Prejudicada pelas condi��es clim�ticas na �poca da florada entre julho e agosto do ano passado –, muita chuva e oscila��es de temperatura – a safra de azeitonas de 2019 dever� representar a metade do volume obtido em 2018. A avalia��o � de Nilton Caetano, presidente da Associa��o dos Olivicultores dos Contrafortes da Mantiqueira (Assoolive), que estima produ��o em Minas de aproximadamente 210 toneladas de azeitonas, das quais ser�o extra�dos 24 mil litros de azeite. A colheita iniciada entre 15 e 20 de fevereiro se estender� at� 15 de abril.
Com a express�o que a atividade ganhou no estado, 25 marcas de azeite extravirgem de alta qualidade ofertam aos consumidores, em casas especializadas e de alimentos gourmet, garrafas de 250ml do produto a pre�os que variam de R$ 25 a R$ 40.
“O Brasil importa cerca de 70 mil toneladas de azeite e 90% das marcas se apresentam fora dos padr�es qu�micos e sensoriais do extravirgem”, afirma Nilton Caetano. Segundo ele, � grande o potencial do mercado interno para o produto. “Minas produz menos de 1% do que o Brasil consome. Mas a nossa produ��o � de qualidade reconhecida internacionalmente. Toda a safra de 2018 j� acabou e o mercado aguarda pela produ��o de 2019”, diz o olivicultor, que � propriet�rio da marca Oliva BR, uma das pioneiras do estado.
Diferentemente de azeites importados que j� chegam velhos �s g�ndolas dos supermercados – e muitos deles adulterados quanto �s especifica��es de r�tulo –, o azeite produzido em Minas � processado e comercializado dentro do mesmo ano de fabrica��o. “Como temos condi��es de comercializ�-lo at� 20 dias depois da extra��o, ele � muito mais saboroso do que os importados, que chegam ap�s um ano da colheita. O nosso � um azeite novo”, explica Nilton Caetano.
A cultura da azeitona foi introduzida h� cerca de 10 anos na regi�o da serra da Mantiqueira, que fica a 1.300 metros de altitude, ambiente ideal para o desenvolvimento das �rvores, que precisam do frio para a flora��o. Em 2017, a produ��o de azeite no estado registrou safra recorde: foram 365 toneladas de azeitonas colhidas e 42 mil litros de azeite extra�dos. Naquele ano, a extra��o de azeite foi 420% superior � de 2016 – que, assim como neste ano, teve a safra prejudicada devido �s condi��es clim�ticas.
A �rvore demora quatro anos para produzir frutos. Em Minas, apenas 20% delas j� est�o produzindo, mas ainda n�o alcan�aram o d�cimo ano de vida, quando a planta atinge o �pice em termos de quantidade da produ��o. Por isso, a produtividade ainda � pequena quando comparada � da Espanha, maior produtor de azeite do mundo: l�, uma �rvore madura, de 10 anos de idade, produz 35 quilos de azeitona; em Minas, por enquanto, as oliveiras ainda novas produzem, em m�dia, 10 quilos do fruto por planta.
Hist�rico de inova��o
>> Foram os padres jesu�tas que trouxeram para o Brasil, no s�culo 16, as primeiras mudas de oliveiras, ent�o plantadas ao lado das igrejas
>> Ainda no Brasil Col�nia os fazendeiros come�aram a cultivar a planta, mas a Coroa portuguesa os proibiu de investir na cultura, uma vez que Portugal j� era o maior exportador de azeites para o pa�s. Naquela �poca, a justificativa oficial lan�a a cren�a de que o Brasil n�o dispunha de solo adequado ao cultivo, o que se disseminou durante anos
>> As primeiras experi�ncias de produ��o surgiram na d�cada de 1950, em S�o Paulo e no Rio de Janeiro
>> Nessa �poca, come�a a hist�ria da produ��o mineira, quando a Empresa de Pesquisa Agropecu�ria de Minas Gerais (Epamig) identifica, em estudos de campo, a Serra da Mantiqueira como territ�rio de f�rteis olivais
>> Depois de v�rios anos de pesquisa, em 2008, foi lan�ado o primeiro azeite extravirgem brasileiro durante evento em Maria da F�, no Sul de Minas