
O avan�o da tecnologia em todas as �reas da vida do homem do s�culo 21 � inevit�vel. Claro, ele est� presente na medicina. Procedimentos mais eficientes, t�cnicas minimamente invasivas, redu��o de riscos e potencializa��o de resultados de forma mais segura s�o ganhos inquestion�veis. Em rela��o � sa�de da mulher, a presen�a de ferramentas de �ltima gera��o e da intelig�ncia artificial (IA) � uma realidade. “Um grande e ineg�vel avan�o em todas as �reas m�dicas � a chamada medicina de precis�o – a associa��o dos dados cl�nicos do paciente com o seu perfil gen�tico. Essa modalidade permite antecipar resultados do tratamento, prever resposta a medicamentos, orientar na preven��o da manifesta��o das doen�as antes que ocorram e tamb�m reduzir custos. Apesar de pouco conhecida, � feita de maneira corriqueira no tratamento da neoplasia de mama e em breve ser� rotina no tratamento do c�ncer de endom�trio”, destaca Joaquim Carlos Barcelos Martins, m�dico ginecologista e coordenador da Cl�nica Ginecol�gica do Hospital Fel�cio Rocho.
O especialista destaca que, na �rea da radiologia, a IA j� � presente e comprovadamente acertada, sustentada pelo grande n�mero de informa��es armazenadas e que n�o s�o esquecidas. “Outro tratamento revolucion�rio ser� a cirurgia rob�tica, em que o cirurgi�o opera por meio de um rob� com movimentos precisos, imagem 3D, com elimina��o de tremor e com consulta de dados frente a situa��es inesperadas e em tempo real. Idealizado em tempos de guerra, pode ser operado a dist�ncia por outro cirurgi�o, em outro continente, por exemplo.”

Pensando na sa�de da mulher, cirurgias como a videolaparoscopia e a histeroscopia s�o avan�os com ganhos tanto para o paciente quanto para o m�dico: “S�o cirurgias minimamente invasivas, por�m com menores incis�es, melhor recupera��o e menos morbidade. Os avan�os tecnol�gicos incorporados aos sistemas de visualiza��o melhoram a dissec��o e identifica��o de estruturas talvez n�o percebidas a olho nu”.
eletrocirurgia A radiofrequ�ncia tem sido exaltada como grande avan�o no tratamento das mulheres. “Consiste no uso de um aparelho de eletrocirurgia e que produz uma corrente de frequ�ncia semelhante � da r�dio FM e que provoca microles�es na parede vaginal que induzir�o a um novo tecido com propriedades el�sticas mais satisfat�rias. Deve ser utilizado naquelas pacientes que n�o apresentam resposta ao tratamento estrog�nico local ou que t�m contraindica��o ao tratamento hormonal”, esclarece Joaquim Carlos.
Ele lembra que “o laser, assim como a cirurgia de radiofrequ�ncia, tem sido usado no tratamento da atrofia urogenital e da cirurgia �ntima – redu��o de pequenos l�bios. Apesar de supostos benef�cios, h� necessidade de estudos para avalia��o de resultados e seguran�a. O tratamento n�o � duradouro e faz-se necess�ria nova aplica��o ap�s 12 meses, aproximadamente, no caso da atrofia urogenital”.
Quanto � incontin�ncia urin�ria, sofrimento para muitos pacientes, fala-se muito na IntimaLase: “O mecanismo � por meio da destrui��o da ‘pele’ vaginal antiga, for�ando o surgimento de um novo epit�lio, com propriedades de elasticidade e de resposta aos horm�nios”, explica Joaquim Carlos, que fala sobre o clareamento �ntimo, tratamento que tem despertado curiosidade de v�rios pacientes: “Destr�i o epit�lio antigo, cuja pigmenta��o destoa da pele ao redor que dar� lugar ao surgimento de um novo tecido de colora��o n�o escurecida e mais clara”.
