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Estado de Minas HIST�RIA PESSOAL

Ca�a ao tesouro

Aproveite o isolamento social para abrir gavetas, vasculhar quartinhos, tirar caixas esquecidas no arm�rio e, quem sabe, fazer descobertas surpreendentes dentro de casa


postado em 12/04/2020 04:00




Ao vasculhar a gaveta do quarto, o maquiador Wellington Almeida encontrou um bilhete escrito pela sobrinha Priscila Almeida quando ela era criança (foto: Fotos: Gladyston Rodrigues/em/d.a press)
Ao vasculhar a gaveta do quarto, o maquiador Wellington Almeida encontrou um bilhete escrito pela sobrinha Priscila Almeida quando ela era crian�a (foto: Fotos: Gladyston Rodrigues/em/d.a press)

Abre a geladeira, esquenta a comida, confere a rede social, v� um filme, chega na janela, brinca com o cachorro e retorna ao come�o. Ufa! Vida de quem est� em quarentena n�o � f�cil: os dias se emendam com as noites, sem direito ao p�r do sol, as horas n�o passam e h� uma leve sensa��o de inutilidade. Ser� mesmo? De jeito nenhum. Nesse per�odo, � tempo tamb�m de abrir gavetas, vasculhar quartinhos, tirar caixas do arm�rio e fazer descobertas surpreendentes, no melhor estilo ca�a ao tesouro ou arqueologia dom�stica. Ent�o, m�os � obra para um mergulho afetivo e de valoriza��o da hist�ria particular.

A contadora Neuza Concei��o Amparo tem pouco tempo para mexer nos guardados, como se diz bem � mineira. Embora trabalhe diariamente no sistema home office, com o escrit�rio de contabilidade em casa, ela disp�e de mais tempo, agora, para viajar a algum lugar do passado e voltar de "l�" com boas lembran�as – algumas t�o atuais que a surpreendem.

Num desses dias de quarentena, no momento de arruma��o da casa, Neuza encontrou, na pilha de objetos h� muito tempo esquecida no canto do quarto, um caderno datado de 2008, quando fazia um curso de gest�o fiscal e tribut�ria. “Fui puxando ele, e resolvi olhar o que estudava na �poca. A maior surpresa de Neuza foi encontrar um poema copiado numa p�gina e psicografado pelo m�dium Chico Xavier (1910-2002), mineiro de Pedro Leopoldo, e expoente do espiritismo.

“Acho que n�o foi por acaso achar o caderno. O impressionante � que, neste tempo de incerteza em que vivemos, o poema est� bem atual”, observa Neuza, moradora de Santa Luzia, na Grande BH. No poema, intitulado Sempre adiante, presente no livro Momentos de paz, h� um verso que diz: Ningu�m na terra escapa a momentos de crise/Agora � um preju�zo, depois � a queda em erro (…)

Amanh�, � a doen�a, logo ap�s � outra dor/Mas, trabalha e prossegue, Deus te guarda o melhor.
 
 
A contadora Neuza Conceição encontrou um poema psicografado pelo médium Chico Xavier, o que considerou como um alento nestes tempos difíceis
A contadora Neuza Concei��o encontrou um poema psicografado pelo m�dium Chico Xavier, o que considerou como um alento nestes tempos dif�ceis
 
 
SEM ABRA�OS 

A surpresa para o maquiador Wellington Almeida, morador do Bairro Jaragu�, na Regi�o da Pampulha, veio na ter�a-feira, quando fez ani- vers�rio. Ao vasculhar uma gaveta do quarto, achou l� no fundo um bilhete escrito pela sobrinha Priscilla Almeida Carneiro, advogada, quando ela era crian�a.

“Fiquei muito feliz, ainda mais nesse tempo complicado em que n�o podemos nem receber um abra�o de parab�ns dos familiares e amigos”, diz Wellington ao lado da sobrinha e mostrando o bilhete, que provocou uma viagem carinhosa � d�cada de 1990.

“O isolamento n�o � t�o f�cil, mas devemos pensar que pode ser um per�odo para as pessoas se reencontrarem, refletir sobre seus atos, enfim, pensarem na vida”, diz o maquiador.

CAIXA DE SEGREDOS 

O per�odo de quarentena se mostra f�rtil para o colecionador, antiqu�rio, fot�grafo e cen�grafo Rodrigo C�mara, que divide seu tempo entre a capital e Ouro Preto, na Regi�o Central de Minas. Nesses dias, ele termina de montar o "quebra-cabe�as" iniciado h� 20 anos, quando encontrou e comprou numa loja ("meio ferro-velho, meio brech�"), no Bairro Prado, em Belo Horizonte, uma caixa recheada de negativos fotogr�ficos contendo apenas uma foto em preto e branco. Escrito a l�pis, no verso, “Aristeu”, provavelmente o nome da pessoa fotografada.

Ciente de que tinha em m�os um tesouro, embora sem o tempo necess�rio para se dedicar a ele, C�mara guardou a caixa durante 10 anos, at� que revelou os negativos. Acabou descobrindo familiares das pessoas retratadas no in�cio do s�culo passado, e s� agora, uma d�cada mais tarde, se volta � descoberta.

“Est� sendo muito interessante, pois, ao comprar a caixa com todos os negativos e s� uma foto revelada, n�o tinha ideia de nada. N�o sabia a quem pertenceu, quem eram as pessoas, se eram daqui ou de outra cidade. Agora quase tudo clareou”, conta Rodrigo. O achado deu t�o certo que o belo-horizontino de 42 anos, formado em publicidade e propaganda, est� postando as fotos e a hist�ria no Instagram (@machineta). “Nesta quarentena, tenho pensado muito na finitude da vida, pois sou solteiro e n�o tenho filhos. Por�m, as fotos sinalizam com um pouco de eternidade”, afirma.




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