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Estado de Minas AJUDA

ABP treina profissionais para identificar e tratar tend�ncias suicidas

Iniciativa marca a passagem do Dia Mundial da Preven��o ao Suic�dio na quinta-feira (10); objetivo � que iniciativa envolva escolas, igrejas de todas as religi�es e conselhos tutelares


06/09/2020 21:55 - atualizado 06/09/2020 22:08

(foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)
(foto: Marcelo Camargo/Ag�ncia Brasil)

A Associa��o Brasileira de Psiquiatria (ABP), em parceria com o Minist�rio da Sa�de, inicia nesta semana treinamento de profissionais de sa�de de quaisquer �reas m�dicas, em todo o pa�s, para que possam identificar e encaminhar corretamente para tratamento pessoas com tend�ncias suicidas.

A iniciativa marca a passagem do Dia Mundial da Preven��o ao Suic�dio na quinta-feira (10).

O presidente da ABP, Antonio Geraldo da Silva, disse � Ag�ncia Brasil que isso deve ser feito "no Brasil inteiro". O objetivo � que a iniciativa envolva escolas, igrejas de todas as religi�es e conselhos tutelares, "para dar o m�ximo de conhecimento � popula��o".

Neste m�s em que se concentram esfor�os para a preven��o ao suic�dio, a ABP e o Conselho Federal de Medicina (CFM) est�o lan�ando a campanha nacional Setembro Amarelo 2020: � Preciso Agir, que visa � conscientiza��o e preven��o do suic�dio.

Silva salientou que apenas falar em suic�dio n�o � suficiente – � preciso levar ao povo informa��o de qualidade e, sobretudo, agir para reduzir o n�mero de casos de suic�dios no pa�s.

Para ele, os esfor�os nessa dire��o t�m de ser feitos n�o s� no Setembro Amarelo, mas "durante 365 dias por ano".

Segundo o psiquiatra, � poss�vel evitar que pessoas cometam suic�dio se forem bem atendidas. "Ouvidas, levadas a s�rio e atendidas. Falar apenas n�o tem solucionado. Os �ndices de suic�dio s� t�m aumentado. A gente tem que parar de falar tanto e agir."

A m�dia anual de suic�dios no Brasil � superior a 13 mil, de acordo com apresenta��o feita no ano passado pelo Minist�rio da Sa�de. Os �ndices, contudo, s�o bem maiores, por causa da subnotifica��o e tamb�m porque muitas mortes de suicidas s�o atribu�das a outras causas, como politraumatismo e atropelamento.

Emerg�ncia m�dica


Se uma pessoa pede ajuda, deve-se entender o pedido como emerg�ncia m�dica. Depois do primeiro atendimento m�dico, ela tem que ser encaminhada a um servi�o psiqui�trico e ser assistida pela equipe de sa�de mental, que re�ne psiquiatra, psic�logo e assistente social, de maneira a ter o melhor resultado poss�vel.

As pesquisas mostram que s� comete suic�dio quem apresenta quadro psiqui�trico que n�o est� tendo tratamento adequado ou n�o foi bem tratado antes.

Estudo internacional feito com prontu�rios de 15.629 pessoas de todo o mundo que tinham se suicidado revela que 96,8% tinham algum quadro psiqui�trico.

Dessas, 35,8% tratavam transtornos afetivos ou de humor; 22,23% faziam uso ou abuso de �lcool e outras drogas; 11,6% tinham transtornos de personalidade; 10,6% apresentavam quadro de esquizofrenia; 6,1% sofriam transtorno de ansiedade.

De acordo com Silva, o estudo estabeleceu liga��o entre o comportamento suicida e doen�as mentais. O suic�dio poder atingir pessoas de v�rias idades, mas sabe-se que os maiores �ndices s�o registrados no per�odo da inf�ncia e da adolesc�ncia.

Na faixa de 15 a 34 anos, o suic�dio costuma ser a segunda causa de mortes.

O presidente da ABP ressaltou que, com a pandemia da COVID-19, os problemas mentais se agravaram. Em mar�o, em uma publica��o cientifica internacional, Silva alertou autoridades sobre uma onda de doen�as mentais que viria ap�s os primeiros casos da doen�a.

Em maio, especialistas relataram aumento do n�mero de novos pacientes com quadros psiqui�tricos ligados � pandemia. Percebeu-se tamb�m que pessoas que estavam em tratamento h� alguns anos apresentaram reca�da e outras que haviam recebido alta tiveram retorno da doen�a.

