A felicidade vai muito al�m dos momentos felizes

 

Na neuroci�ncia aprendemos uma boa premissa: “Assim como vamos para a academia treinar o b�ceps, podemos treinar o c�rebro a ser mais feliz”. Ser� que � poss�vel mudar a forma de pensar?

Sim podemos e devemos!

 

Infelizmente, estamos em tempos dif�ceis lutando contra um inimigo invis�vel e sem saber quando tudo isso vai terminar, uma verdadeira guerra mundial. �s vezes, imagino nos anos de 1944, ainda em guerra, mas j� h� alguns anos, o povo sofrido, sem teto, sem comida, dinheiro ou seguran�a, rem�dios, m�dicos ou que fosse necess�rio.

�s vezes, bem em suas casas ouvindo as bombas. Outros piores, presos em campos de concentra��o com uma vida abaixo do n�vel suport�vel, sobrevivendo de sonhos e passando fome, frio e humilha��o.

 

Como sobreviveram?

 

Viktor Frankl, psic�logo judeu, viveu num campo de concentra��o, passou por tudo isso e nos trouxe seu legado de aprendizado com todo o sofrimento gerado ao povo judeu. Para sobreviver a tempos dif�ceis precisamos ter um PARA QU� viver, um significado que nos d� for�a de continuar lutando e querendo viver.

A Ci�ncia da Felicidade � compreendida como um campo multidisciplinar que engloba pilares importantes:

1. A psicologia positiva

2. A neuroci�ncia

3. A ci�ncia das emo��es

Podemos entender a psicologia positiva como o novo olhar dos psic�logos frente aos grandes problemas. Em vez de encarar como dificuldade ou obst�culo, encarar como desafio! Sim, um desafio que podemos olhar positivamente n�o para o problema, mas descobrir onde est� a solu��o.

Ent�o, o que estuda a Ci�ncia da Felicidade?

 

Estuda o comportamento positivo do ser humano. Pessoas consideradas otimistas foram estudadas e descobriram um padr�o comum entre elas: focam no que funciona, agradecem, se d�o permiss�o para serem humanos e sentir emo��es, e agem de forma a enxergar solu��es, n�o se prendendo ao padr�o problema.

 

Esse modelo de trabalho com a felicidade pode se dar num n�vel individual ou at� no coletivo. E sim, podemos estender a solu��o ao estresse p�s-traum�tico, propiciando o crescimento p�s-traum�tico – um termo cunhado pelos psic�logos positivos.

 

Assim pode mudar nossa felicidade individual – no �mbito subjetivo, como � que eu percebo a felicidade no meu dia a dia, bem como e a felicidade coletiva – como � que n�s, como sociedade, experimentamos a felicidade.

A felicidade individual tem um valor muito baixo, as coisas podem estar bem l� em casa, mas quando olho pra fora, n�o deixo de me preocupar com as pessoas, com a classe econ�mica, com a polariza��o pol�tica, com a pandemia – e � claro que isso tudo afeta meu bem-estar individual.

Segundo defini��o do professor israelense Tal Ben-Shahar, com quem tive a oportunidade de estudar, a felicidade � uma combina��o do bem-estar f�sico, emocional, intelectual, relacional e espiritual.

Entrando na quest�o da felicidade coletiva, vem a pergunta do momento e que nos angustia: como se manter feliz encarando uma pandemia h� mais de dois anos?.

Estamos vivendo um trauma coletivo, um luto coletivo, que s� vai ser poss�vel de ser compreendido daqui a muitos anos. Os cientistas sociais t�m dito que estamos vivendo um estresse p�s-traum�tico semelhante ao do p�s-guerra, mas ainda mais complexo, porque n�o conseguimos enxergar o inimigo a olho nu. Eu concordo com isso!

 

Vejo diariamente, o aumento de casos de depress�o, p�nico, doen�as cr�nicas, ins�nia, irritabilidade, fadiga e burnout em demasia p�s-Era COVID-19. E principalmente quem j� sofreu a doen�a e vem trazendo em si as consequ�ncias desse v�rus em seu organismo.

Muita gente descreve a felicidade como algo moment�neo, e que devido ao momento que vivemos fica dif�cil ser feliz. Podemos mudar isso! Mas como?

 

A verdade � devemos ficar no momento presente e desfrutar como der de cada momento, mesmo que seja confinado, com medo ou doente. A vida deve continuar e devemos lembrar o PARA QU� vivemos, nosso prop�sito de vida e seguir com garra nestes tempos dif�ceis. Assim, passaremos, como todos os que sobreviveram a guerras, pestes antigamente, tamb�m n�s, neste momento de prova��o, estamos no mesmo barco.

 

Quanto mais controle emocional tivermos, mais encontraremos sa�de e imunidade. A resposta est� no que a neuroci�ncia vem ensinar, um exerc�cio mental di�rio de focalizar no bem-estar, nas pequenas mudan�as poss�veis, um exerc�cio di�rio de positividade. Cada um � sua maneira, podemos realizar o bem � humanidade se todos conseguirmos ser um pouquinho mais positivos e regularmos nosso estresse di�rio.

 

As pessoas t�m essa ideia de que a felicidade � subjetiva, abstrata, e hoje a ci�ncia est� mostrando que a felicidade vai muito al�m dos momentos felizes. Tem efeitos duradouros, mais profundos. O grande trabalho da Ci�ncia da Felicidade � desmistificar a felicidade, justamente para que as pessoas possam compreender melhor o que ela � e se livrar de algumas ilus�es, como a de que uma vida feliz � uma vida livre de tristezas.

 

Isso � completamente irreal. A tristeza nos leva a reflex�es profundas sobre n�s mesmos, coisa que a felicidade n�o faz. Dito isto, entendo que a felicidade � um estado do ser e, portanto, pode abarcar diferentes emo��es.

 

A autoaceita��o e o autoconhecimento s�o a chave para sermos mais felizes? Sem d�vida o autoconhecimento � a principal chave. Quando a ci�ncia fala em bem-estar emocional ela fala em investigar as emo��es que n�s sentimos. E conseguimos isso atrav�s de autoconhecimento.

 

Qual o papel das redes sociais na “infelicidade” coletiva?

As redes sociais proporcionam uma coisa bem conhecida da psicologia, que � a ansiedade de refer�ncia. Nosso subconsciente est� o tempo todo fazendo compara��es, n�s n�o fazemos uma leitura da vida e dos fatos a partir de estudos concretos, mas sempre pelo vi�s da compara��o.

Por mais que conscientemente entendamos que as redes sociais mostram apenas um recorte “feliz” da vida das pessoas, quando se est� l�, rolando as fotos e vendo todo mundo em um lugar bacana e voc� em casa, come�a a achar que a sua vida � mais chata do que a dos outros.

 

� poss�vel ensinar algu�m a ser feliz?

Depois de anos de estudos, o neurocientista Richard Davidson trouxe uma conclus�o que revolucionou a forma como a ci�ncia entende a felicidade. Ele afirmou que ela � uma habilidade que pode ser aprendida, desenvolvida, aperfei�oada, treinada.

A neuroci�ncia compreendeu que o c�rebro � um m�sculo e, assim como vamos para academia exercitar o b�ceps, podemos exercitar o c�rebro. Portanto, a felicidade pode ser desenvolvida, aprendida. Mas a ci�ncia nunca falou absolutamente nada sobre a felicidade ser ensinada.

 

Vamos l� minha gente, treinar, como ver o mundo por uma lente mais otimista. Voc� est� vivo, mude sua forma de ver!