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Estado de Minas POL�TICA

CPMI � reality show que vai testar rela��o de Lula com Congresso

Comiss�o que vai investigar ataque de 8 de janeiro expor� tamb�m como ser� fica rela��o do petista com militares


01/05/2023 08:30 - atualizado 01/05/2023 08:32

Lula, José Múcio e os três comandantes militares: CPMI deve ser teste para relação entre governo e militares
Lula, Jos� M�cio e os tr�s comandantes militares: CPMI deve ser teste para rela��o entre governo e militares (foto: RICARDO STUCKHERT/PR)

Agora que o Big Brother Brasil 23 acabou, vai come�ar outro reality que tem tudo para ser l�der de audi�ncia. A comiss�o parlamentar mista de inqu�rito (CPMI), que investiga os atos golpistas de 8 de janeiro, deve drenar aten��o p�blica e expor as fragilidades da rela��o do governo com o Congresso Nacional e com os militares. Bem que Lula tentou evitar a instala��o da CPMI, mas foi atropelado pelas imagens do seu ministro do Gabinete de Seguran�a Institucional, o general Gon�alves Dias, perambulando pelo Pal�cio do Planalto durante a invas�o. “G.Dias” perdeu o cargo e o governo perdeu a oportunidade de evitar trazer de novo � tona a participa��o de militares nesses atos.

Sabe-se que parte das For�as Armadas tinha, sim, alinhamento com ideias golpistas e participou dos atos de janeiro, fato que vem sendo investigado pela Justi�a. Para Lula, a ideia inicial parecia ser deixar que o Judici�rio investigasse e punisse os “maus militares”, enquanto defenestrava os fardados bolsonaristas dos cargos em confian�a do Poder Executivo. No meio do processo, lentamente buscaria reconstruir sua rela��o com as for�as.

A nomea��o de Jos� M�cio foi um primeiro ind�cio de que o revanchismo contra as for�as n�o seria uma bandeira do governo. O presidente foi muito criticado, j� que M�cio tem boa interlocu��o com conservadores, sendo inclusive elogiado por Hamilton Mour�o (Republicanos-RS), quando anunciado.

No entanto, a instala��o da CPMI tende a prejudicar a contemporiza��o buscada por Lula. Mesmo entre os indicados pelo governo, ser� dif�cil n�o apontar a participa��o dos militares. Do outro lado, haver� uma tropa de choque alinhada ao ex-presidente Bolsonaro, sedenta por fazer valer a vers�o absurda de que o governo eleito foi conivente com a invas�o na sede dos poderes.

A rela��o, ainda em constru��o, do governo Lula com o Congresso tamb�m ser� testada. Sem boa vontade pol�tica, a te�rica vantagem que o governo tem na nomea��o dos membros da comiss�o pode evaporar rapidamente. Em uma CPI mista – composta por 16 senadores e 16 deputados – os membros s�o indicados proporcionalmente pelos blocos partid�rios do Senado e da C�mara. Quanto maior o bloco, mais membros se pode indicar. Arthur Lira (PP-AL) controla o maior bloco de deputados e, por isso, deve indicar cinco membros e provavelmente o presidente da comiss�o.

Evidentemente, Lira deve indicar algum deputado de sua confian�a para a presid�ncia da CPMI. Um dos nomes que circula � de Arthur Maia (Uni�o-BA), opositor ao Partido dos Trabalhadores na Bahia. O governo come�aria o jogo perdendo e, por isso, vai ter que fazer esfor�a extra para indicar um senador aliado para ser o relator.

O senador Renan Calheiros (MDB-AL) teria apoio do governo para relatoria, mas deve encontrar resist�ncias de Lira, por isso deve ser preterido. Nos bastidores, Jacques Wagner articula para emplacar um colega menos midi�tico, como o do senador Eduardo Braga (MDB-AM).

Al�m dos cargos mais importantes, os membros da comiss�o podem alterar muito a situa��o do governo. De partidos que s�o rachados – como o Uni�o Brasil – podem sair tanto aliados de Lula como Bolsonaristas.

Mesmo aliados de primeira hora podem gerar problemas. O deputado Lindenbergh Farias (PT-RJ), por exemplo, � tido como um dos prov�veis representantes do governo.  Mesmo sendo um lulista inconteste, Lindenbergh j� mostrou no passado que pode ser dif�cil de controlar.

Manter essa CPI sob controle � tudo que o governo gostaria, mas Lula sabe que isso � praticamente imposs�vel. A estrat�gia do governo de deixar o foco sobre Bolsonaro e sobre seu c�rculo mais pr�ximo, sem jogar luz sobre um poss�vel apoio mais amplo das For�as Armadas � a �nica poss�vel, mesmo assim arriscada. O custo pol�tico do controle da CPMI � mais um trunfo que as lideran�as do congresso certamente saber�o utilizar.

Assim como o BBB, � sempre bom lembrar que a CPMI � um jogo, que mesmo de gosto duvidoso, repercute muito.



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