Fuga do padr�o


Pode-se identificar que uma pessoa est� doente e com propens�o ao suic�dio quando ela foge do padr�o normal de funcionamento pr�prio e tem perdas, explicou Silva.

"Por ter perdas, ela j� est� precisando de ajuda. Pregui�a, sonol�ncia, agita��o que gera perdas. Isso � doen�a e precisa de ajuda", disse o psiquiatra. Ele destacou que 50% dos que se mataram procuraram um profissional de sa�de nos 30 dias anteriores ao evento e n�o obtiveram ajuda.

Da� a import�ncia de treinar todos os profissionais de sa�de para que saibam identificar um quadro de tend�ncia suicida e evitar que o ato seja praticado. De acordo com a Organiza��o Mundial de Sa�de (OMS), a cada 40 segundos, uma pessoa morre por suic�dio no mundo.

Em rela��o �s tentativas, uma pessoa atenta contra a pr�pria vida a cada tr�s segundos. A estimativa � que ocorram cerca de 1 milh�o de casos de morte por suic�dio por ano, em todo o mundo. Ao longo deste m�s, a ABP promover� uma s�rie de a��es voltadas para o tema.

Est�o previstos eventos virtuais, palestras, ilumina��o em amarelo de espa�os p�blicos e monumentos, para fomentar uma a��o efetiva para preven��o de doen�as mentais e desmistifica��o do tema do suic�dio.

"� agindo que se salvam vidas", afirmou Antonio Geraldo da Silva. A ABP e o CFM lan�aram duas cartilhas com orienta��es sobre o tema: Comportamento Suicida: Conhecer para Prevenir, dirigida a profissionais da imprensa; e Suic�dio: Informando para Prevenir, voltada aos profissionais da �rea de sa�de e a toda a sociedade.

Simp�sio

A pandemia da COVID-19 e o isolamento social decretado pelas autoridades para impedir a contamina��o pelo novo coronav�rus afetaram a sa�de mental da popula��o, desenvolvendo uma esp�cie de "epidemia silenciosa".

Para discutir estrat�gias de acolhimento, interven��o e promo��o da sa�de mental, o Servi�o de Apoio Psicopedag�gico (Seap) da Pontif�cia Universidade Cat�lica do Paran� (PUCPR) promove o simp�sio especial Setembro Amarelo: Sa�de Emocional e Valoriza��o da Vida, no formato online e totalmente gratuito, entre os dias 10 e 12 deste m�s.

Especialistas de todo o pa�s se reunir�o para falar sobre sa�de emocional, preven��o ao suic�dio, cuidado com profissionais da sa�de e rela��es familiares em tempos de pandemia.

Pesquisa da Associa��o Brasileira de Psiquiatria (ABP) mostra que 89,2% dos profissionais da �rea perceberam o agravamento de quadros psiqui�tricos nos pacientes por conta da pandemia.

J� a Organiza��o Pan-Americana da Sa�de (Opas) alertou sobre a "epidemia silenciosa" gerada por problemas relacionados � sa�de mental em tempos de pandemia, na qual Brasil, Estados Unidos e M�xico seriam os pa�ses mais impactados.

A psicopedagoga Ana Lucia Lacerda Michelotto, do Seap da PUCPR, destacou que o tema do suic�dio, que � muito complexo, torna-se mais desafiador durante a pandemia.

"Fatores como o distanciamento social,a sobrecarga emocional e a crise nos sistemas econ�mico, de sa�de e educacional, t�m gerado impacto de forma transversal em nossa sociedade", disse Ana Lucia. Segundo a psicopedagoga, o simp�sio dar� visibilidade a um assunto que ainda � tabu e respons�vel pela morte de milhares de pessoas em todo o mundo.

De acordo com Ana Lucia, na universidade, o Setembro Amarelo tem sido tratado sob duas perspectivas principais. A primeira � relativa ao reconhecimento de que pessoas sofrem psiquicamente e demandam momentos e espa�os de acolhimento e cuidado; e a segunda considera importante tratar o tema com uma "vis�o positiva de vida, tendo como respaldo aspectos como sa�de, espiritualidade, bem-estar f�sico e emocional", relatou a psicopedagoga.

As inscri��es est�o abertas e podem ser feitas no site do evento. Os participantes ter�o direito a certificado.


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