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Estado de Minas

Pecuaristas produzem leite com ecologia

Pequenos pecuaristas mineiros aderem ao manejo do gado sem uso de agrot�xicos nos pastos e com medicamentos homeop�ticos para os animais com o objetivo de agregar valor � produ��o


postado em 27/03/2017 06:00 / atualizado em 24/04/2017 17:29

Também é preciso ter planejamento para apostar no produto agroecológico(foto: Alexandre Soares/Divulgação - 29/12/10)
Tamb�m � preciso ter planejamento para apostar no produto agroecol�gico (foto: Alexandre Soares/Divulga��o - 29/12/10)

A preocupa��o da popula��o em ter a alimenta��o cada vez mais saud�vel tem provocado modifica��es que v�o da ind�stria ao campo. Atentos � necessidade suprir a demanda dos consumidores, os produtores t�m procurado se adaptar. A produ��o leiteira n�o foge a essa regra. Pensando nesse nicho de mercado, produtores familiares de Periquito, no Vale do Rio Doce, come�ar�o a produzir leite agroecol�gico – ou org�nico –, sem fertilizantes qu�micos e agrot�xicos na planta��o que serve de alimento ao gado. A expectativa dos envolvidos com o projeto � dobrar a produ��o de leite nas propriedades que est�o inseridas do experimento inicial.

Al�m da n�o utiliza��o de agrot�xicos, o gado tamb�m passar� a ser tratado com uso de medicamentos homeop�ticos. A metodologia adotada pela Associa��o de Coopera��o Agr�cola do Assentamento Liberdade (Acoal), onde est� sendo feito o experimento, � conhecida por Pastoreio Racional Voisin (PRV). Inicialmente, a entidade pretende estruturar quatro propriedades que ser�o usadas como modelo. Ao todo, 33 associados participam do projeto, que j� conseguiu recursos de R$ 178 mil da Funda��o Banco do Brasil.

No entanto, a produ��o do leite agroecol�gico exige mudan�as profundas na forma de pensar a produ��o. A t�cnica PRV, por exemplo, divide a �rea de pastagens em pequenas partes que v�o sendo revezadas pelo gado para evitar o desgaste do terreno. Essa medida tamb�m permite que o gado tenha alimento todo o tempo, mas sem prejudicar o crescimento da grama e, assim, evitando que o produtor recorra a outro tipo de alimenta��o. E mais: ainda � poss�vel que os animais tenham o card�pio, digamos assim, mais variado com a diversifica��o de vegetais. Isso traz ganho de nutri��o e sa�de.

Se para os animais � bom, para os produtores tamb�m h� ganhos, j� que a expectativa � de que haja redu��o de 70% nos custos com rem�dios e ra��o. A inten��o � que a alimenta��o seja toda natural. A secret�ria-geral da Acoal, V�nia Maria de Oliveira, espera que o volume de produ��o tenha um salto com esse novo manejo. “As t�cnicas v�o trazer melhor condi��o de produzir o leite e mais economia. Estamos trabalhando com a meta de quase dobrar a produ��o em dois anos, que em janeiro foi de 30 mil litros”, disse.

Apesar disso, o assessor t�cnico da Secretaria de Agricultura do estado, Feliciano Oliveira, chama a aten��o para os cuidados que envolvem todas as etapas da produ��o. Ele conta que � necess�rio que o produtor se assegure, mesmo diante de eventuais dificuldades. Ele cita como exemplo a eventualidade de alguma doen�a afetar o rebanho. “O produtor, mesmo em casos mais s�rios como uma mastite (processo inflamat�rio que atinge a gl�ndula mam�ria das vacas), n�o pode usar rem�dios que s�o comumente utilizados. Ele deve sempre optar pelo tratamento homeop�tico. Caso contr�rio, o produto dele perde essa caracter�stica de org�nico”, conta.

O assessor t�cnico ressalta que o planejamento � necess�rio para garantir que a produ��o consiga ser escoada. “� importante que tudo seja muito bem pensado e que exista um planejamento de m�dio e longo prazo. O modo de produ��o exige, inclusive, que tenham alguma marca sinalizando interesse, e a coleta, por exemplo, deve ser feita de outra forma, com outros cuidados”.

