
Muitos tutores encontram dificuldades na adapta��o do c�o ao lar: � xixi e coc� pela casa, meias destru�das, sapatos ro�dos. A esperan�a � o adestramento. Especialistas, no entanto, enfatizam que ele n�o exclui a aten��o di�ria que deve ser dada ao pet. Os momentos de recrea��o do cachorro s�o indispens�veis para a sa�de e para a cria��o do v�nculo com o tutor.
Mais do que ensinar truques, o adestrador comportamentalista Darwin Souza explica que o adestramento � um processo educacional em que o profissional procura entender os objetivos e as necessidades da fam�lia, que vai, ent�o, descobrir uma forma melhor de se comunicar com o novo residente da casa.
Nenhuma fam�lia ou animal de estima��o � igual, ainda que a ra�a seja a mesma. Portanto, no processo de adestramento, � necess�rio considerar o que se espera dele na rotina e no ciclo familiar. Ele pode ser um companheiro nas atividades do dia a dia ou um c�o de guarda da casa.
N�o h� idade certa para procurar a ajuda de um adestrador, mas, assim como qualquer outro ser vivo, desde o nascimento os bichos j� come�am a aprender por est�mulos e associa��es. Sendo assim, Darwin garante que, quanto mais cedo os ensinamentos come�arem – seja realizado pelo tutor, seja com aux�lio de especialista –, mais f�cil e rapidamente o pet conseguir� se adaptar � rotina, aos locais estabelecidos para uso nas necessidades fisiol�gicas, entre outras pr�ticas.
Desde que foi adotada, com poucos meses, a vira-lata Pipa come�ou a ser adestrada. O objetivo era garantir o seu bem-estar e o de todos que conviveriam com ela em algum momento. “Ela j� evoluiu bastante. N�o erra as necessidades no tapetinho, est� mais calma, sabe sentar, deitar e esperar pela comida. Podemos dar banho e limpar os olhinhos dela sempre que incomoda sem que fique agitada” esclarece a tutora, Gabriela Farias, servidora p�blica.
Desde que foi adotada, com poucos meses, a vira-lata Pipa come�ou a ser adestrada. O objetivo era garantir o seu bem-estar e o de todos que conviveriam com ela em algum momento. “Ela j� evoluiu bastante. N�o erra as necessidades no tapetinho, est� mais calma, sabe sentar, deitar e esperar pela comida. Podemos dar banho e limpar os olhinhos dela sempre que incomoda sem que fique agitada” esclarece a tutora, Gabriela Farias, servidora p�blica.
H�BITOS

Darwin esclarece que os tutores tamb�m t�m papel importante no aprendizado dos pets. “Os c�es s�o animais mais de h�bitos do que n�s, humanos. Ent�o, � importante que a fam�lia tenha no��o de como eles aprendem e de que eles precisam, desde cedo, ter um lugar claro onde podem fazer o xixi, onde � a cama, a comida. � bacana que hoje as pessoas est�o se preocupando mais com isso, antes de esperar o cachorro manifestar comportamentos que julgam inadequados.”
Existem v�rias formas de ensinar. Algumas mais pol�micas, com m�todos coercitivos, e outras com metodologias positivas. Segundo Darwin, o avan�o das pesquisas na �rea mostrou que os primeiros n�o s� s�o prejudiciais como desnecess�rios em qualquer caso. “J� h� pa�ses que proibiram o uso dos acess�rios que agridem e existem projetos de lei aqui no Brasil para proibi-los tamb�m. Os est�mulos positivos, com recompensa e petisco, s�o capazes de ensinar tudo, at� um tigre permitir que tirem sangue dele para exames”, garante.
O veterin�rio comportamentalista Luis Olivio aponta os perigos desses acess�rios para os c�es e o efeito contr�rio que exercem. “A guia unificada e o colar de choque podem causar est�mulos negativos e levar a altera��es comportamentais de medo, ansiedade e at� agressividade. Por isso, indico selecionar as t�cnicas que n�o proporcionam tal desvio comportamental.”
A tutora Bernadete Moreira, enfermeira, se preocupou em procurar um adestramento positivo para Lola e Zuri por j� ter vivido experi�ncias ruins. “Tive uma cadelinha que passou por um adestramento punitivo e foi muito ruim para nossa rela��o. Quando Lola e Zuri chegaram, pesquisei outros tipos, o comportamentalista e o positivo”, conta. Ela acabou aprendendo tamb�m. “Eles me ajudaram a entender os sinais do c�o, o processo de aprendizagem, as formas de relaxamento e como ensinar comandos e truques. Mas o mais importante foi como n�s, tutores, devemos conduzir a conviv�ncia”.
Por isso, � importante que o tutor acompanhe e participe das aulas. Para ensinar, esses especialistas trabalham com refor�o positivo das boas a��es e o tutor deve fazer o mesmo no cotidiano. O pet � premiado com petiscos e carinhos sempre que faz algo certo. Isso n�o significa que n�o haja ensinamentos, mas eles s�o feitos de forma respeitosa: voltando a prender o c�o na coleira, se ele estava solto em um local p�blico e fez algo incorreto, por exemplo.
* Estagi�ria sob a supervis�o
da subeditora Sibele Negromonte
Fa�a voc� mesmo
No caso de tutores que acreditam que podem ensinar o animal de estima��o sem a ajuda de um profissional ou, simplesmente, que n�o t�m condi��es de contratar um, Darwin sugere pesquisar plataformas com aulas e tutoriais na internet. O veterin�rio Luis Olivio separou algumas dicas:
Xixi e coc� – quando filhote, a m�e ensina o lugar correto para as necessidades, geralmente, onde o piso � diferente daquele em que eles dormem, brincam e comem. Para refor�ar esse ensinamento, o melhor � criar um espa�o amplo para o cachorro e forrar grande parte com jornal ou tapete higi�nico. � bom espalhar jornais ou tapetes em outras �reas da casa tamb�m. Geralmente, os filhotes defecam a cada oito horas e urinam com um espa�o de tempo de 10 a 60 minutos. O melhor � analisar esse h�bito e se antecipar: lev�-lo ao local correto quando estiver bem pr�ximo do hor�rio e recompens�-lo quando acertar o local.
Latido – latir � algo natural para o c�o, mas pode irritar tutores e vizinhos. A melhor maneira de resolver o problema � identificar o motivo do latido. O tutor deve se preocupar sempre em suprir as necessidades f�sicas, sociais e alimentares do pet. Outro ponto pode ser a falta de conhecimento dos tutores que est�o adquirindo filhotes menores de 2 meses. Nessa etapa, eles ainda n�o est�o preparados para se separar da m�e e isso pode gerar um desvio comportamental de ansiedade e fobia por isolamento social.
Pedir comuda durante as refei��es – o pet s� aprende a pedir comida na hora das refei��es do tutor se este refor�a o comportamento dando um pouco de sua comida para ele. Quando o tutor resolve parar, o c�o desenvolve maneiras de pedir, como latir, pular, arranhar, levando o tutor a dar o alimento. Por�m, isso pode levar o h�bito a piorar. Para evitar, basta n�o dar comida � beira da mesa e refor�ar outro comportamento em um local diferente, como dar um brinquedo recheado de ra��o longe da mesa.