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Somos mulheres de poder

Nosso maior poder era ajudar outras mulheres, cuidar de nossas fam�lias e linhagem, conquistar o mundo atrav�s da beleza, das emo��es, do cora��o


07/02/2021 04:00 - atualizado 04/02/2021 13:14


“Eu aceito o poder.” “Eu aceito o poder.” “Eu aceito o poder.” Essas frases eram ditas por n�s, repetidas vezes, como uma esp�cie de mantra sagrado, durante o segundo retiro espiritual no M�xico. �ramos um grupo de 30 mulheres, que giravam de bra�os dados, formando um c�rculo do poder feminino. A pr�tica, ancestral, trazia um significado curioso, que eu s� entenderia mais tarde.

� medida que gir�vamos, cada uma entrela�ava as pr�prias pernas, formando um X. Os joelhos ficavam levemente flexionados e o tronco virava de um lado e de outro, enquanto a roda girava devagar. A coreografia � quase imposs�vel de descrever em palavras. No in�cio, err�vamos os passos, trope��vamos umas nas outras, esbarrando o corpo, meio desajeitadas.

Aos poucos, a roda ia ficando sincronizada. Percebo, agora, que o movimento n�o era individual. S� funcionava quando apoi�vamos os bra�os umas nas outras, conduzidas pela m�o firme da tutora. Zendaya dava o exemplo, corrigindo os passos e marcando o ritmo com a sua voz de comando, a voz da Nova Era de Aqu�rio. A melhor maneira de ensinar algo � dando o exemplo. Lindo isso.

Era desnecess�rio decorar os passos, treinar a coreografia, tentar reproduzir o compasso da dan�a em frente ao espelho. Qualquer mulher estava apta a participar dessa curiosa cantiga de roda, mesmo as mais t�midas e desajeitadas. Era o oposto das dan�as ensaiadas no col�gio ou cursos de bal�, jazz ou dan�a de sal�o, infrut�feras para muitas das alunas.

Nenhuma de n�s seria relegada � �ltima fileira do palco, suando frio, sentindo vontade de desaparecer entre as dobras das cortinas de veludo vermelho ou azul-escuro. Dan�ando em roda, ningu�m passava vergonha, se desequilibrava ou competia com a colega do lado. Se uma delas trope�asse, as outras amparavam. Na pior hip�tese, todas n�s cair�amos no ch�o, juntas.

N�o havia distin��o entre melhores ou piores bailarinas, calouras ou veteranas, alunas ou mestra. Como na lenda do rei Arthur, n�o existia trono nem cabeceira na mesa redonda, a tal t�vola redonda. As dan�as circulares seguiam o mesmo princ�pio. E j� eram trazidas na mem�ria do cora��o, aprendizados do passado.

Fiquei surpresa com a minha facilidade em sincronizar os passos, in�dita. S� sei que dancei, ou melhor, dan�amos juntas. Aceitamos o nosso poder feminino, dentro daquela sala de um hotel perdido numa cidadezinha qualquer do M�xico. Na verdade, n�o est�vamos ‘ali’. Eu, rom�ntica como sempre, senti como se estivesse em outra dimens�o. �ramos mulheres, unidas em torno de um ideal, empoderadas de fato.

Com pose de rainhas, deusas ou ninfas, evoc�vamos nossos melhores talentos: a intui��o, o jogo de cintura, o cuidado umas com as outras. Nosso maior poder era ajudar outras mulheres, cuidar de nossas fam�lias e linhagem, conquistar o mundo atrav�s da beleza, das emo��es, do cora��o.

Nossos bra�os se alargavam ao redor do planeta. No centro desse c�rculo de amor, reinava a harmonia na Terra.

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