
Bebel conta que enfrenta um tratamento de c�ncer de mama e de como trata o assunto com o filho. “� importante ser honesta com meu filho sobre a doen�a. N�o engan�-lo. Explico sobre o tratamento, sem falsas promessas.” Criadora do site Padecendo no Para�so, em mar�o de 2011, Bebel conta que, no come�o, n�o tinha grandes pretens�es, e que, de um grupo inicial de 30 amigas, hoje re�ne 10 mil m�es.
Essa viv�ncia no Padecendo vai ser compartilhada semanalmente no canal de sa�de e comportamento do Estado de Minas on-line, a partir de amanh�, ter�a-feira. Ela vai abordar quest�es acerca da maternidade e sobre o ser feminino. Al�m de todos os assuntos que j� aborda no grupo, Bebel dar� dicas de filmes e livros relacionados ao mundo feminino.
Casada h� 16 anos, Bebel � m�e de Felipe, de 10. Depois que o menino nasceu, quando ele tinha cerca de 2 anos, ela se viu com dificuldades para lidar com o pequeno, que entrava em uma nova fase, refletindo em mudan�as em seu comportamento, muito na �poca de deixar as fraldas. “Fiz um post nas redes sociais, muitas amigas comentaram e sugeriram a cria��o do grupo”, lembra Bebel, que, agora, ap�s fechar o escrit�rio de arquitetura, em 2015, se dedica inteiramente ao Padecendo no Para�so.
O grupo das “padecentes” discute temas ligados ao dia a dia da maternidade, como trabalhar fora, a jornada cansativa, que n�o se limita ao emprego, onde deixar os filhos, como educ�-los na era da internet, al�m dos pr�prios caminhos ligados ao modo de ser mulher, como casamento, profiss�o (incluindo considera��es sobre o retorno ao mercado de trabalho ap�s o nascimento dos filhos) e feminismo, em um contexto em que a mulher sofre cobran�as de todos os lados.
As discuss�es encabe�adas pelo grupo s�o in�meras e perpassam variados aspectos. Entre as considera��es, tamb�m a situa��o vivenciada por mulheres que cuidam de filhos com defici�ncia, muitas vezes lutadoras solit�rias, como tornar a sociedade mais inclusiva e acolher essas pessoas. Uma das ramifica��es do grupo � o Padecendo no Closet, que aborda moda e autoestima, com a postagem di�ria de looks. “A ideia � n�o ficar mais andando pela casa de pijama e chinelo. Lembrar de si mesma em primeiro lugar”, conta Bebel.
O Padecendo tamb�m apoia o Gamas, uma iniciativa de duas psic�logas do grupo que oferece apoio psicol�gico a mulheres com problemas ligados � maternidade. � um grupo de terapia coletiva, que se re�ne quinzenalmente para rodas de conversa. Outros debates falam sobre o apoio a m�es empreendedoras, que, muitas vezes, procuram empreender para retomar o ganho de dinheiro quando n�o s�o mais aceitas no antigo posto de trabalho.
O Padecendo no Para�so ainda atua em diferentes frentes, com v�rias iniciativas. Uma delas � um bloco sobre inf�ncia inclusiva, que sai todo domingo antes do carnaval, em Belo Horizonte, surgido em 2014. O bloco � animado pela Charanga das Pad�s, bateria formada por m�es do Padecendo sem forma��o musical.
Outra a��o que o Padecendo apoia e divulga � a festa anual Anda logo Biel, iniciativa de uma m�e solteira que adotou um filho com paralisia cerebral, com a verba direcionada para custear o tratamento da crian�a, al�m de parcerias com empresas em um clube de descontos em produtos.
Al�m da p�gina no Facebook, o grupo promove encontros presenciais peri�dicos. Em um primeiro momento, na lista de debates estavam considera��es sobre parto, amamenta��o, troca de fraldas, entre outros. Aos poucos, o grupo foi amadurecendo e, hoje, al�m de novas m�es que ingressam a cada dia ainda com os filhos pequenos, as antigas integrantes permanecem e, agora, seus rebentos j� s�o adolescentes. Nesse ponto, o espectro da discuss�o se ampliou para as quest�es da adolesc�ncia, uma fase bem diferente do que criar um beb�.