
Vaidade n�o tem idade. A cada ano que passa, mais brasileiros acima de 60 anos procuram por cirurgias pl�sticas - seja por quest�es est�ticas, de cuidado ou de sa�de. Segundo dados da Sociedade Brasileira de Cirurgia Pl�stica (SBCP), entre 2016 e 2018, o n�mero de procedimentos entre idosos saltou de 5,4% para 6,6% - e a tend�ncia � que a estat�stica siga crescendo.
Entre as cirurgias, as favoritas da terceira idade s�o as de resjuvenescimento facial. "As pessoas est�o se cuidando mais, t�m mais liberdade para expressar a idade e, se h� algo que incomoda, se sente livre para melhorar isso", avalia Pedro Henrique Oliveira, cirurgi�o pl�stico e membro especialista da SBCP.
"Isso sem falar no envelhecimento da popula��o. Temos mais pessoas nessa faixa et�ria, ent�o, consequentemente, teremos mais pacientes. Sem d�vidas a tend�ncia � de demanda ainda maior", completa o m�dico.
O n�mero de cirurgias entre adultos de 36 a 50 anos tamb�m � crescente: eram 36,3% do total em 2017, ultrapassando os 34,7% dos mais jovens, entre 19 e 35. �, tamb�m, uma tend�ncia mundial: nos EUA, em 2016, quase 13% dos procedimentos foram em pessoas acima de 65 anos.
Entre os procedimentos de rejuvenescimento, os mais procurados, segundo o m�dico, s�o os da face: tratamento das p�lpebras, lifting facial e lifting no pesco�o. Ainda segundo dados da SBCP, a maioria procura por quest�es de autoestima e de relacionamentos afetivos.
Cuidados
O cirurgi�o alerta que o risco n�o � maior entre os idosos, mas cuidados especiais s�o necess�rios. "Principalmente no pr�-operat�rio. � mais comum que pessoas mais velhas tenham alguma doen�a associada, como diabetes, press�o alta, desordem hormonal. Tudo isso precisa estar controlado antes da realiza��o do procedimento", esclarece.
O p�s-operat�rio tamb�m deve ter rigoroso acompanhamento. "Se comporta um pouco diferente. Precisa de um tempo maior, de um cuidado mais de perto. � um p�s-operat�rio mais intensivo", pontua.
Os interessados em realizar cirurgias pl�sticas devem estar com a sa�de em dia e ficar atento na hora da escolha do m�dico. "Os exames e acompanhamentos precisam estar em dia, as doen�as controladas e manter um h�bito de vida saud�vel", explica. "Se for tabagista, precisa estar sem cigarro h�, pelo menos, quatro semanas".
A escolha do m�dico tamb�m exige aten��o. "Pesquisar se � certificado pela Sociedade Brasileira, conhecer o local, buscar refer�ncias, tirar todas as d�vidas. � preciso ajustar todas as expectativas e estar bem informado sobre o procedimento", completa.
Complica��es
A chance de uma cirurgia n�o t�o bem-sucedida � a mesma entre idosos e pessoas jovens. "Cada caso � um caso, mas a orienta��o geral � procurar o cirurgi�o respons�vel, que � a pessoa mais apta a saber como resolver. Por isso, � preciso conhecer e ter confian�a", diz.
Em geral, apesar dos transtornos, as complica��es, em geral, s�o pass�veis de solu��o. Apesar disso, a melhor solu��o � sempre a preven��o. As sequelas podem deixar traumas f�sicos e psicol�gicos.
Unir o �til ao agrad�vel
A professora Ceci Maura, de 57 anos, passou, na �ltima ter�a-feira (6), por uma cirurgia pl�stica na face. "Fiz nas p�lpebras e n�o ficou nada roxo. Indo muito bem", conta.
Ceci Maura teve um c�ncer de pele. Ao tirar o tumor, perdeu uma parte da pele do nariz e tirou das p�lpebras para fazer o enxerto. "Foi por necessidade. Poderia ter tirado de outra parte do corpo, mas seria melhor uma pele do pr�prio rosto para preencher", lembra. "Uni o �til ao agrad�vel".
Ela conta que teve medo, mas, no final, foi tudo muito tranquilo. "Fiquei com medo de n�o enxergar mais, confesso", narra.
Ainda esperando a cicatriza��o dos pontos, a professora j� planeja novas cirurgias. "Fiz uma bari�trica e quero tirar a pele da barriga. Colocar silicone tamb�m", diz.
* Estagi�rio sob supervis�o da subeditora Ellen Cristie.