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Estado de Minas

Como tirar de letra o conv�vio com autistas

Familiares mostram que, a despeito do preconceito e da exclus�o que os autistas geralmente sofrem, � poss�vel manter uma comunica��o positiva


11/10/2019 06:00 - atualizado 12/10/2019 20:57

Cena da série The good doctor, com o ator britânico Freddie Highmore, que interpreta um competente médico autista (foto: YouTube/Reprodução)
Cena da s�rie The good doctor, com o ator brit�nico Freddie Highmore, que interpreta um competente m�dico autista (foto: YouTube/Reprodu��o)


A s�rie The good doctor, que estreou recentemente na TV aberta, conta a hist�ria de um m�dico talentoso que tem a chamada s�ndrome de Savant, frequentemente acompanhada de autismo. Ele � capaz de resolver casos dif�ceis gra�as a uma capacidade imensa de absorver informa��o t�cnica. Por causa disso, consegue emprego em um importante hospital da Calif�rnia. No entanto, tem que lidar diariamente com o preconceito. J� Atypical � uma com�dia dram�tica da Netflix, que trata o autismo com delicadeza e humor. Sam, um jovem de 18 anos diagnosticado com transtorno do espectro autista (TEA), est� em busca de sua pr�pria independ�ncia. Em fam�lia, ele enfrenta os desafios dessa jornada e vive toda a efervesc�ncia da idade e seu amadurecimento.
 
O TEA

� uma das maneiras diferentes de enxergar o mundo. Embora exista um longo caminho a percorrer, entender o autismo e suas particularidades � a melhor forma de lidar com ele. O incentivo e apoio dos pais � um dos principais fatores estimulantes de v�rios processos positivos para pessoas autistas, como a socializa��o e a comunica��o.
 
A jornalista e escritora Selma Sueli da Silva, de 56 anos, � autista e m�e do tamb�m jornalista e escritor Victor Mendon�a, de 23, que, como ela, sofre com o transtorno. A forma que encontraram de se fazer entender foi levar informa��es e discuss�es a respeito do transtorno por meio das redes sociais. Assim, os dois produzem o canal Mundo Asperger, tendo quase 30 mil inscritos no YouTube.

Com diferentes graus de autismo, Victor, de 23, e a mãe, de 56, mantêm o canal Mundo Asperger, para discussões sobre o transtorno, com 33 mil seguidores(foto: Jair Amaral/EM/D.A Press)
Com diferentes graus de autismo, Victor, de 23, e a m�e, de 56, mant�m o canal Mundo Asperger, para discuss�es sobre o transtorno, com 33 mil seguidores (foto: Jair Amaral/EM/D.A Press)
Selma Sueli s� teve o diagn�stico do autismo h� tr�s anos, em 2016. Para ela, ser autista se divide em antes e p�s-diagn�stico. “Como cresci sem saber, posso dizer que ser autista antes do diagn�stico foi ser uma pessoa com especificidades, que tentou entender o mundo e a rela��o com os que a cercavam para n�o se sentir como algu�m inadequado e inconveniente”, conta. Ela tamb�m aprendeu a externar as limita��es e a solicitar ajuda.
 
“Minha rela��o com meu filho, que j� era boa, melhorou muito. Sei, hoje, que lidamos com gente e que gente � diferente. Por isso, fico bem atenta para sinalizar e evitar que a diferen�a nos afaste. Hoje, tudo funciona como funcionou com meu filho desde sempre”, comenta a jornalista, que permeou por “dois lados” do conv�vio com algu�m autista.
 
Victor Mendon�a ressalta que sempre percebeu caracter�sticas que o aproximavam da m�e e outras que tornavam as opini�es verdadeiros embates. “Depois do diagn�stico dela, ficou melhor. Algumas caracter�sticas do c�rebro neurodivergente nos tornam muito parceiros, mas � preciso ter muito cuidado com a rigidez de nossos c�rebros, que pode nos levar a colapsos em momentos que n�o conseguimos nos expressar bem um com o outro”, pondera. O escritor brinca que agora que conhecem as regras do jogo, ficou mais f�cil e mais prazeroso jogar. “Conflitos ainda existem, mas a gente os recebe como oportunidade de aprendizado.” O youtuber diz que aprende muito com o ser humano e suas riquezas. “Sei que todos, sem exce��o, temos o nosso potencial. O desafio � criar condi��es para que cada um se expresse no m�ximo de seu potencial. N�o h� ningu�m que veio ao mundo a passeio. Todos temos uma miss�o, e somos importantes por isso”, afirma.

VIS�O EXTERNA

O pai de Victor e ex-marido de Selma Sueli, o jornalista e artista gr�fico Roberto Mendon�a, de 60, destaca que conviveu com atitudes e pensamentos �s vezes distintos de um ‘padr�o autista’. A rela��o entre ele, Selma e Victor � marcada pela compreens�o m�tua e o di�logo, o que explicita e minimiza as diferen�as, tornando mais f�cil a conviv�ncia. “� o que deveria ocorrer em qualquer tipo de intera��o, independentemente do autismo, n�o fosse o radicalismo que separa e confronta”, frisa. Para o artista gr�fico, o maior obst�culo n�o � o conv�vio entre diferentes, “� a ignor�ncia crescente, que faz as pessoas se voltarem para o seu mundinho pequeno, no qual fabricam a verdade que lhes � conveniente”.
 
Ele complementa dizendo que o preconceito � “um dos muitos filhotes paridos pela ignor�ncia”, e que se apresenta de v�rias formas. “Quando digo que meu filho � autista, h� quem nem sequer acredite, considerando que meu filho � jornalista e escritor – j� pensando em defici�ncia mental ou loucura. A maioria das pessoas compreende o que � mais aparente, superficial”, conclui.
 
Nesta edi��o, o Bem Viver narra hist�rias de fam�lias que lidam diariamente com o preconceito e as dificuldades de ter um filho autista, mas, por outro lado, refor�am o potencial de quem sofre com tal diversidade.

* Estagi�rio sob a supervis�o da 
subeditora Elizabeth Colares


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