
Por meio de suas redes sociais, o professor de gastronomia da UNA e chef Sinval Esp�rito Santo convidou seus alunos para que, neste Dia das M�es, se dediquem � prepara��o de um prato que os fa�am se lembrar das origens maternas. Isso porque, devido ao isolamento social, muitos filhos comemorar�o a data longe de suas progenitoras.
O chef conta que a iniciativa partiu da pr�pria experi�ncia, j� que h� 50 dias n�o v� a m�e, que se encontra em isolamento social. Neste per�odo, o professor de gastronomia destaca que o contato mais pr�ximo que tem com a m�e � quando precisa entregar as compras. No entanto, mesmo assim, os produtos s�o deixados na porta de casa para que a m�e possa pegar posteriormente.
“Por causa da saudade que todos estamos sentindo, ela, os filhos e os netos, surgiu a ideia de um v�deo. E, como sempre pensei a comida como forma de mostrar amor, decidi fazer um prato especial que me lembre ela. Sinto que a gastronomia tem esse poder. A maior inspira��o � a comida e o que ela sempre representou na minha fam�lia. Como professor, tento sempre passar essa paix�o para os meus alunos. Por isso, sugeri a todos que fizessem o mesmo.”
Em v�deo, o convite � feito. “Se inspirem a criar e mostrar o prato que fazem voc�s se lembrarem da pessoa que, neste Dia das M�es, voc�s queiram homenagear. Convido voc�s a fazerem pratos que mostrem, nesse momento, o quanto a gastronomia pode nos conectar. Vamos, mesmo de casa, criar essa corrente de amor por meio da comida, afinal de contas, preparamos a comida para mostrar o quanto isso � amor.”
Refei��o e afeto
O professor de gastronomia explica que a conex�o feita entre paladar e lembran�a materna se d�, principalmente, pelo fato de a primeira liga��o do ser humano com o mundo ser tida por meio da m�e os alimentando. “� do seio das m�es que as crian�as conhecem as primeiras sensa��es de tato, olfato e paladar. Isso � muito forte. E, o que se constr�i em fam�lia, ao redor da mesa e do fog�o, s�o hist�rias e culturas, isso fica marcado para sempre.”
Santo ressalta, tamb�m, que cozinhar, naturalmente, aproxima pessoas e que, em meio � pandemia, isso tende a se intensificar, fortalecendo la�os e criando mem�rias. “Mais que nunca, h�bitos simples, que estavam esquecidos com a correria do dia a dia, t�m se tornado unificadores. Fam�lias voltaram a cozinhar e se alimentarem juntas, como faziam no passado. Grandes chefs t�m cozinhado comidas cotidianas, e isso mostra o quanto o alimento e o comer junto � uma pot�ncia.”
"Como pelo prazer e tamb�m para dizer quem sou e no que acredito. Coloco uma parte de mim quando cozinho. As escolhas que fa�o social e politicamente aparecem em meus pratos. Por isso, quando entrego uma comida � como se tivesse contando uma hist�ria, e a que quis contar com o vatap� feito por mim, nesta corrente, � uma hist�ria de gratid�o por ser filho da Dona Rosana."
Sinval Esp�rito Santo, professor de gastronomia na UNA e chef
O chef, que carrega em suas lembran�as e paladar, a paix�o pelo vatap� feito pela m�e Rosana Esp�rito Santo, mineira, de 69 anos, acredita que, para al�m do Dia das M�es, a comida pode ser capaz de demonstrar carinho em qualquer ocasi�o. “Comer e demonstrar afeto com um prato feito no capricho, � e sempre ser� um afago na alma.”
Sinval Esp�rito Santo ressalta, ainda, o amor pela cozinha e pela m�e. “Como pelo prazer e tamb�m para dizer quem sou e no que acredito. Coloco uma parte de mim quando cozinho. As escolhas que fa�o social e politicamente aparecem em meus pratos. Por isso, quando entrego uma comida � como se tivesse contando uma hist�ria, e a que quis contar com o vatap� feito por mim, nesta corrente, � uma hist�ria de gratid�o por ser filho da Dona Rosana.”
* Estagi�ria sob a supervis�o da editora Teresa Caram