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Estado de Minas A hora � de se reinventar

Pandemia sugere necessidade de mudar comportamentos e atitudes

Psiquiatra indica que, diante de desafios nesse per�odo em particular, � importante se adaptar quando for preciso e n�o vacilar quando for a hora de buscar ajuda


20/09/2020 21:30 - atualizado 20/09/2020 21:41

"A pandemia intensificou desde as formas como as pessoas lidam com as emo��es at� o surgimento de novos medos e tristezas relacionados � contamina��o, dados alarmantes e dist�ncia de entes queridos" - Marco T�lio de Aquino, psiquiatra (foto: Arquivo Pessoal/divulga��o)
“O ser humano � resiliente desde os prim�rdios dos tempos. Temos a capacidade de reinventar e recriar as nossas vidas e a nossa rela��o com o mundo da melhor maneira poss�vel, e a quarentena est� a� para que a gente exer�a essa capacidade.” O recado � do psiquiatra cooperado da Unimed-BH Marco T�lio de Aquino, ao comentar sobre a necessidade de que adapta��es sejam feitas no cotidiano, na rotina do “novo normal”, a fim de que a sa�de mental seja restabelecida.

“Temos, sim, for�as para nos tornar a melhor vers�o de n�s mesmos e desenvolver a resili�ncia necess�ria, independentemente da situa��o dif�cil em que nos encontramos atualmente”, considera. Apesar disso, segundo o especialista, manter o aspecto psicol�gico bem n�o � t�o f�cil quanto parece, e momentos como o atual podem ser danosos ao emocional de qualquer pessoa.
 
“Qualidade, do ponto de vista da sa�de psicol�gica, vai muito al�m de apenas aus�ncia de algum transtorno mental. Diversos fatores podem alterar, de forma negativa, o bem-estar. E pode-se dizer que a pandemia intensificou tudo isso, desde as formas como as pessoas lidam com as emo��es at� o surgimento de novos medos e tristezas, todos relacionados � contamina��o pela doen�a, dados alarmantes e dist�ncia de entes queridos, o que provoca tamb�m o sentimento de solid�o”, diz.

Aquino destaca ser importante que as pessoas n�o fechem os olhos diante de uma situa��o como a que a sociedade enfrenta na atualidade. E pontua ser importante buscar ajuda psicol�gica, principalmente no que diz respeito � sa�de mental de indiv�duos j� fragilizados emocionalmente. "A falta de assist�ncia mental, em momentos delicados como este, pode agravar quadros cl�nicos de ansiedade e depress�o, com agravamento de sintomas e da sensibilidade emocional", afirma.

“Como tudo na medicina, considerando a sa�de de um modo geral, quanto mais se demora para fazer um diagn�stico adequado e a procurar ajuda especializada, piores s�o os resultados”, refor�a. No caso de quest�es psiqui�tricas, a falta de assist�ncia pode culminar, inclusive, em pensamentos suicidas.

O especialista sustenta que a forma mais eficaz de manter a sa�de ps�quica e enfrentar o contexto atual � encarar o momento da melhor maneira poss�vel, mesmo que as pessoas estejam repletas de limita��es. Al�m disso, segundo o psiquiatra, reinventar-se, do ponto de vista psicol�gico, � important�ssimo em meio � pandemia, pois apenas esperar que toda a situa��o retorne � normalidade pode ser frustrante e causar ansiedade.

“Podemos diminuir essa press�o sendo mais flex�veis e tolerantes com as adversidades. Provavelmente, alguns indiv�duos estar�o sentindo o impacto disso tudo de forma muito mais intensa e dif�cil, sentindo diversos tipos de estresse, relacionados � pandemia ou n�o”, aconselha. Segundo ele, identificar quais s�o as situa��es geradoras de estresse � fundamental para que se possam buscar alternativas, principalmente em aspectos nos quais � poss�vel mudar ou, no m�nimo, nos tornar mais resilientes quando a mudan�a n�o � poss�vel.
 
Dificuldades

"Infelizmente, o tema sa�de mental ainda � muito cercado de preconceito em toda a sociedade. E � justamente pelo preconceito existente e o receio do julgamento externo que as pessoas n�o querem ser reconhecidas no lugar daqueles que t�m um transtorno mental”, constata o especialista. “Existe tamb�m entre as pessoas o receio de serem vistas como fracas ou descontroladas, e de serem estigmatizadas por isso”, acrescenta, afirmando que, no caso de crian�as, as fam�lias usualmente se sentem culpadas e expostas.

Est� a�, segundo Aquino, a grande dificuldade de implantar uma forma de reinventar a rotina e os h�bitos pessoais, a fim de facilitar o enfrentamento do isolamento social. Mas, de acordo com o especialista, existem maneiras de que esses desafios sejam superados e o bem-estar mental e f�sico restabelecido.

“Precisamos e temos que combater esse preconceito falando sobre o assunto, propondo debates, reflex�es e buscando entender que cada um tem o seu jeito de ‘ser’. Devemos falar mais sobre o tema sa�de mental e nos permitir sofrer quando � preciso, reconhecer quando existir o sofrimento do outro, e, fundamentalmente, quando estivermos adoecidos, procurar ajuda especializada sem qualquer tipo de preconceito. Devemos entender que para todas as pessoas a sa�de mental � indispens�vel para o bem-estar geral dos indiv�duos, das sociedades e dos pa�ses”, afirma.

P�s-pandemia


Aquino afirma que, como fato existencial e filos�fico, per�odos de grande press�o, sejam representados por pandemias, guerras ou revolu��es, provocam e aceleram mudan�as em todos os campos da exist�ncia humana – algumas delas positivas, outras nem tanto. E entender isso, segundo o psiquiatra, permite que as pessoas possam redimensionar a real import�ncia da qualidade das rela��es humanas.

“Ao perder a liberdade de ir e vir, come�amos a entender a import�ncia dos momentos simples da vida, como ir ao parquinho pr�ximo de casa com o filho. Toda essa reflex�o pode nortear nossos novos momentos e nosso comportamento p�s-pandemia. E esses s�o pontos fundamentais para um retorno saud�vel”, destaca.

Ganho mental e f�sico
 
Confira dicas para enfrentar os desafios da pandemia

O que n�o fazer

» Sentir-se castigado pelas circunst�ncias atuais que fogem totalmente ao nosso controle
» Ser inflex�vel no que se refere �s possibilidades de se sentir bem neste momento, achando que a felicidade s� pode ser experimentada antes da crise
» Cultivar pensamentos negativos e sem alternativas racionais para o momento vivido
» Tornar-se totalmente ocioso no seu cotidiano, com a desculpa de que nada pode ser feito
» N�o procurar ajuda especializada quando necess�rio

O que fazer

» Entender que, mesmo em dimens�es diferentes, o desafio que estamos vivendo � universal e temos condi��o de super�-lo. A ci�ncia j� mostrou isso em outras oportunidades
» Buscar alternativas vi�veis para se sentir bem: leitura, filmes, s�ries e cuidados com a casa ajudam a dar um sentido diferente a tudo que se est� vivendo
» Ter um hobby, meditar e orar
» Manter atividades f�sicas, com todos os cuidados necess�rios para o momento
» Ficar sempre muito atento a situa��es que mudam as nossas emo��es, pensamentos e comportamento
» Entender como voc� reage �s diversas situa��es no cotidiano pode ser uma grande dica para come�ar a refletir: o que voc� realmente deseja mudar, neste momento e no futuro?

*Estagi�ria sob supervis�o da editora Teresa Caram


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