A arte que transforma

“Sensibilidade e consci�ncia todo mundo diz que tem, mas o importante e o que faz mesmo diferen�a � partir para a a��o.” A fala de L�o Pil� – artista pl�stico reconhecido pela trajet�ria de transformar o que seria descartado no lixo em obras de arte – faz todo o sentido. Principalmente em uma �poca de preocupa��o com conceitos como sustentabilidade, com a qualidade de vida no planeta. E, por que n�o, com o pr�ximo? “Apenas 3% de todo o lixo descartado no Brasil � reciclado. Ent�o, o projeto Pres�pio Colaborativo, da Casa Fiat, em atividade h� cinco anos, mostra como � poss�vel engajar a popula��o em a��es que realmente dizem algo e que transformam aquilo que seria descarte em algo novo, com uma outra fun��o”, diz.

Em Lagoa Santa, o estilista Victor Dzenk e as coaches Ana Clemente e Iolanda Miranda assinam o projeto Costurando Sonhos, oficina de capa- cita��o que ensina mulheres a criar pe�as utilit�rias e vestu�rio a partir da sobra de retalhos da f�brica de roupas da qual o designer � propriet�rio. Hoje, j� s�o 30 pessoas, entre alunas e professoras, envolvidas nos encontros, aos s�bados. “A nossa ideia ao ensinar um of�cio feito em m�quina de costura industrial � capacitar essas pessoas n�o s� com o objetivo de gerar renda, mas tamb�m empoderar, elevar a autoestima de gente que, muitas vezes, vive em dificuldade. Mostrar a elas novas fronteiras, caminhos, desafios”, registra o criador.

Outro projeto transformador surgiu da ideia de uma artes� e brigadista volunt�ria, a crocheteira Jana�na Pinheiro, de ajudar a comunidade de mulheres que sobreviveram � trag�dia do rompimento da barragem do C�rrego do Feij�o, em Brumadinho. Em atividade h� mais de seis meses, o projeto Confio � lugar de aprendizado, acolhida e at� de terapia de grupo. Com apoio de entidades como o Instituto C&A e SAP Brasil, o grupo j� levou pe�as para desfile de moda e pretende chegar ainda mais longe. “Aprendendo, tecendo e conversando, fico mais tranquila. Seria melhor se tiv�ssemos aulas mais do que as duas vezes por semana, porque a gente se distrai, se une, se fortalece. Queremos melhorias, vender, ter uma renda melhor, mas tamb�m que essa arte nunca acabe, que passe para nossos filhos e netos, pra gente deixar um aprendizado para o futuro”, afirma a aluna Maria da Concei��o da Silva, de 50 anos, moradora do C�rrego desde os 25.