Mantenha-se hidratado para enfrentar os dias quentes da esta��o

Manuela Ferraz*

 

 

Todos os anos, diversas regi�es do pa�s enfrentam altas temperaturas combinadas com baixa umidade. N�o � raro a popula��o sofrer com dores de cabe�a e n�useas nos dias de estiagem. Essas condi��es est�o, muitas vezes, ligadas � desidrata��o corporal.

 

Nutricionista e professora do curso de nutri��o do Centro Universit�rio Unieuro, Carolina Am�ncio Sasaki explica que a necessidade di�ria de consumo de �gua varia de pessoa para pessoa, seguindo algumas caracter�sticas, como sexo, situa��o fisiol�gica, idade etc. “Nesta �poca, desidratamos com muita facilidade e sem perceber. As pessoas est�o habituadas a ligar desidrata��o ao suor. Como a umidade est� muito baixa, n�o conseguimos visualizar esse l�quido escorrendo, mas perdemos �gua a todo momento”, detalha.

 

Por isso, ressalta a nutricionista, � importante tamb�m fracionar o consumo de �gua durante o dia. “N�o adianta concentrar a ingest�o em um �nico momento, porque isso pode estimular uma diurese elevada, que elimina o l�quido do corpo”, alerta.

Sobre a quantidade di�ria necess�ria, Carolina explica que, no total recomendado, s�o contabilizados a �gua presente nos alimentos, a �gua pura, os sucos, os ch�s e tudo o que cont�m l�quido. “Para uma mulher de 31 a 50 anos, sem grandes particularidades, a necessidade de consumo de �gua seria em torno de 2,7 litros”, exemplifica. Mas, afirma, existem vari�veis que devem ser levadas em considera��o, como a situa��o clim�tica, a umidade relativa do ar e o n�vel de atividade f�sica. A nutricionista atesta que � preciso a avalia��o de um profissional para uma recomenda��o que atenda � singularidade de cada organismo.

OP��ES Se voc� n�o � grande f� da �gua comum, pode ficar tranquilo. Existem alimentos ricos em �gua que, apesar de n�o substitu�-la, ajudam a aumentar o n�vel de hidrata��o do corpo. O especialista em nutri��o ortomolecular esportiva Leone Gon�alves sugere algumas op��es. “� poss�vel ingerir alimentos ricos em �gua, como melancia, rabanete, tomate, mel�o, abacaxi, pera. Investir tamb�m em ch�s, sucos naturais, de prefer�ncia sem a��car ou fazendo uso de stevia ou sucralose.”

A restri��o que Leone faz � para quem costuma substituir �gua por refrigerantes e sucos industrializados – por conterem subst�ncias que causam danos ao corpo. “Estudo realizado na Universidade Tufts, em Boston, descobriu que as mulheres que tomam refrigerantes tipo cola tr�s vezes por semana tinham uma densidade mineral �ssea abaixo da m�dia. Outras bebidas carbonizadas n�o causaram diferen�as. Os autores acreditam que o efeito ocorra provavelmente por causa da cafe�na e da a��o do �cido fosf�rico. � poss�vel que essas subst�ncias bloqueiem a absor��o do c�lcio. � o suficiente para assustar qualquer pessoa”, justifica.

 

Quanto aos ch�s, Leone faz algumas ressalvas e pede aten��o aos ingredientes. Os diur�ticos, como o ch�-verde, podem ser utilizados, mas com cautela, porque eliminam sais minerais. Op��es com cafe�na, como o ch�-preto e o ch�-mate, devem ser evitadas, pois ajudam a desidratar. Quanto aos demais tipos, em geral, s�o indicados, pois n�o s�o cal�ricos e cont�m subst�ncias ben�ficas, como taninos. “No entanto, recomendo beber diariamente, no m�ximo, tr�s x�caras.”

 

Aos adeptos da �gua com g�s, o uso e a substitui��o � �gua comum s�o praticamente liberados. O inconveniente est� ligado apenas a poss�vel dilata��o estomacal e mal-estar se ingerida em grandes quantidades. Mas os nutrientes s�o os mesmos da �gua sem g�s.

 

Os profissionais s�o un�nimes em indicar a ingest�o di�ria de �gua saborizada para quem n�o � muito f� de �gua comum. “Tem gente que coloca gotas de menta, folhas de hortel�, peda�os de uva. Isso � s� para dar um sabor na �gua pura, para quem n�o tem boa palatabilidade. N�o altera em nada a hidrata��o fornecida se comparada � �gua pura”, garante a nutricionista Carolina Am�ncio Sasaki.

TREINO PESADO

Maria Clara Venceslau, de 21 anos, � estudante de educa��o f�sica e alterna a rotina de estudos com est�gio em uma academia e duas sess�es de treino di�rias. Todo esse comprometimento se deve � sua profiss�o de fisiculturista e inclui ainda cuidados na alimenta��o e na quantidade de l�quido ingerido. “Quando n�o estou visando a um campeonato, o meu preparador deixa um pouco livre, mas meu consumo m�nimo de �gua � de quatro litros”, exemplifica ela.

 

Quando muito pr�ximo de um campeonato, a quantidade de �gua passa a ser racionada, mas tudo feito com muita cautela e acompanhamento de um especialista. “Tudo � planejado para que n�o haja dano ao organismo. � feita uma pir�mide de �gua, come�amos com seis litros e, a cada dia, vai aumentando at� chegar a nove litros. Depois, vai diminuindo, at� zerar. Isso � uma estrat�gia, nem todos os atletas a usam.” Essa t�cnica � para que, na hora da avalia��o, os m�sculos fiquem em total evid�ncia.

 

Na rotina di�ria, Maria Clara n�o abre m�o da �gua. “Quando fico em jejum, sinto fraqueza, mas � algo planejado e por um tempo muito curto.” A estudante entende que a boa hidrata��o � um forte aliado do atleta.

* Estagi�ria sob a supervis�o da 

subeditora Sibele Negromonte

 

Receita de �gua saborizada

1,5l de �gua

1 laranja em rodelas

1 lim�o em rodelas

Hortel� e gelo a gosto

Misture todos os ingredientes para se refrescar e garantir hidrata��o nas altas temperaturas