
Muitos desconhecem as plantas aliment�cias n�o convencionais (Pancs), grupo que inclui as flores comest�veis, que n�o s� embelezam, mas garantem nutrientes e auxiliam na manuten��o da sa�de e do bem-estar sendo usadas da entrada ao prato principal e sobremesa, assim como em bebidas. O importante � saber escolher, com seguran�a da proced�ncia, e que sejam pr�prias para o consumo.
Saborosas, com aroma, textura, de esp�cies picantes a adocicadas, elas v�o al�m da decora��o e tiram qualquer prato ou ceia, com a proximidade do Natal e do r�veillon, do trivial, do comum. Nas celebra��es do fim do ano, ainda que isolados e mantendo o distanciamento social para enfrentar a pandemia da COVID-19, nada como se presentear com um belo prato, colorido e que atraia n�o s� o paladar.
As flores comest�veis s�o uma escolha interessante, leves, e que t�m muito a ver com um pa�s tropical e quente como o Brasil, para inovar nas receitas e fazer del�cias longe dos preparos tradicionais, trazidos de fora, inspirados em regi�es frias, nada a ver com o clima daqui, ainda que com adapta��es e toques da culin�ria brasileira. Nem todos sabem, mas o t�o esperado peru assado foi herdado da Am�rica do Norte; a rabanada foi copiada dos colonizadores portugueses; o panetone � de Mil�o, na It�lia (ainda que seja apontada outra origem, mas todas europeias); o salpic�o � comum na mesa de mexicanos e franceses; e as disputadas nozes, castanhas e avel�s, frutos secos, s�o t�picas dos pa�ses n�rdicos.
Mas tudo � quest�o de experimentar, de costume. Cada vez mais, as flores comest�veis e hortali�as n�o convencionais est�o em alta na mesa dos brasileiros. O aumento do consumo ocorre com a divulga��o do alimento nas redes sociais, internet, programas de chefs na TV, restaurantes, cultivos org�nicos e em trabalhos de pesquisa e centros acad�micos e cient�ficos. As flores comest�veis s�o usadas como alimento desde a antiguidade. No Brasil, recentemente, com a valoriza��o dos alimentos naturais, da alimenta��o viva e das Pancs, elas v�m ganhando visibilidade.
E como tamb�m “comemos com os olhos”, as flores comest�veis atraem pela beleza, colorido, diversidade e formas. Essa express�o, ali�s, surgiu na Roma antiga, onde os rituais f�nebres eram feitos com grandes banquetes, mas n�o era permitido comer, apenas admirar as refei��es, ou seja, comia-se com os olhos. O dito, no mundo da gastronomia atual, foi reinventado e significa degustar pratos criativos, belos e harmoniosos para ati�ar o paladar na primeira impress�o. A ideia � hipnotizar e dar �gua na boca.
Conforme descrito na cartilha Ci�ncia M�vel Epamig, projeto com coordena��o de Vanda Maria Oliveira Corn�lio, sendo autores Izabel Cristina dos Santos, Simone Novaes Reis, Cl�udio Egon Faccion e L�via Mendes Carvalho, da Epamig Sul – Campo Experimental Risoleta Neves, as flores comest�veis podem ter origem nas ervas medicinais e arom�ticas, como alecrim, cebolinha, manjeric�o e nir�; nas hortali�as (br�colis e couve-flor); em esp�cies arb�reas (ip�-amarelo); frut�feras (laranjeira); e nas plantas ornamentais (amor-perfeito, beijinho, capuchinha, d�lia, rosas).
ALERGIA E O P�LEN
O alerta nunca � demais. S� pode colher flores para comer se tiverem sido cultivadas com finalidade de produ��o de flores comest�veis, ou seja, sem uso de agrot�xicos e de fertilizantes qu�micos prontamente sol�veis. Elas devem ser produzidas em sistemas agroecol�gicos. Se quiser com�-las, cultive-as ou adquira-as em estabelecimentos confi�veis. Muitas delas j� s�o comercializadas em grandes cidades, como Belo Horizonte, S�o Paulo e Rio de Janeiro, por produtores especializados. E h� empresas que vendem sementes dessas esp�cies.
A cartilha avisa que n�o h� uma regra ou dicas para identificar as flores comest�veis. Existem esp�cies cujo uso � consagrado pelo conhecimento popular e outras est�o sendo estudadas. E a correta identifica��o � essencial porque na natureza existem flores, ou parte dessas, que, se ingeridas, podem ser venenosas e provocar rea��es al�rgicas, v�mito, ou, em casos extremos, levar � morte. Lembrando ainda que o p�len pode desencadear processos al�rgicos em pessoas sens�veis.