Tantos avan�os ainda n�o garantiram maior acesso. Para Joaquim Carlos, a IA ainda n�o chegou � popula��o assistida pelo SUS. “Quando se avalia do ponto de vista econ�mico, e a longo prazo, talvez seja o melhor local para implementa��o. No caso do tratamento do c�ncer, haver� uma economia gigantesca de recursos e de melhoria de resultados, pois ter� uma precis�o quanto ao diagn�stico e uso de drogas adequadas, rastreamento da doen�a e diagn�stico precoce.”
NA CHINA A presen�a da tecnologia aplicada � medicina facilita a tomada de decis�o dos m�dicos. Mas h� 100% de confiabilidade? “O m�dico tem uma capacidade limitada de armazenar dados e informa��es. A IA ser� uma grande aliada para constru��o do diagn�stico, j� que apresentar� um gigantesco banco de dados, facilitando o diagn�stico cl�nico e, principalmente, na avalia��o de imagens, al�m de ser extrema a utilidade em regi�es isoladas. Na China, um rob� dotado de intelig�ncia artificial j� atende pacientes baseado em diagn�sticos e receitas de outros m�dicos. Em uma competi��o – tamb�m na China – de diagn�stico de tumor cerebral por imagem, o rob� foi preciso em 87% dos casos, quando os m�dicos acertaram em 67%. Outro exemplo � de um programa para diagnosticar a infec��o generalizada (s�psis), criado em S�o Paulo e em uso em v�rias institui��es. O programa monitora sinais e emite alarme caso os sinais cl�nicos piorem. A redu��o da mortalidade � de 75%. Entretanto, a intelig�ncia artificial nunca substituir� os profissionais, mas funcionar� de maneira semelhante ao uso que um motorista faz do GPS – a integra��o de dados e tomada de decis�es sempre ser� do m�dico.”
ORTOPEDIA Segundo a Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia (SBOT), as cirurgias ortop�dicas tiveram grande avan�o durante a Segunda Guerra Mundial, na Alemanha e na It�lia, para tratar os soldados que estavam nos fronts. Atualmente, 90% das novas t�cnicas e avan�os em cirurgia ortop�dica v�m dos EUA. A tecnologia na pr�tica ortop�dica s� evolui e as videocirurgias podem ser executadas de forma mais �gil, permitindo ao mesmo tempo uma maior precis�o na execu��o do procedimento diante de uma realidade aumentada.
A alian�a entre tecnologia e ortopedia tem sido fundamental para a melhorar muitos aspectos da ortopedia, principalmente a locomo��o com a evolu��o das pr�teses. O m�dico ortopedista Daniel Oliveira, especialista em coluna e em t�cnicas cir�rgicas menos invasivas, destaca alguns aspectos t�cnicos avan�ados, como a utiliza��o de microc�mera para uma vis�o precisa da situa��o interna do corpo, do local exato em que h� alguma anomalia para que seja feita a interven��o cir�rgica. “� uma cirurgia que tem corte de 1cm e demanda apenas 1 ponto ap�s o t�rmino. O paciente j� sai andando e tem rotina normal. Isso � uma evolu��o e tanto quando falamos de uma cirurgia de coluna vertebral, que seria muito mais agressiva.”
Daniel Oliveira destaca o equipamento O-arm O2 Imaging System, um sistema de tomografia m�vel projetado para imagens 3D em 2D: “O m�dico tem informa��es mais precisas a partir da imagem com dimens�es reais, como anatomia �ssea para colocar pr�teses no lugar dos discos intravertebrais, pinos ou como aux�lio em outros procedimentos ortop�dicos.”
Outro procedimento que evolui e est� menos invasivo que a cirurgia tradicional de coluna � a cirurgia endosc�pica de coluna. A utiliza��o do endosc�pio permite a realiza��o de descompress�es com menor agress�o tecidual e com a mesma efici�ncia das t�cnicas tradicionais.