um vexame. Sou acumuladora de fotos digitais, daquelas que lotam a mem�ria dos celulares, laptops e redes sociais.

Ao que parece, a compuls�o por cliques aumenta nas f�rias, assim como a pregui�a de apagar fotos repetidas. A conjuga��o dos dois fatores cria uma bola de neve.

Quando estamos viajando, a tend�ncia � documentar cada concha encontrada na praia, cada mordida no prato de comida t�pica e cada cena de realidades diferentes das nossas.

Basta abrir o cadeado das malas para as percep��es se agu�arem. Ganham mais sentido os chafarizes, est�tuas de figuras hist�ricas e at� os postes de ilumina��o p�blica com jeit�o de antiqu�rio.

“Ei, faz uma foto minha aqui!”, � a senha que d� acesso ao portal do viajante. Quase um mantra do turismo. Dependendo do humor, o viajante poder� achar tudo, tudo mesmo, absurdamente lindo.

Numa dessas vezes, eu me peguei fazendo pose ao lado de uma placa de rua, encantada com os dizeres no idioma nativo e o design local. Nada contra, mas ao rever as fotos, a cena revelou-se pat�tica.

Nos pa�ses vizinhos, a grama � mais verde. O p�r do sol explode em tons mais vibrantes, o azul do mar � mais quente e as rochas ganham formatos in�ditos, superiores �s das cadeias de montanhas de Minas.

Nas viagens de f�rias, os detalhes importam mais do que nunca. A flor da lavanda do Le Jardin, em Gramado, � indiscutivelmente mais lil�s e perfumada do que a do quintal de casa.

Dependendo da emo��o do momento, as impress�es de viagens ser�o mais alegres e divertidas. Tanto para o bem quanto para o mal. Conhe�o gente que implicou com a visita a pa�s europeu por causa do pre�o alto do chope. 

Outra tomou birra de Madri porque j� chegou resfriada na cidade, sendo obrigada a permanecer de molho nos primeiros dias.

A impress�o que d� � que as pessoas s� se permitem ser felizes e enxergar a beleza enquanto durar o intervalo. Na correria do cotidiano, s�o capazes de trope�ar no p� de uma �rvore florida ou passam reto pelo lugar vago no banco da pracinha, enquanto checam as mensagens do celular. Esbravejam contra o chafariz, ali plantado no meio do caminho, atrapalhando a passagem. � um paradoxo.

Ao contr�rio do que pensa a maioria, a felicidade n�o precisa ser feita apenas de momentos. “Se voc� � realmente feliz, voc� se torna uma pessoa natural. Quando voc� n�o � t�o feliz, voc� se torna uma pessoa dependente de condi��es”, ensina o monge Tulku Lobsang, irm�o do m�dico tibetano Amchi-la Rabjee, entrevistado pelo canal do YouTube, Ch� Com Leveza, em sua �ltima vinda ao Brasil. Vale a pena conferir no link ao lado. https://youtu.be/9Jl2klkx5Ns

*Para comentar, fa�a seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)