A aten��o dos consumidores � necessidade de alimentos mais saud�veis j� tem provocado mudan�as na forma de produ��o. De acordo com Feliciano Oliveira, mesmo as propriedades n�o dedicadas � produ��o agroecol�gica j� t�m adotado t�cnicas mais saud�veis, digamos assim. “A cada dia, mais os consumidores est�o preocupaos com a qualidade do leite. Existe atualmente uma vigil�ncia maior em termos de orienta��o, em termos de medica��o em animais que estejam em produ��o”, afirmou.

Essa situa��o � confirmada pelo pecuarista Eduardo Furbino, de 69 anos, que tem uma propriedade em A�ucena, Vale do Rio Doce. De acordo com Furbino, mesmo sem estar oficialmente dentro do meio de produ��o agroecol�gico, tanto ele quanto outros produtores de leite da regi�o t�m se preocupado em ter a produ��o mais criteriosa quanto ao manejo mais sadio. “A gente sempre opta por tratamento com medicamentos homeop�ticos. Temos muito cuidado com o uso de antibi�ticos. Se for inevit�vel, a vaca fica de quarentena para n�o contaminar o leite”, afirmou.

O produtor conta, contudo, que os produtores n�o est�o adaptados para atender a todas as exig�ncias. “Para ser totalmente dentro desse tipo de produ��o agroecol�gica a gente tem que mudar toda a produ��o. A gente j� usa alimenta��o mais natural, sempre com pastagem, o que j� deixa nosso leite mais saud�vel”, revela.

RANKING Minas Gerais � o estado com a maior produ��o de leite do pa�s. Sozinho, responde por 26,1% de todo o leite brasileiro. Em 2015, foram produzidos 9,1 bilh�es de litros. O Paran�, que est� na segunda posi��o, tem 13,3% de participa��o no mercado com a produ��o medida de 4,6 milh�es de litros da bebida. Ainda sobre Minas Gerais, a expectativa dos t�cnicos da Secretaria de Estado da Agricultura � de que a produ��o em 2017 seja de 9,5 milh�es de litros.

O Sul de Minas � a maior regi�o produtora do estado, respondendo por 17,1%. Na segunda coloca��o est� a Regi�o Central (15,9%), seguida bem de perto pelo Alto Parana�ba (15,7%). Na sequ�ncia v�m o Centro-Oeste de Minas, que responde por 11%, e o Tri�ngulo, com 10,6%. Especificamente sobre o leite agroecol�gico ou org�nico n�o h� dados sobre a produ��o no estado.

Enquanto isso..
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...PIB de R$ 204,4 bi em Minas Gerais

O Produto Interno Bruto (PIB) do agroneg�cio mineiro fechou 2016 com alta de 8,2% em rela��o a 2015, alcan�ando o valor bruto de R$ 204,43 bilh�es (a pre�os de dezembro). O estado respondeu por 13,8% do PIB do agroneg�cio brasileiro. Os dados fazem parte do levantamento elaborado pelo Centro de Estudos Avan�ados em Economia Aplicada (Cepea) da Esalq/USP, e foi analisado pela Secretaria de Agricultura, Pecu�ria e Abastecimento de Minas Gerais (Seapa) em parceria com a Faemg e o Senar/MG. O PIB do agroneg�cio mineiro representa a soma das riquezas do setor de quatro grupos: produ��o b�sica (setor prim�rio), que respondeu por 37,8% do montante; setor de servi�os (30,8%), ind�stria (25,7%), e de insumos (5,7%). Em rela��o ao segmento prim�rio, a agricultura teve um peso maior na composi��o do PIB mineiro. Do valor total obtido estima-se que R$ 113,30 bilh�es (55,4%) sejam resultantes desse segmento e 44,6% obtidos pela pecu�ria, somando R$ 91,13 bilh�es. Na avalia��o do secret�rio de Agricultura, Pedro Leit�o, o agroneg�cio contribuiu para que a retra��o da economia n�o fosse ainda maior. “O PIB nacional apresentou recuo de 3,6%, al�m da queda no n�vel de emprego e, mais uma vez, o campo assume a sua responsabilidade na gera��o de emprego e renda do pa�s.”


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